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Fotografia: André Sanano
Publicado a: 08/01/2024

Vem aí Plant’Art, um novo disco do rapper da Margem Sul.

GriLocks sobre Plant’Art: “Este álbum é sobre fazer mais pelo movimento e menos pelo ego”

Fotografia: André Sanano
Publicado a: 08/01/2024

Foi há poucos dias que o rapper GriLocks, natural da Margem Sul, anunciou que vem aí o seu próximo álbum. Intitulado Plant’Art, é um disco que o faz colaborar com uma série de artistas do universo do hip hop e que chega depois de uma fase de alguma desmotivação, como o próprio admitiu, aquando do anúncio.

O sucessor de Nimbus (2019) é também uma forma de celebrar o primeiro projecto lançado por GriLocks, a mixtape Fyah na Babilónia, editada há uma dúzia de anos. Em Plant’Art, que ainda não tem data de lançamento mas promete chegar em breve, o MC colabora com Fuse, Kulpado, Fizz, Sanryse, TNT, Krayy, Subtil, BSkilla, Bdjoy, Swymmers MC’s, António Sousa e Celso Évora. A maior parte dos instrumentais estiveram a cargo de Psycho (Serrano), embora também haja beats de Gunsu, Krayy e Fizz. Foi tudo gravado no estúdio da Recordie

O Rimas e Batidas aproveitou o anúncio para colocar algumas perguntas a GriLocks e antecipar este lançamento que aí vem.


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Descreves este álbum mais como uma compilação de hip hop com artistas que admiras e menos como um disco pessoal. Em que sentido? Foste juntando faixas soltas e acabaste por perceber que poderiam resultar num disco?

Na prática, o álbum começou a ser criado mais ou menos há um ano e meio, o Psycho (Serrano) enviou-me cerca de uma dezena de instrumentais que me inspiraram de imediato a voltar a escrever. Fui gravando umas ideias na Recordie e os convites para participações foram surgindo sem pensar muito na organização do projecto. Alguns artistas eu ouvia há 15 anos e hoje é um privilégio poder colaborar com eles e ter o respeito dos mesmos. Embora alguns nomes não tenham vindo a integrar o resultado final, estou muito satisfeito com o grupo de artistas que juntei nesta reunião de hip hop.

O Plant’Art tem um lado mais conceptual ou, como dizes, acaba por ser mais uma compilação de faixas?

Não tem um lado conceptual, para ser honesto. Foi um processo espontâneo, não estava em estúdio há algum tempo, então foi também a fome de estar a gravar e a descarregar rimas. Os únicos conceitos neste álbum foram a união e a partilha.

Fala-nos dos nomes com quem colaboraste. Como foi esse processo? Alguns já são colaboradores anteriores, mas outros nem por isso.

As colaborações são diversas e distintas, já tinha colaborado com alguns como o Krayy, Kulpado ou Bdjoy. Outras são especiais, como o Fuse, Fizz ou Sanryse, nomes que escutava frequentemente há 12 anos e que me inspiraram a querer fazer rap. BSkilla e Swymmers MC’s também são ilustres elementos do panorama nacional de hip hop. O TNT e o Subtil são duas pessoas que admiro bastante pelo percurso determinado e humilde. Tenho ainda o António Sousa na introdução, um senhor que conheci num antigo trabalho e que foi uma enorme agradável surpresa, dono de uma mestria com as palavras e a poesia.

Queres falar-nos também de porque é que sentiste a tal desmotivação que mencionas nos últimos 5 anos? Teve a ver com o Nimbus?

O Nimbus, apesar de considerar que merecia uma maior visibilidade, proporcionou-me vários bons momentos, tem o seu reconhecimento e sinto-me realizado com ele. Penso que a desmotivação se tenha devido a vários fatores: a pandemia obviamente foi um deles; o ambiente que actualmente o hip hop vive, onde é tudo sobre o rapper e cada vez menos sobre o hip hop; e este álbum, além de ser uma celebração de 12 anos desde o meu primeiro projecto, é também uma vontade de trazer de volta o colectivo, fazer mais pelo movimento e menos pelo ego. Conectar as inúmeras artes, plantar algo em ti e não estar só à espera de louvores. Mas, no fim do dia, a responsabilidade da falta de motivação é só nossa e acho que, no fundo, também precisava de focar-me um pouco em mim, entender-me melhor e aceitar as mudanças. Precisava de viver um pouco e talvez ter experiências novas. Criar música em vez de frustração. O projecto Montblanc Collective também me tem desafiado a vários níveis e despertado uma grande vontade de estar constantemente a criar. Uma ideia inovadora que tenho vindo a desenvolver juntamente com o Krayy e o Crate Diggs mas que só funciona por causa de toda a diversidade de artistas que aceita entrar nesta aventura. Tão cedo não volto a desmotivar. 

Ainda não há data, mas será para ser lançado no primeiro trimestre do ano?

Sim, quero que saia muito brevemente. Já sofreu demasiados atrasos e alterações, uns últimos pormenores e está quase pronto a ser plantado. Até porque já estou a trabalhar noutro projecto, sem promessas, mas gostava que saísse ainda este ano também.


Faixa-a-faixa: o álbum de estreia de GriLocks explicado pelo próprio

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