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Texto: ReB Team
Fotografia: Atria Books
Publicado a: 17/07/2020

“Alright”: Marcus J. Moore explica como K.Dot assinou uma das canções de protesto mais importantes do nosso tempo.

Excerto da biografia sobre Kendrick Lamar chegou à Internet

Texto: ReB Team
Fotografia: Atria Books
Publicado a: 17/07/2020

The Butterfly Effect: How Kendrick Lamar Ignited the Soul of Black America está a chegar. A obra biográfica escrita por Marcus J. Moore será editada pela Atria Books no próximo dia 13 de Outubro.

Vem aí uma peça importante para nos ajudar a mergulhar no universo de Kendrick Lamar, com Moore a enquadrar o leitor no panorama sócio-cultural em que se situa o rapper de Compton e a traçar os passos que o levaram à fama a uma escala planetária, muito graças à enorme vénia que prestou à música negra através do clássico To Pimp A Butterfly, que serve também de inspiração para o título do livro. O jornalista americano, colaborador do Bandcamp Daily e do Entertainment Weekly, deu ontem a conhecer através da última um excerto do sétimo capítulo da biografia no qual se debruça sobre o poder da palavra em “Alright”, inegavelmente a grande canção de protesto dos últimos anos.



O empoderamento das massas ao sentirem que a sua luta tem representatividade na cultura pop surge como foco neste pedaço de leitura rápida mas carregado de emoção. Moore fala de uma “cena heróica” que teve lugar a Julho de 2015 — um Verão quente incendiado pela morte de Tamir Rice às mãos de um polícia de Cleveland, Ohio — quando após uma conferência do movimento Black Lives Matter um rapaz de 14 foi novamente vítima da má conduta das forças de segurança do país. Houve revolta por parte dos activistas, resposta na forma de gás-pimenta e rapidamente a multidão se uniu e entoou o refrão do, então, novo hino “We gon’ be alright!” pelas ruas, ignorando por completo os polícias, que passaram a ser o grupo impotente no meio de todo aquele aparato.

Para o autor da obra biográfica, o propósito com que a música foi criada pode até nem ter sido esse, mas acabou por ser a banda sonora escolhida pela comunidade afro-americana para superar o momento conturbado, precisamente por se tratar de um relato vívido de quem também viu a vida ameaçada por aqueles que são pagos para o proteger.

“O Kendrick e a sua equipa não criaram a arte pelo momento viral, mas talvez tenha sido por isso que ressoou tão fortemente. Veio de um lugar honesto, de um buraco negro e tormento pessoal. Isso conectou-se com as massas. Mas por ele ter sido tão franco acerca do seu conflito, e porque a canção recorre à linguagem directa para denunciar a brutalidade policial, a ‘Alright’ atingiu os ouvintes de uma forma bastante real.”

No passado mês de Outubro, a Pitchfork colocou o tema no primeiro lugar das suas 200 Best Songs of the 2010s. No último ano, a música foi ainda alvo de ensaios por parte da NPR, Complex ou Billboard.


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