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Em Novembro de 2016, o rapper Riça apresentou-se ao mundo com o EP de oito faixas Bicho com Mau Gosto, editado pela Microfome. Este sábado, 8 de Abril, estreia pelo Rimas e Batidas o vídeo para o tema “Frio em Agosto”, realizado e produzido por Ana Bellamy e César Rocha.
“A ideia surgiu por parte da Ana e do César. Antes de o tema estar concluído, eles já tinham ouvido a maquete e gostavam de fazer algo para ela. Penso que o facto de ser uma música mais introspectiva e metafórica despertou neles o interesse para conceberem o vídeo”, conta o músico ao Rimas e Batidas.
“Ainda que eu desse as minhas sugestões enquanto autor da música, eles tiveram total liberdade na interpretação da mesma. Antes deste resultado final tivemos algumas rough cuts trabalhadas sobre conceitos diferentes. Aquilo que acabou por ser comum entre todas é o simbolismo que se atribuiu a alguma coisa presente no vídeo, ou seja, uma tradução visual da essência do tema. Após se perceber que muitas coisas não estavam a funcionar, esta acabou por ser a concepção final.”
Riça conheceu Ana Bellamy na Escola Artística de Soares dos Reis, no Porto, e mais tarde conheceu César Rocha. As filmagens aconteceram junto do Rio Couce, em Valongo, e em Terronhas, em Paredes.
“Nós começámos a filmar em meados de Dezembro, numa altura em que o frio estava bastante presente. Em alguns dos dias fomos bastante cedo para os locais (6h30 da manhã), e chegámos a apanhar um cenário gelado — campos cobertos de geada, neblina sobre o rio. Filmámos várias vezes ao longo destes meses, dentro da disponibilidade de todos, e terminámos a coisa há cerca de três semanas. O mais interessante foi apanhar climas diferentes ao longo deste tempo. Nestas últimas filmagens íamos cancelar tudo porque o céu dava indicações de chuva, mas acabámos por fazer as coisas e conseguimos, sem querer, um cenário bastante rico em termos de luz.”
Riça vai apresentar o EP a 14 de Abril no Café au Lait, no Porto, acompanhado por Kass e DJ Sir Cyber. Quanto ao tema, poético, hipnotizante e introspectivo, e sem querer desvendar tudo, o MC acrescenta:
“Esperamos que cada um tire a sua interpretação da história, mas pode-se dizer que é sobre uma viagem em loop no estado de espírito solitário, introspectivo e reflexivo da música, que termina com a decisão de assumir aquilo que verdadeiramente nos define.”
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