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Fotografia: Matthew Benson
Publicado a: 19/03/2020

Fazer a dança da chuva ao som da artista britânica.

Emma-Jean Thackray: “Quero fazer isto a longo prazo, a minha ideia é ficar aqui muito tempo”

Fotografia: Matthew Benson
Publicado a: 19/03/2020

Emma-Jean Thackray acaba de lançar Rain Dance, EP que marca o arranque da sua editora, Movementt, uma “casa dentro de outra casa”, como ela mesmo refere. O facto da “outra casa” ser a Warp é significativo: esta importante editora tem sido determinante no desafio constante de convenções, apostando ao longo da sua ilustre história de mais de duas décadas em artistas visionários, capazes de desbravar novos territórios. E poderá muito bem ser esse o caso da jovem trompetista que é também produtora e compositora, beatmaker e DJ e, como se tanto não bastasse, prolífica multi-instrumentista capaz de se expressar também no baixo ou na bateria, nos sintetizadores ou no trombone.

Vinda de York, onde uma tradição própria das comunidades mineiras a levou às “brass bands” (o equivalente das nossas bandas filarmónicas) e ao trompete, estudou jazz no País de Gales e em Londres, cidade onde finalmente encontrou a sua casa espiritual, onde se integrou numa vasta e agitadíssima cena que se tem sabido exportar para o mundo. Emma-Jean não nega que haja um forte espírito comunitário a suportar uma cena que tem oferecido à modernidade jazz nomes como os de Shabaka Hutchings ou Nubya Garcia, Theon Cross ou as Nerija, mas também é suficientemente viajada para reconhecer que isso não distingue Londres de outras cidades, como Chicago ou Los Angeles, onde existem comunidades de similares dinâmicas.

Seja como for, a visão agora estruturada em Rain Dance (que mereceu já atenção na rubrica Notas Azuis), que promove o encontro de uma ideia muito própria de jazz com uma sensibilidade hip hop e uma sintonia fina com a ideia de pista que há décadas é refinada em Detroit, afirma-a como mais uma válida peça no vigoroso mecanismo que tem impulsionado a cena londrina de jazz contemporâneo. E é bom saber que ainda é só o começo: até ao fim do ano, revela Emma-Jean, deverá surgir o seu álbum de estreia.



Comecemos pelo teu background: és apontada como uma das protagonistas da cena londrina, mas na verdade nasceste e cresceste no norte de Inglaterra, certo?

Exacto, cresci em Yorkshire, no Norte do país, numa zona muito rural onde não se pode dizer que aconteça muita coisa ligada ao jazz. É uma área, no entanto, onde há muitas “brass bands” (bandas filarmónicas) tradicionais, algo que se liga ao facto de ser uma zona de forte implantação de comunidades mineiras, onde havia muitas minas e, portanto, muitas bandas deste género.

Viajei por essa zona o ano passado, por York, Hexham, Lindisfarne, etc. É uma área muito bonita do país, mas bastante diferente de Londres…

Sim, muito bonita de facto, mas é, ao mesmo tempo, uma “besta” muito particular, com uma cultura bastante única e peculiar, o que não deixa de ser interessante, à sua maneira.

E como é que um lugar desses te empurrou para a música?

Foi na escola. Eu tinha uns oito anos quando comecei a aprender a tocar corneta, um instrumento algo semelhante ao trompete, com uma forma ligeiramente diferente, e a inserir-me nessa tradição das “brass bands”. Eu tinha um amigo que já tocava, aquela era a nossa realidade, o instrumento era muito barulhento e eu pensei, “se calhar também devia experimentar”. A dada altura já estava numa filarmónica fora da escola enquanto tocava ainda com uma dessas bandas na escola. Estava rodeada de metais, na verdade. Aos 13 ou 14 anos fui nomeada solista numa destas bandas e o maestro mandou-nos estudar uma peça, o “Concierto de Aranjuez” (N.R.: peça clássica do compositor espanhol Joaquín Rodrigo).

De que Miles Davis tem uma incrível versão…

Exacto, era o que eu ia dizer. Foi isso que me levou ao jazz… Comecei a procurar versões dessa composição,  e isto foi na época em que se começou a poder descarregar música da Internet, e sem saber o que era descarreguei o álbum Sketches of Spain, do Miles Davis. Eu não fazia ideia… “Quem é este tipo?…” Mas o disco deixou-me absolutamente rendida.

Tens noção de que não há acidentes e isso foi o universo a apontar-te o caminho?…

[Risos] De certeza que sim! Que outra coisa poderia ter sido?…

Como é que prosseguiste os estudos?

Ainda em Yorkshire participei em diferentes ensembles e estudei de forma muito séria corneta e trompete durante toda a adolescência. Depois fui para um Conservatório no País de Gales, onde obtive um bacharelato em jazz e levei mais longe os estudos de trompete. Só depois é que me mudei para Londres para obter o meu mestrado em jazz e composição.

Tens outros skills, para lá do trompete: sabes mexer-te em estúdio, és produtora e beatmaker e DJ. Quando é que começaste a desenvolver essa parte das tuas capacidades, a trabalhar com tecnologia, para lá de um instrumento mais convencional?

Na verdade, foi sempre uma coisa em paralelo, esteve sempre presente a partir do momento em que me comecei a interessar por música. Ainda adolescente comecei a fazer beats usando MIDI. Fazia muitas coisas com MIDI nessa altura, só para me divertir, não era algo que mostrasse a alguém. Quando me mudei para Gales é que comecei a fazer beats mais convencionais, com samples e tal. Foi uma fase em que escutei muito J Dilla, Madlib e artistas dessa onda. Fazia beats em casa, só para passar o tempo. Ao mesmo tempo, graças aos estudos, estava a escrever música muito densa, dentro do espírito do jazz, e a manter tudo separado. Só mesmo antes de me mudar para Londres, quando estava a concluir a licenciatura, é que comecei a tentar cruzar esses dois mundos. Foi quando percebi que não era obrigatório manter tudo separado e que fazer beats e tocar jazz e ser a mesma pessoa era algo normal.

E algum dos beats dessa era chegou a ser usado por algum MC? Ou mantiveste essa produção sempre privada?

Fazia-os para mim, principalmente. Nunca os usei, nunca os mostrei… Talvez um par deles possam ser editados um dia… os melhorzinhos… A maior parte deles surgiram apenas como parte do processo de tentar encontrar o meu som. Não tenho assim tanta certeza de que devam ser ouvidos por mais alguém [risos]…

Imagino que Londres tenha parecido uma realidade muito diferente, quando lá chegaste vinda de Gales. Foi estranho ou encaixaste-te logo?

Senti-me logo em casa, devo admitir. O que eu senti foi que a escala era outra: a cena em Leeds era óptima, mas muito pequena, o mesmo em Gales. Portanto o facto de ter muitas opções de lugares onde ir, por oposição às realidades que eu já conhecia das outras cidades onde havia um ou dois lugares interessantes, era fantástico. Em Londres havia sempre coisas para fazer, lugares para ir todos os dias, muitos concertos. E foi isso que me fez logo sentir-me em casa ao passo que nos outros sítios em que vivi sempre me senti uma estranha: em Yorkshire eu tinha a minha família, mas não deixava de ser a esquisita da família, e em Gales eu era a esquisita sempre nas margens, sempre de fora. E de repente senti que deixei de ser a miúda estranha da família ou a miúda estranha que gostava de jazz e de hip hop e que fazia beats em Gales para passar a ser alguém normal porque à minha volta, em Londres, havia outras pessoas como eu. De certa maneira foi como finalmente descobrir uma casa onde me sentia acolhida.

Muito se tem escrito sobre a cena de jazz em Londres e parece haver esta ideia comum a todos os textos que é a exaltação do espírito comunitário que marca este presente, com a referência a espaços como o Total Refreshment Center, a instituições como a Tomorrow Warriors. É uma construção ou é real? Tem a ver com a procura de um carácter distinto para este presente ou é de facto algo com tradução concreta?

Diria que é um pouco de ambos. Existe de facto uma comunidade, com muitos de nós a virem da mesma universidade, a Trinity, e de facto é verdade que nos conhecemos, que tocamos juntos, que nos apoiamos mutuamente. E é verdade também que a imprensa pegou nisso, por ter percebido que é algo que distingue esta cena musical de outras correntes que talvez não tenham essa prática como factor comum. Sobretudo este lado colaborativo, de todos estes músicos tocarem juntos em diferentes ensembles. Isso pode parecer estranho para quem segue outras cenas, mas na verdade não é nada de novo no jazz. Isso não é uma “coisa de Londres” e sucede noutras cidades como Los Angeles ou Nova Iorque e Chicago. As pessoas tocam nos discos umas das outras porque isso é normal. Tocar com outras pessoas e improvisar em diferentes contextos é factor determinante nesta música. Por isso, de certa maneira, até me parece estranho ler por vezes que as pessoas acham extraordinário que nos conheçamos e toquemos juntos. Isso é a nossa normalidade.

Outro factor marcante, pelo menos para quem, como é o meu caso, observa a cena londrina a partir de uma realidade tão distinta como a portuguesa, é a quantidade de mulheres instrumentistas e líderes. Foi algo que percebeste quando chegaste a Londres ou é fruto de uma cultura mais ampla?

Na verdade, não foi assim tão raro ir encontrando outras jovens mulheres a tocarem diferentes instrumentos em Yorkshire ou no País de Gales. É algo que vem do sistema escolar britânico e que tem ampla expressão no país: as raparigas não são afastadas, pelo contrário, são encorajadas a pegarem em instrumentos. E para lá das escolas há muitas outras iniciativas educacionais a tentarem interessar as raparigas por música, por diferentes instrumentos. O que está a acontecer é que estamos finalmente a ver os resultados desse esforço implementado no sistema escolar. Em Londres há outras organizações fantásticas que encorajam as raparigas a tocarem instrumentos. E o que se passa é que estamos a colher os frutos dessa normalização, já não é o caso de ser tão raro que se torna simbólico. Em Londres não é invulgar eu dar por mim no cartaz de um evento em que surgem mais mulheres instrumentistas ao passo que por vezes já dei por mim em eventos internacionais em que sou a única mulher no cartaz ou até a primeira mulher líder de um ensemble a apresentar-se nalguns espaços. Espero que nesse aspecto pelo menos o Reino Unido possa ser um exemplo para outras culturas e que a nossa cena possa inspirar raparigas a começarem a tocar jazz noutros pontos do mundo.



E quanto a uma dimensão política, pode falar-se nisso? Não será essa uma mensagem importante? A que é transmitida por uma cena que consegue não apenas ter mulheres líderes, mas mulheres de diferentes culturas, cores e backgrounds a tocarem em lugares de destaque?

Penso que essa consciência política varia de artista para artista, mas viver em Inglaterra ou em Londres actualmente implica equilibrar o facto de se ter uma boa qualidade de vida, um bom conforto, mas também combater o governo conservador que ameaça esse status quo. Vivemos num contexto interessante em que por um lado há de facto esse impulso educativo para as pessoas aprenderem a tocar instrumentos, um impulso que vem das famílias, mas que depois é amplificado por instituições, etc. Mas, por outro lado, os mais jovens não concordam com a forma actual de gerir o país e isso é algo que alimenta a criatividade, essa insatisfação. Já estive em lugares em que a qualidade de vida é fantástica, as pessoas vivem bem, de forma muito confortável, mas não são lugares com grande chama criativa. Simplesmente porque não há nada contra o que lutar.

A resistência é sempre combustível da inspiração…

Sim, mas é necessário um equilíbrio, porque resistir sem meios para criar também não é bom. Nesse sentido, posso dizer que o Reino Unido é um lugar fantástico porque mesmo tendo um governo que inspira essa resistência ainda proporciona aos cidadãos as ferramentas para criar.

Falemos de influências, de referências. Já deixaste cair o nome de Miles Davis e, na vertente hip hop, mencionaste também Dilla e Madlib. Que outros mestres te marcaram?

Há montes de nomes que poderia agora dizer. Não apenas grandes nomes do passado, mas gente com quem me cruzei. Mas falando de mestres indiscutíveis tenho que destacar o Sun Ra. Ele está lá no topo, certamente, e nem sequer me refiro apenas à componente estética da sua obra, mas também à forma como ele geria a Arkestra, que era muito interessante, com todos a viverem juntos, a partilhar uma ética e uma prática de vida, o que lhes deu uma dinâmica de grupo muito particular. É claro que algo assim não poderia acontecer agora porque as pessoas simplesmente já nem estão dispostas a viverem assim. Outro nome crucial para mim é o de Alice Coltrane: toda a carreira dela é significativa, mas devo mencionar com particular ênfase a parte final da carreira, quando ela já nem sequer compunha, mas dedicou-se aos hinos espirituais, vivendo retirada. Acho isso completamente fascinante, esse lado ascético. Eu tento também criar música que seja algo mais do que apenas um conjunto de notas, por muito bem arrumadas que elas possam estar. Música que tenha algum peso conceptual, algum lastro espiritual, que busque algo mais noutras dimensões. Sim, a Alice Coltrane tem sido uma influência profunda na minha vida.

Duas coisas que na verdade nem precisas de saber, mas que eu não resisto a partilhar: tenho uma tatuagem do rosto de Sun Ra e uma gata chamada Alice Coltrane. Percebo inteiramente o que me estás a dizer…

[Risos] Uau.

Falemos de coisas realmente importantes, agora. Sobre a Movementt: a ideia é que este selo sirva só para lançares música própria ou admites trabalhar com outros artistas? E como é que surgiu o acordo de distribuição com a Warp Records?

Bem, eu queria ter uma casa para a minha música. Já lancei um par de coisas em diferentes editoras e tive contactos com muitas outras etiquetas. Recebi várias propostas também neste último par de anos, mas nenhuma dessas propostas me soou 100 por cento tentadora. Tenho a certeza que poderia ter aceite vários desses convites e encetado jornadas fantásticas ao lado de gente muito apaixonada por música, mas o facto de eu trabalhar de modos muito diferentes nunca me deixou sentir que pudesse vir a ter com essas editoras uma relação de inteiro conforto em relação a tudo o que pretendo fazer, sem limites ou barreiras. O que eu sentia sempre era algo como: “Bem, estes tipos vão ser fantásticos para eu lançar coisas mais house, mas não vão compreender as minhas coisas mais free jazz” ou então “esta editora seria perfeita para eu lançar o meu material mais free, mas não vão entender as minhas coisas mais hip hop”. E eu queria encontrar um espaço que me permitisse ser todas essas coisas, que me permita, se quiser, a cada mês lançar alguma coisa completamente diferente da anterior, que isso não seja um problema nem se depare com obstáculos ou vontades menos empenhadas. E o acordo com a Warp surgiu, em primeiro lugar, porque eu sempre adorei o catálogo deles, tudo o que eles lançam é realmente fantástico e embora eles tenham uma clara inclinação electrónica isso nunca foi impeditivo deles explorarem outros territórios e eles trabalham com artistas de universos sonoros muito diferentes, algo que eu sempre admirei. Quando falei com eles percebi que estavam abertos a eu ter uma casa dentro da casa deles. Por isso a ideia é que a Movementt sirva sobretudo para eu apresentar a minha própria música, mas espero que à medida que o tempo vá passando possa haver outros artistas envolvidos neste projecto e até já estou a conversar com muita gente. Mas não tenho qualquer tipo de pressa já que, como disse, a marca foi estabelecida, em primeiro lugar, para mim mesma. Mas se num momento futuro eu puder funcionar como porto de abrigo para outros artistas que não se encaixem bem noutros selos, então eu adoraria poder proporcionar esse amparo.

Quanto ao novo EP, e apenas porque as pessoas normalmente gostam de etiquetar as coisas: continuas a olhar para esta música como jazz ou já a vês como algo de diferente?

Bem, eu sou, antes de qualquer outra coisa, uma trompetista de jazz. Não me incomoda que as pessoas se refiram a mim como uma artista de jazz, porque foi a música que eu passei muitos anos a estudar e a linguagem do jazz é uma parte importante da minha música. E essa essência da improvisação jazz está bem no centro de tudo o que eu faço. Mas… bem, há tantas outras influências, tantos outros universos sonoros que me interessam… Não é que a música que faço não seja jazz. É, certamente, jazz, mas é também mais do que apenas isso. Mas por mim as pessoas podem chamar-lhe o que quiserem. Quando crio não penso em rótulos, mas compreendo que seja importante para a forma como se embala e apresenta qualquer música. Por isso não me oponho a que as pessoas se refiram à minha música como elas acharem que se devem referir para a poderem encaixar e compreender. O importante é que a ouçam.

Podes por favor descrever brevemente o processo de cada uma das faixas do EP? Há partes que soam claramente como tendo sido gravadas ao vivo, mas também há outras em que se sente mais o teu dedo de produtora e as possibilidades que o estúdio moderno oferece…

Há um pouco de tudo, na verdade. O tema “Raindance” foi feito completamente ao vivo no estúdio: gravámos um par de takes e escolhemos o melhor, não há edits – é o que é e pronto, o áudio foi registado inteiramente ao vivo com os cinco músicos a tocarem juntos. As duas faixas seguintes – “Open” e “Open (Again)” – são uma espécie de mistura: a “Open (Again)” tem um solo de bateria gravado ao vivo e os vários elementos do arranjo em torno do solo foram também gravados ao vivo, mas eu depois editei tudo e acrescentei sintetizadores, trompete e mais umas coisas. A “Open” parte de um sample que eu fiz do material do Dougal (Taylor, baterista) registado nessas sessões. Depois samplei mais algum do material gravado aí e arranjei tudo e no topo acrescentei baixo, vocais, trompete, sintetizadores, etc. Tratei o tema de um ângulo hip hop, samplando uma parte já orquestrada e depois arranjando isso à minha maneira, como se estivesse a samplar esse material de um disco já lançado. Finalmente, a última faixa, “Movementt”, fui eu que a fiz inteiramente sozinha, no meu estúdio, da mesma forma que fiz o disco anterior, o Ley Lines: fui gravando cada instrumento ao vivo, mas tentando sempre em cada instrumento ser um personagem diferente, reagindo a mim mesma, sabendo a estrutura e portanto tocando dentro dessa estrutura, mas como se fosse outra pessoa a interagir com outros músicos.

Esse tema lembra-me muito coisas que têm sido feitas em Detroit por gente como Theo Parrish ou Moodymann…

Eu ouço muita dessa música… O Theo Parrish é uma referência muito importante para mim no que diz respeito a essa corrente de Detroit, alguém que eu escutei muito atentamente. Tive muita sorte em poder conhecê-lo há um par de anos em Montreal, no Canadá, quando participei na Red Bull Music Academy. Passámos algum tempo juntos, improvisámos juntos e fizemos alguma música juntos. Fui sempre uma enorme fã do trabalho dele.

Última pergunta: tens lançado coisas no formato EP. Haverá um álbum teu na rua em breve?

[Longa pausa]… Sim…! [Risos] Não sei exactamente quando é que isso acontecerá, mas sim, estou a planear lançar muita música este ano. E até ao final do ano deverá haver um álbum nas ruas. Vamos a ver. Eu estou constantemente a fazer música e já tenho um par de coisas terminadas prontas para serem editadas, por isso vamos a ver como é que corre. Não pretendo lançar tudo o que faço, nem fazê-lo demasiado rápido porque cada projecto deve ter o seu próprio espaço para respirar, para que as pessoas possam absorver cada coisa. Se eu amanhã lançasse tudo o que tenho pronto, muitas das coisas passariam despercebidas porque as pessoas nem iriam ter tempo para dar atenção a tudo.

E será possível ouvir música tua num álbum de alguém como Dave ou Stormzy ou alguém assim? Haverá alguma colaboração com algum rapper?

Não tenho planos neste momento nesse campo, mas estou muito aberta a esse tipo de colaborações, isso é algo que me interessa muito. Tenho alguns amigos rappers com quem tenho feito algumas coisas, por isso talvez algo surja nesses domínios.

Vai ser possível ouvir-te ao vivo em Lisboa? Sabes se há alguma coisa programada?

De momento não, adoraria, até porque tenho amigos a viverem em Lisboa que passam a vida a desafiar-me para eu ir tocar aí. Mas sou uma pessoa paciente e sei que isso há-de acontecer mais tarde ou mais cedo… só agora, aliás é que estou a planear a minha primeira digressão. Nunca fiz uma digressão no Reino Unido, na verdade, mas vai acontecer em breve. Tal como já fiz vários EPs e nunca lancei um álbum, também já fiz muitos concertos soltos, mas nunca uma digressão. Mas quero fazer as coisas bem e para isso ter paciência é importante porque quero fazer isto a longo prazo, a minha ideia é ficar aqui muito tempo.

Essa é a maneira correcta de fazer as coisas, de facto. Em relação a essa digressão, que banda vais levar contigo?

Será um quarteto: eu mesma no trompete, electrónica e voz e depois tuba, teclados e bateria.


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