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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 08/04/2024

Irrecusável e irrepetível.

Está a chegar o Portalegre JazzFest’24

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 08/04/2024

É já entre os dias 18 e 20 de Abril que o jazz volta a ter lugar de festa no nordeste alentejano. Portalegre será novamente palco de uma programação com nomes incontornáveis deste universo jazzístico naquela que será a 19ª edição do Portalegre JazzFest.

O aglutinador Centro de Artes e Espectáculos (CAEP) será uma vez mais o ponto central no mapa a desdobrar para encontrar uma música emotiva, livre e sonhadora que se anuncia. Com um cartaz gizado entre propostas de nomes cimeiros e outros em plena ascensão, será uma edição a responder ao público que habituou com marcantes concertos e a cativar outros mais a juntarem-se nos três dias de notas soltas a tingir de vários tons do muito que a editora Clean Feed apresenta em catálogo. Mesmo sem ser o festival deste selo, muitos dos nomes programados neste alinhamento são músicos que integram esta imprescindível e incontornável etiqueta do jazz contemporâneo. A Clean Feed e o Portalegre JazzFest cresceram juntos, são da mesma geração, e mantêm uma cumplicidade que vai mantendo em pleno convívio comensal.

Para começar, dia 18 às 18h30 no Auditório do Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, e com direito a entrada livre, apresenta-se a solo Pedro Carneiro. Nome maior da percussão em marimba, solista frequente entre orquestras de renome internacional. Pela Clean Feed tem editados dois imprescindíveis registos em duos de percussão, um de 2023, Pas de Deux, com o helvético Fritz Hauser e um outro, de 2021,  Bad Company, em conjunto com Pedro Melo Alves. Ao JazzFest traz toda a sua mestria para desenvolver uma esperada prestação de improviso livre, o que se reveste como de irrepetibilidade e oportunidade ímpar. No segundo concerto do dia, de arranque às 21h30, sentam-se nos dois pianos no Grande Auditório do CAEP dois enormes músicos, Mário Laginha e Pedro Burmester. Para responder a este convite do festival trazem a música de um terceiro — o eterno e fundamental compositor-pianista Bernardo Sassetti. Serão deste saudoso compositor as peças a tocar pelos companheiros em palco, pelo que prevêem em abundância momentos geniais repletos de emoção evocativa.



Dia 19, sexta-feira, segundo dia de festival e com dose dupla de concertos no CAEP. Primeiro às 21h30 no Grande Auditório (GA), palco para Mário Costa com Chromosome. Numa formação em multilingue, em quarteto, com Costa na bateria e electrónicas, Gileno Santana no trompete (em disco foi Cuong Vu), Benoît Delbecq no piano, sintetizadores e electrónicas, e Bruno Chevillon no contrabaixo. Trazem Chromosome, disco gravaram para a Clean Feed em 2023. Nesse registo Costa mostra uma genética composicional inspirada, emaranhadas nos novelos de cromossomas emparelhados, em que o ADN de cada músico se revela em disco e em palco. Lugar depois às 23h15 no Café-Concerto para a segunda formação da noite, com o trio de Villavecchia estendido no JazzFest a quarteto. A formação nativa de Barcelona, com Liba Villavecchia no saxofone alto, Álex Reviriego no contrabaixo e o luso-catalão Vasco Trilla na bateria, convida Luís Vicente para ampliar o poder e fantasia nos sopros, com o seu efervescente trompetismo. Em trio nuclear, gravaram Birchwood para a Clean Feed no ano passado, um álbum composto inteiramente por temas escritos por Villavecchia e ensaiados na estrada, enquanto este trio se apresentava em digressão. Acabado de chegar até nós nesta primavera está Muracik. Álbum com chancela Clean Feed, com este quarteto a emanar uma brisa que transporta anunciadas “sonoridades e sensações da sua nativa Península Ibérica”.

Ao terminar, dia 20 às 21h30, o palco do CAEP-GA está reservado para o trio equitativo composto por Sophie Agnel, John Edwards e Steve Noble. Trio que se apresenta segundo o principio libertário “sem deuses, nem mestres”, onde a expressão individual de cada músico fará a condução vital no percurso desfrutado em companhia mútua e simultânea da música. Agnel estará ao piano, para semear o terreno fértil com livres improvisações, ao seu lado haverá um imprescindível Edwards no contrabaixo com que tantas outras formações têm podido contar, e caberá Noble na bateria, como terceiro condutor inventivo. Em tempos idos editaram pela Clean Feed Meteo (2013), feito de uma música eloquente em tudo circular. No ano passado fizeram parte do estreante Causa|Efeito e deixaram Rui Miguel Abreu a interrogar-se para que precisaria de palavras para os descrever em reportagem assinada para o Rimas e Batidas. Ainda assim rematou a prestação em palco dando conta que: “É um trio de altamente experimentados mestres que não temem mergulhar no desconhecido.” E quase por desconhecido poderão passar Garfo, quando comparados com a veterania de idades, de estrada e discos, dos demais companheiros de cartaz neste festival. Às 23h15, no Café-Concerto do CAEP, será o momento de conferir a frescura inventiva deste quarteto onde militam os cada vez mais conhecidos Bernardo Tinoco no saxofone tenor, João Almeida no trompete, João Fragoso no contrabaixo e João Sousa na bateria. Estes mesmos quatro “dentes” de Garfo apresentaram-se em homónimo e premiado registo na invariável Clean Feed em 2021, e preparam um sucessor disco previsto para breve. São irreverentes músicos na flor da idade que vão em cada nova prestação acrescentando camadas de maturidade sedimentando uma música inovadora e fresca.

Assim, irrecusável, será este Portalegre JazzFest. Depois, não servirá de muito apenas ler e ouvir o que de irrepetível aconteceu. Marquemos encontro por lá!


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