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Texto: ReB Team
Fotografia: Tiago Fezas Vital
Publicado a: 18/01/2023

Musas inspiradas.

Em disco e em concerto: Calíope exalta a mulher enquanto criadora

Texto: ReB Team
Fotografia: Tiago Fezas Vital
Publicado a: 18/01/2023

Dia 1 de março, nove artistas femininas cruzam-se em Calíope, um projeto conceptual imaginado por Marta Hugon e que tem a sua primeira apresentação ao vivo agendada para 8 de Março, no Teatro Maria Matos, em Lisboa.

À voz da sua criadora, juntam-se ainda as de Aline Frazão, Ana Bacalhau, Elisa Rodrigues, Joana Alegre, Joana Espadinha, Joana Machado, Luísa Sobral e A garota não, esta última a autora de 2 de abril, um dos melhores álbuns nacionais de 2022 na óptica do Rimas e Batidas. Em disco e em palco, apresentam nove hinos assertivos a favor da emancipação da mulher enquanto artista e da ressignificação do papel da “musa inspiradora”, através de composições poéticas e interventivas sobre as mais oníricas tapeçarias sónicas.

Prova disso são os dois singles de avanço desta obra já disponíveis para ouvir: “Calíope” de Marta Hugon, uma música que fala sobre deixar os desejos interiores à mercê da vontade de livre expressão, com uma linda melodia de saxofone e anotações que quase parecem oriundas de uma caixinha de música; e “Corpo ao Manifesto” de Elisa Rodrigues, um grito de determinação acerca da constante luta para “agradar” enquanto mulher, em cima de um instrumental mais dançável e que emana a energia da própria composição — “eu só não vou onde eu não quiser,” canta.

Sobre o processo de criação deste importante LP, chegou à redação do Rimas e Batidas um comunicado de Marta Hugon, uma das intérpretes e o cérebro por detrás do projeto que tem apoio e promoção da Akto – Direitos Humanos e Democracia, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e da Sociedade Portuguesa de Autores:

“Calíope tem sido uma aventura surpreendente. Todas as mulheres que convidámos para o projecto se envolveram com ele de uma forma muito particular. À medida que fomos recebendo as canções (e que escrevi a minha) ficou bem claro para mim que cada uma de nós apresentaria um ângulo diferente do que é isto de ser mulher e criadora. De alguma forma é como se tivéssemos 9 singles num disco e 9 singles muito bonitos, cada um à sua maneira. Os mitos só serão reinventados recorrendo ao lado masculino e feminino da criação e nenhum de nós é inteiramente uma só coisa. O trabalho e a sensibilidade do Luís Figueiredo foram fundamentais nisso, bem como a entrega e química da banda que gravou connosco. As mentalidades demoram tempo a mudar, mas eu gostava que Calíope pudesse tocar todas aquelas que sonham ter um futuro como instrumentistas, cantoras, compositoras e letristas.”

A seguir à edição, Calíope terá uma estreia ao vivo numa data e sala ambas elas simbólicas — 8 de março, Dia da Mulher, e no Teatro Maria de Matos, cujo nome presta homenagem a uma ilustre figura feminina das artes cénicas em Portugal. No concerto registam-se também as participações de Luís Figueiredo (piano, teclados e direcção musical), Diogo Duque (trompete e flauta), Ana Isabel Dias (harpa), Sofia Queiroz (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).


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