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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/06/2023

À sexta edição, o evento criado por João Pestana estreia um mercado dedicado a artistas e editoras independentes.

Hip hop underground rima com Versátil: “Estamos cá, vivos e a representar cada vez mais”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/06/2023

Enquanto artista de rap, João Pestana tem sido um dos mais activos no actual panorama do hip hop português. À quantidade de trabalhos a solo e colaborações junta-se o factor da qualidade, sendo que a mestria que apresenta ao microfone o tem levado figurar várias vezes por entre as nossas páginas, em especial na rubrica de Paulo Pena, Rap PT — Dicas da Semana, mas não só. Pelos subterrâneos da cena nacional, temo-lo visto a unir esforços com várias entidades da cena independente — do Consultório e da LUME à Zona Records ou à Armário Records.

Fora do estúdio, o MC é também um importante dinamizador da expressão desta cultura ao vivo nos palcos e desde 2021 que vem a organizar um evento que nasceu da sua cabeça (e da de Gruta). A Versátil, tal como o nome indica, é uma festa que se compromete a celebrar o hip hop nas suas variadas vertentes e, à sexta edição, que tem lugar amanhã (17 de Junho) no Zirkus Mond Lisboa, conseguiu reunir concertos, batalhas de rap, showcases de beats, um open mic e ainda uma Banca de Autores, onde vamos poder encontrar à venda discos e merchandise criados por artistas e editoras do circuito indie.

Podem conhecer o cartaz completo já de seguida (onde saltam à vista nomes de Legalize LA, Nofake, Ray DLC ou a crew Imensidão) e ainda ler algumas das impressões que Pestana trocou com a nossa redacção.



Concertos, beats, battle rap, open mic e um mercado dedicado ao hip hop independente. É, de facto, uma festa Versátil, com representatividade de vários elementos da cultura. Quando é que te surgiu a ideia para este conceito? E foi fácil colocar o plano em marcha?

O primeiro Versátil decorreu em 2021, antes da pandemia, em Almada. Surgiu da minha vontade e da do Tiago (Gruta) em organizar um evento focado no hip hop underground, mas tentando abordar, de certa forma, mais vertentes do que apenas concertos ou atuações. Foi crescendo, ganhando cada vez mais dimensões, como as battles e os beats, e agora vamos na 6ª edição. Tem sido uma jornada interessante e enriquecedora, mas a facilidade é relativa. Estamos cá, vivos e a representar cada vez mais.

Vês a Versátil a estender-se ainda mais no tempo e, quem sabe, até a outros locais?

Como disse, vamos na sexta edição e temos vontade e espaço para crescer. O Versátil acontece em parceria com a Gruta e o Zirkus Mond e, de momento, estamos contentes em poder ter a oportunidade de explorar este espaço e dinâmica. Ainda há muito por fazer a longo prazo, mas agora estamos focados neste formato. No entanto, queremos deixar a nossa marca na cultura underground, por isso estamos aqui para o caminho longo, se possível.

O espaço escolhido para receber a Versátil é bastante peculiar. Este é a primeira vez que o Zirkus Mond Lisboa abre portas ao hip hop? E o que viste de especial nesta sala de espectáculos para montar esta festa?

Foi, através do Versátil. Normalmente o espaço recebe e organiza eventos doutros campos da cultura, incluindo festas, desfiles de moda e tardes de circo, mas consideramos que a mistura entre rap underground e sujo e uma tenda deste tipo cria realmente um ambiente único. É na realidade uma oportunidade rara poder organizar e dinamizar eventos em locais que tenham realmente algo a acrescentar só por si, e nesse critério o circo é fantástico. O espaço casa com a música e a iniciativa e a malta é excelente e acolhedora. Os eventos têm sempre uma atmosfera intimista e quase aleatória que vos convidamos a experienciar.

São muitos os nomes aqui representados nas diferentes vertentes em destaque neste cartaz. O que te levou a estas escolhas e o que é que nos podes antecipar dos vários momentos que cada um deles vai protagonizar?

O Geta faz parte da organização e tem na sua rubrica espaço para convidar um beatmaker que, desta vez, foi o ODM, um produtor explosivo — para quem não sabe, não espera pela demora. Vamos contar ainda com um torneio de battles de freestyle dinamizado pelo Rapromisso, que tem vindo a resultar muito bem e terá presença de 8 MCs e um showcase do ESCAFA777. Nos concertos vamos ter o Ray DLC, flavour da casa, com convidados mistério a apresentar clássicos e novas malhas, e também vamos ter Imensidão (Sage e Rivolean) com o Legalize e o Nofake. Já pude contar com eles num Dia Nacional do Rap e podem esperar um concerto daqueles de fazer lembrar para sempre estas verdadeiras lendas do under.

Gostava ainda de focar a Banca de Autores, que creio ser uma vertente muito importante neste tipo de eventos e que pouco se costuma ver. Que tipo de material é que vamos aqui encontrar à venda? E consegues adiantar-nos quais os artistas/editoras que vão estar representados neste mercado?

É a primeira vez que estamos a organizar e desde já estendemos o convite a todos os interessados em participar. Convidámos artistas e labels para vender CDs e merch e de uma forma geral, estarem mais perto daqueles que os ouvem. Vamos ter uma banca da casa e algumas editoras, revistas e publicações de hip hop presentes. É a primeira edição, mas achamos que esta feira tem espaço para crescer, pois é uma oportunidade única para dar uma plataforma a pessoas e entidades que normalmente não teriam outra maneira de fazer vendas de forma presencial. Estamos a tentar estabelecer contacto. E, de certa forma, o underground é isto.


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