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Fotografia: David Breda Silva
Publicado a: 21/09/2020

Rodas para que vos quero.

[Estreia] Fazer-se à estrada no “TUNING” dos YAKUZA

Fotografia: David Breda Silva
Publicado a: 21/09/2020

“Eu sou da team tuning não é crime”, assegurava-nos Mike El Nite em “Type R“, tema lançado em Fevereiro passado. Quem parece estar na mesma frequência (mesmo que com outros balanços) são os YAKUZA, novo trio formado por Afonso Serro (teclas), Alexandre Moniz (bateria) e André Santos (baixista) que acaba de dar o primeiro passo para o seu trabalho de estreia com “TUNING“.

Em estreia no ReB, o single, com vídeo realizado por João Figueiras aka fig.gif, é carta-de-apresentação para o seu vínculo com um groove muito particular que nos remete, à primeira audição, para o novo jazz britânico, mas também para o universo dos videojogos, principalmente para aqueles em que se pode acelerar a fundo sem se pensar muito sobre isso. Se não gostarem da banda sonora do vosso jogo de carros, Aileron (o primeiro longa-duração que chega em Novembro) será certamente uma alternativa válida.

Simão Lamas, o responsável pelas linhas de baixo do disco, e Pedro Ferreira, produtor e pseudo-quarto elemento, são os outros dois nomes que encontramos na lista de créditos desta “boa mascote para representar as outras malhas”.



Comecemos pela formação da banda: como é que acontece o encontro entre este trio e quando é que decidem oficializá-lo?

[Afonso] Bem, eu e o Alex sentimos necessidade de criar um meio por onde pudéssemo-nos exprimir para além do nosso quotidiano musical, quase como se fosse uma forma de escapar ou de quebrar a nossa rotina musical. Um dia, na casa de um de nós (somos vizinhos), surgiu a ideia de criarmos um projecto que nos fosse natural, espontâneo, uma sonoridade familiar que nos permitisse tocar e curtir sem grande chatice. Só nos faltava um baixista que partilhasse a mesma vontade e a mesma familiaridade sonora. O André (Afta3000) sentiu precisamente essa necessidade de sair da sua música habitual e mergulhar num meio sonoro que, embora lhe fosse também natural, era novo. O Simão Lamas passou provisoriamente pelo projecto e foi quem gravou os baixos neste disco.

Na verdade, esta banda tem um quarto elemento, tornando-a assim num pseudo-quarteto. O nosso grande amigo produtor Pedro Ferreira acompanhou o projecto desde o inicio, ajudou a compor malhas, a gravar, a misturar e masterizar, a promover, e até a tocar (uma música é uma colaboração assumida que compusemos espontaneamente em conjunto na régie do estúdio HAUS). Enfim, este disco é tão importante para nós como para o Ferreira. É o nosso bebé.

Falem-me mais sobre o nome do grupo e esta “obsessão”, chamemos-lhe assim, por tunings, catanas e a Picheleira.

[Alex] Este nome surgiu numa viagem em que, por acaso, estávamos com o João Figueiras aka fig.gif, o realizador do videoclipe do single “TUNING” e nosso tropa, e falávamos dos carros do mítico jogo GTA. Um dos carros era o Stinger, o carro da máfia Yakuza, que, por acaso, é o adversário do nosso Toyota AE 86, o protagonista do videoclipe. Nessa conversa, o Figueiras atirou para o ar “então e YAKUZA?”.

[André] A “PICHELEIRA SWING” é uma malha bastante especial, não por ser em tocada em swing, mas sim porque todos os nós, a certa altura da nossa vida, vivemos lá e porque também é um sítio conhecido pelo aglomerado de oficinas de carros. 

Houve alguma razão em especial para escolherem a “Tuning” como single de apresentação?

[Alex] Acho que simplesmente foi a que ficou mais no ouvido e, na verdade, pareceu-nos uma boa mascote para representar as outras malhas.

Todos vocês têm (ou tiveram) outros projectos: o que é que procuraram encontrar aqui, musicalmente falando? Houve bandas/artistas-referência para a construção do vosso imaginário sonoro?

[Afonso] Não diria que YAKUZA divirja muito dos nossos outros projectos. As nossas influências musicais afectam-nos a nível pessoal, não apenas a nível do projecto. Contudo houveram referências… GTA 3, Need for Speed, Sega Rally, Gran Turismo. House e UK garage. Jazz modal dos anos 70. E, claro, toda esta onda do “novo jazz” que está a acontecer.

[Alex] Harvey Sutherland; Robert Glasper; Kamaal Williams; Flying Lotus; Ezra Collective; Thundercat; Alfa Mist; Yussef Dayes.

[André] Aphex Twin, Squarepusher, Tigran, Evan Marien, Hermeto Pascoal.

Este projecto é um filho da pandemia ou já andava a ser gravado antes?

[Alex] YAKUZA foi criado muito antes da pandemia, aliás, começámos a gravar o álbum em Dezembro de 2019 no estúdio HAUS, e a ensaiar muito antes disso.

Ouvindo o disco, há a impressão que isto seria coisa para resultar numa festa de arromba ao vivo. Pensaram em adiar o lançamento por existirem tantos condicionamentos para os concertos?

[Alex] Exacto, nós queremos é curtir e dar uma festa de arromba ao vivo. O álbum, que sairá no principio de Novembro, era suposto ter saído mais cedo, mas decidimos adiar exactamente por isso, pelos condicionamentos da pandemia. No entanto, isto não podia ficar mais tempo guardado até porque já estamos a criar novo material e queremos lançar mais e mais malhas.

[Afonso] Já não aguentávamos mais tempo, tínhamos que lançar este disco.


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