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Texto: ReB Team
Fotografia: Cristovão Peças
Publicado a: 19/10/2022

"Escolhias viver rápido ou eternamente?"

[Estreia] E.se convoca Silly e Luca Argel para o terceiro avanço de Mangrove

Texto: ReB Team
Fotografia: Cristovão Peças
Publicado a: 19/10/2022

E.se aparece rodeado de muito boa gente em “Estranha Forma de Vida”, o mais recente single de Mangrove que podem ouvir (e ver o videoclipe) em primeira mão no Rimas e Batidas. Numa corrida contra o tempo, Silly e Luca Argel emprestam a voz, Franklin Beats produz e mistura, Samuel Silva e João Mateus acrescentam saxofone e guitarra, respectivamente, e Beiro embala tudo na masterização.

Depois de “reflexos, surf e tantas outras coisas” (com produção de AZAR AZAR) e ver as “Rosas” a secar na companhia de João Tamura e NED FLANGER, o artista de Almada continua a desvendar mais do sucessor de Serotonina (2021) e tira um pouco do seu tempo para contar mais sobre este novo tema e o que aí vem.



Temos de começar pelo título do tema: porquê “Estranha Forma de Vida?” Não é um título qualquer, tem história. 

Tento geralmente deixar que seja o instrumental a puxar por mim algum assunto que tenha guardado dentro. Quando recebi este instrumental do Franklin, lembrei-me de abordar um assunto que é o de se viver rápido e um pouco cegamente, num imediatismo imposto por uma sociedade que espera acções e números e deixa pouco espaço para as questões necessárias para desenvolver um caminho individual e mais único. Na minha perspectiva, essa visão de se seguir um padrão, prestando pouco tempo ao auto-conhecimento, é uma “estranha forma de vida”. E apesar de na música eternizada pela Amália as suas palavras serem num sentido um pouco oposto, o de se viver seguindo as impulsividades de um coração estranho e independente – “Se não sabes onde vais: pára, deixa de bater, eu não te acompanho mais” – fez-me sentido contrastar com o que para mim é uma estranha forma de vida, algo que realço nos primeiros versos da música:

“Vidas sem freio a rodar em rodas bambas
Embriagadas sem receio e não abrandam
Semicerrados olhos deixam
De escolher rumo, só avançam
No cardume os peixes dançam
No negrume os feixes espantam,
Sem ver fundo não se cansam”

Guia-nos pela criação da faixa e pela escolha de todos as pessoas que contribuem para a sua versão final: com que ideia começaste e como é que pessoas como Silly, Luca Argel, Samuel Silva ou Franklin Beats acabam envolvidos? 

O processo da criação desta faixa iniciou-se em Abril de 2021 e é provavelmente a música que mais tempo demorei desde o conceito inicial até a editar. 

O primeiro contacto que fiz foi com o Franklin Beats para produzir um instrumental que tivesse uma textura que se assemelhasse um pouco a mar e fado, num registo um pouco mais lento que o habitual em que me debruço. Quando ouvi o instrumental surgiu-me rapidamente a temática e lembrei-me logo de ser a música para colaborar com a Silly, algo que já tinha vontade de fazer há algum tempo. Ela gostou bastante da ideia e foi bastante rápida na entrega do verso dela. Na altura, eu tinha uma ideia de refrão mas não estava a colar muito na cena e ambos não estávamos a sentir muito. Ainda andei à volta disso algum tempo até que pensei que era uma música que me parecia à medida do Luca Argel e felizmente ele achou o mesmo!

Após ter a parte vocal pensei em complementar a música com alguma pós-produção e mostrei-a ao Samuel Silva, saxofonista em projectos como os Expensive Soul e Marta Ren, que gostou da ideia e compôs umas frases de saxofone ao longo da música; assim como com o João Mateus, guitarrista e amigo meu que também fez umas linhas extra de guitarra.

Um ano e meio depois e após mistura do Franklin Beats e master do Beiro, para mim valeu toda a espera.

Dizes que este é o terceiro e último single para antecipar o teu segundo álbum. O que podes revelar mais sobre o disco?

Este é, de facto, o terceiro e último single antes do lançamento do disco Mangrove, que se perspectiva que saia no dia 6 de Novembro pela Produções Hipotéticas, o selo com que tenho carimbado os projectos que faço independentemente e onde espero num futuro poder lançar outros artistas.

O projecto será composto por 12 faixas e contém, além deste, os singles já apresentados: “Rosas” com o João Tamura e a “Reflexos, surf e tantas outras coisas”. Tem produção por nomes nacionais como o AZAR AZAR, NED FLANGER, Johnny Virtus, SoulProviders, Filetes, PEDRA, entre outros; e além das colaborações já conhecidas (João Tamura, Silly e Luca Argel), ainda mais duas por nomes familiares do rap português que prefiro guardar até mais perto da data de lançamento.

“Se há uma sombra, há uma luz que a projecta”.


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