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Publicado a: 25/02/2017

[EXCLUSIVO] “BruceGrove” é o primeiro vídeo de sempre de Keso com o selo ReB

Publicado a: 25/02/2017

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Direitos Reservados

Keso estreia hoje, em exclusivo no Rimas e Batidas, o vídeo para “BruceGrove”, o primeiro para material do seu mais recente álbum, KSX2016. A realização do clip ficou a cargo do próprio MC e produtor que se deslocou a Tottenham, Londres, para captar as imagens que servem de suporte visual a esta história pessoal.

KSX2016 — que o ReB distinguiu como um dos 20 melhores álbuns nacionais de 2016 — foi alvo de crítica por Francisco Noronha e mereceu uma das notas mais elevadas do ano passado. A reedição do disco — revelação feita aqui, em primeira mão —, o programa na SBSR.fm e o primeiro vídeo de sempre são sinais claros da vontade de Keso fincar os pés no presente e preparar o futuro.

Estivemos à conversa com o MC, produtor e realizador para perceber as motivações e os significados que se podem encontrar no registo audiovisual de “BruceGrove”:


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Para começar: porque é que “BruceGrove” foi escolhido como o teu primeiro vídeo?

A resposta é simples: depois do meu regresso de Londres, faz três anos, eu sabia que um dia iria voltar para reviver e reavivar as memórias. Muitas delas são negativas e a própria música é esclarecedora da visão que eu tenho da grande metrópole, por isso aproveitei o facto de voltar para filmar o vídeo. Aquando da escrita do “Bruce”, estas eram as imagens que eu tinha na cabeça e foi por isso que desejei filmar com encenações e com a câmara na mão, num registo documental quase antropológico.

Só faria sentido este vídeo ser rodado em Tottenham?

Sim. Fazia sentido o vídeo começar e acabar em Tottenham. Foi onde vivi sempre na minha estadia por terras de sua majestade. Tottenham é um sítio muito especial. Não é a Londres que as pessoas costumam ver quando visitam e não é propriamente o sítio em que um branco europeu queira viver. Tenho muito orgulho na minha passagem pela zona e guardo um carinho muito especial daquelas ruas do norte de Londres.

A letra dessa canção tem um conteúdo bastante forte e emotivo. Foi a primeira vez que voltaste a esse local (físico e mental) desde que lançaste o disco?

Foi sim. Como abordei na primeira questão, ansiava o regresso àquele espaço em especial, o BruceGrove, local onde ninguém vai fazer o que seja a não ser que por lá viva. A zona está mais ou menos igual aquela que encontrei em 2014, o que me deixou contente, visto que em cidades como estas as alterações das gentes, dos espaços públicos e do edificado acontecem com muita rapidez. Não senti nenhuma estranheza e o “Bruce” que eu deixei foi o mesmo que encontrei.

A densidade cinematográfica das palavras e instrumentação que escolhes acaba por facilitar o trabalho ao realizador? É como se o guião estivesse ali pronto para ser interpretado.

É, julgo que é um trabalho complementar. O filme deve sempre servir a música e se a letra é por si descritiva ainda mais fácil fica o trabalho. O enriquecimento da canção com as imagens é sempre uma mais valia principalmente quando não é apenas descritivo. No caso do “Bruce”, e para começar, optei precisamente por clarificar e simplificar, invertendo a lógica do que dizia anteriormente. Visto que a letra é altamente poética e subjectiva, preferi fazer um registo visual muito terra a terra, local, e altamente descritivo.

Nos últimos momentos do vídeo apareces estendido no chão e, logo a seguir, nas câmaras da estação. Sem tentar ir demasiado fundo, a ideia que queres passar é de que existia um Keso que morreu naquelas ruas?

Exactamente. Esse Keso morre por ali. Não é uma morte física evidentemente. É um grafismo da alma daquele homem.”E no matadouro das almas que entope o tráfico/ De que vale o esforço de uma sirene se ela só vai socorrer um corpo.”

Tens a reedição de KSX2016 a caminho, como disseste em entrevista com o ReB. Podes revelar outros planos para 2017?

A reedição. Alguns remixes. Algumas parcerias com outros artistas. Muitos concertos. E mais alguns videoclips. É a minha área de formação profissional e quero muito explorá-la, assim como finalmente “regressar à Capital para terminar a minha tese” na Escola Superior de Teatro e Cinema. Não farei outro álbum, com certeza, até porque ainda faltam quatro anos para o próximo [risos]. Espero que continuem a saborear o KSX2016.


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