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DJ Dadda estreou-se nos temas originais. “Cafeína”, que antecipa o primeiro álbum do artista da Bridgetown, conta com a participação de Plutonio e co-produção de Mr. Marley e tem um videoclipe realizado por Pluma & Pedro Dias.
Com origens no circuito soundsystem e dancehall em Portugal — pela mão dos Rastafire Sound — a carreira a solo de DJ Dadda foi ao encontro do hip hop, r&b e suas ramificações em 2014. Muitos dos grandes palcos e clubs nacionais já foram riscados da sua lista pessoal de conquistas, bem como algumas estações de rádio que têm vindo a requisitar a sua curadoria musical — já teve um programa na onda FM do MEO Sudoeste e actualmente gere a Bridgetown Radio Show na Mega Hits.
É também frequente ver DJ Dadda em palco na retaguarda de Mishlawi e Plutónio, seus colegas de label. Este último foi o escolhido para dar arranque às edições do DJ/produtor, seu colaborador em “Cafeína” — tema que enfatiza a tal Lisboa global e multicultural, estabelecendo uma ponte sónica sónica que vai desde a bass music à cena afro. A faixa antecipa ainda um disco de originais por parte de Easy Dadda, cuja edição nos foi apontada pelo próprio para o final deste ano.
A tua careira enquanto DJ já se estende há mais ou menos 10 anos, correcto? O que te fez dar o “click” para ingressar na produção também?
Para ser sincero não sei. A minha noção de tempo é terrível. Mas acho que ainda vou em 8 (quase 9). Não houve só um “click”, mas vários. Mas o que me fez mesmo começar foi ter chegado a uma altura em que senti que não poderia progredir muito mais na carreira como DJ, nem marcar a diferença, sem contribuir com algo mais.
Como é que tudo se processou — desde o processo de aprendizagem até à prática, para começares a fechar os temas que andas a preparar para o teu álbum de estreia?
Essa parte foi dura. Com algumas batalhas internas comigo e com a minha equipa. Por um lado existe o medo de ser ultrapassado pelo mundo e por outro existe o meu standard do que é aceitável sair associado ao meu nome. O meu objectivo é inspirar quem me inspira. É mostrar um beat a um artista que o faça dizer logo — “É isto!”
Além de partilhares o “balneário” da Bridgetown com o Plutonio passas também muito tempo com ele na estrada para os concertos. Era um desejo teu que o primeiro tema revelado fosse com ele? O que teve na base para este “Cafeína”?
Na verdade, nunca pensei muito sobre como ou com quem queria que fosse a minha primeira música. O “Cafeína” surgiu de eu achar que eu, o Plutonio e os fãs dele “precisavam” de o ouvir num registo afro trap. O Plutonio é muito versátil e até à data ouvimos várias coisas dele mas não neste registo. Mal lhe mostrei o beat ambos soubemos que ia ser especial.
Também contas com uma ajuda do Mr. Marley na produção da faixa — um artista que partilha das mesmas “raízes” que tu, com escola na cultura soundsystem e dancehall. Já se conheciam antes de trabalharem juntos neste tema? Explica-nos como foi o trabalho em equipa.
Já. Eu e o Marley conhecemo-nos back in the days — parece que foi noutra vida — após os Supa Squad (na altura ainda Mr. Marley & Zacky Man) lançarem o seu primeiro tema “System Ovaload”, que abanou por completo a cena soundsystem. Fast forward para 2018, já sabia que o Marley produzia e quando tive a ideia de fazer este tipo de sonoridade dei-lhe um toque porque sabia que íamos chegar a algo bom rapidamente. O Marley tem trabalhado com muita gente e em breve será um nome incontornável na musica de dança em Portugal.
Sei que preparas agora um disco. Podemos contar com este “Cafeína” no alinhamento? Já nos podes revelar o nome do trabalho ou alguns dos convidados que vais ter a cantar sobre os teus instrumentais?
Claro. O “Cafeína” é o meu primeiro single e, como tal, fará parte do alinhamento do álbum/mixtape. Não vou revelar o nome porque acho que isso será a ultima coisa que vou fechar e, na verdade, é uma coisa que não me preocupa muito neste momento. Os artistas… Vão ter de esperar para ver mas contem com a Bridgetown em peso e a fazer o que cada um faz melhor!