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Texto: ReB Team
Fotografia: Pedro Ivan
Publicado a: 08/11/2024

Uma reacção bruta a uma acção indesejada.

[Estreia] redoma regressam com single “2572”

Texto: ReB Team
Fotografia: Pedro Ivan
Publicado a: 08/11/2024

Dois anos após se terem estreado com o EP parte, as redoma dupla de Carolina Viana (Malva) e Joana Rodrigues iniciam agora a trajectória rumo ao álbum de estreia. O single “2572”, em estreia no Rimas e Batidas, é o primeiro avanço desse disco que será editado no primeiro trimestre de 2025.

Um instrumental trip-hop, embalado por texturas e samples, entrelaça-se com uma voz introspectiva para uma canção que representa uma “reacção bruta a uma acção indesejada”, mas também uma “confissão e um bruto pedido de desculpas, uma vez que o sujeito a quem se direcciona se foi tornando plural com o tempo”. Nas suas próprias palavras, as redoma explicam o novo tema e antecipam o álbum que aí vem através da Biruta Records.



Como é que esta canção nasce? É o resultado de uma “acção indesejada” que fazia sentido reflectir na vossa música?

redoma continua no seu processo exploratório. Além de ser um berço em construção, continua a ser sobre aquilo que nos paira, diariamente. Somos muito próximas, por isso não existem temas surpresa para nenhuma das duas. Tudo é dissecado entre nós antes de virar matéria lírica. E, por isso, é mais uma canção que nasce dessa partilha, desse diálogo entre as duas. Em palavras da Joana: “Um dia apercebi-me de que, de facto, não existe nenhuma letra da Carolina cujo tema nunca tenha sido exageradamente falado entre nós. Achei importante fazer essa ressalva numa de assumir que isto é um assunto dela, mas que o nosso diálogo antecede sempre o resultado musical, pois tudo nasce a partir da nossa relação de amizade.”

Porquê “2572”?

É quantidade, um excesso. Há coisas que têm de permanecer em mistério e seria contraditório desfazer este, caso contrário, o título não seria um número.

Como foi o processo criativo deste tema em concreto?

Começamos quase sempre da mesma forma: existe uma ideia musical que, na maioria das vezes, antecede qualquer tipo de escrita. Cada instrumental cria as condições iniciais para que a ideia lírica surja. A partir daí, a interacção entre a palavra e a música vai-se construindo de uma forma interdependente: uma influencia a outra. Estamos sempre a mudar as ideias e as estruturas para que cada beat seja o mais fiel/ajustado à temática. Nunca há uma letra que tenha sido experimentada em diferentes beats ou vice-versa. Cada coisa é feita para o seu sítio e cada letra e cada instrumental são criados sempre em conjunto.

Perceberam logo que faria sentido ser o single deste disco? Ou teve mais a ver com uma questão de timings?

Ambas. Esta música já estava feita há algum tempo e, por isso, também foi das primeiras a ser entregue para mistura. No entanto, também a escolhemos como single porque consideramos ser um convite apelativo ao que ainda vamos lançar, uma vez que reúne características que se exprimem ao longo de todo o álbum.

Diriam que é representativo do vosso álbum de estreia? Ou o disco terá canções muito distintas? O que já podem contar sobre o álbum? Há algum conceito que possam desvendar?

Numa análise geral do álbum, para nós, existe uma linha que marca continuidade entre os diferentes temas, principalmente no espectro musical. Ao mesmo tempo, isso é conjugado com temáticas que apesar de poderem parecer distintas, cruzam-se entre si. Este tema é parte de um álbum que é sobre pensamentos. Estes, que por serem tantas vezes paradoxais e angustiantes, querem descansar e repousar numa fé que os acalme. Guardamos cada um destes pensamentos em pequenas redomas: cada uma delas é criada em interacção com o pensamento que a habita e, só assim conseguimos criar o meio ideal para que estes consigam encontrar o tão desejado descanso. Estes abrigos são feitos de partilha e existem porque resultam de um eu plural e colectivo. O título é alusivo a estes pensamentos, mas para já ainda é segredo.

Sentem que vos vai levar por caminhos diferentes em relação ao EP?

Sentimos que este álbum foi a oportunidade para explorar outras atmosferas e amadurecer algumas fragilidades nossas. Ainda assim, sentimos que é uma evolução natural do que apresentámos no EP. Continua a ser resultado de um processo de maturação e descoberta da nossa linguagem. Nós gostamos de muita coisa e, além disso, gostamos de coisas muito diferentes uma da outra. Por isso, estamos a desfrutar do que cada uma tem oferecido e poderá continuar a oferecer.


redoma // parte

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