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Fotografia: Arlindo Camacho
Publicado a: 18/10/2019

conversations with the beat sai no início de 2020 através da Discotexas.

Da Chick anuncia disco novo com duplo single: “Sinto mais liberdade para divagar e arriscar”

Fotografia: Arlindo Camacho
Publicado a: 18/10/2019
“conversations / watch me go” é o lançamento que levanta o véu que cobre o novo longa-duração de Da Chick. conversations with the beat está apontado para chegar no arranque de 2020 por intermédio da Discotexas. Prestes a celebrar o quinto aniversário, Chick To Chick foi o álbum de estreia de Teresa de Sousa. A MC e cantora tem sido uma das vozes de maior destaque no circuito da música de dança no nosso país, estabelecendo pontes entre a música electrónica mais dançável e a herança deixada pela cultura afro-americana através de géneros como a soul, o funk, a disco ou o hip hop. Apesar da distância temporal que separa o seu próximo LP do anterior, Da Chick tem sido generosa para com os seus seguidores na quantidade de música que edita. Em 2017 lançou o EP Call Me Foxy, também pela Discotexas, este ano colaborou com Mirror People e participou numa compilação da DJs For Climate Action. E não se fica por aqui: os mais atentos têm tido a oportunidade de acompanhar de perto a sua evolução enquanto produtora, faceta que assume em definitivo para a concepção do seu novo disco, através da plataforma Mixcloud, o recanto da Internet onde encontra a descontracção necessária para partilhar algumas das suas experiências nesse capítulo. “Isto sou eu em busca de liberdade”, explica Teresa de Sousa na press release que aterrou recentemente na caixa de correio do Rimas e Batidas e que nos levou a trocar algumas impressões com a artista, que se mostra orgulhosa desta nova etapa, que irá culminar com a edição de um álbum inteiramente produzido por si.

Falas numa “busca de liberdade” na apresentação do teu próximo trabalho. De que forma é que o conversations with the beat permitiu soltares-te mais do que nos teus registos anteriores? Acima de tudo permitiu uma auto-descoberta mais expansiva, foi um processo solitário mas muito necessário nesta fase da minha vida. Sentia uma vontade de fazer música sozinha, ao meu ritmo, 100% vinda de mim, sem estar dependente de pessoas, horários ou vontades. Sempre que me sentia inspirada abria um projecto, ligava teclados, drum machines, guitarra, e começava (literalmente) a sacar sons, acordes, notas… Sem saber muito bem se “aquilo” estava bem ou no tom. Soava bem, sabia-me bem, gravava. O facto de ter começado a viver sozinha ajudou bastante, montei o meu modesto estúdio em casa e fosse a que horas fosse, voava para lá sempre que tinha ideias urgentes. Dei por mim e estava a fazer música. E uma música algo diferente daquilo que tinha feito até aqui. Acho que essa liberdade que fui encontrando ao longo deste processo todo acabou por definir a sonoridade deste álbum. Espaço, tempo e ambiente. Esta parece-nos a conclusão mais lógica de um período em que te “fechaste” para testar novas coisas, algumas delas que até partilhaste discretamente no teu Mixcloud. Como olhas para a Da Chick neste momento, enquanto cantora, MC e produtora? Para ser sincera, eu ainda não acredito que fiz estas músicas. Que consegui compor algo tão puro e transparente. Estou orgulhosa desta Chick e espero motivar muitas pessoas. Há mensagens espalhadas pelo álbum que procuram isso mesmo — incentivar a fazer! Incentivar a sermos nós próprios e a superarmo-nos, sem medos, sem regras. É até curioso uma dessas mixtapes se intitular Don’t Feel Like Talkin’, sendo que para o teu próximo álbum já admites estar apta a “conversar com o beat“. Que processo foi este pelo qual passaste e em que momento é que te desperta a vontade ou necessidade de partir novamente para um LP? É verdade [risos]. E agora que olho para trás penso que afinal não era não apetecer-me falar. Descobri que afinal até posso falar com beats, posso expressar a minha musicalidade com outros instrumentos que não a voz e isso não quer dizer que não queira falar. Eu adoro escrever, adoro cantar, adoro entreter, mas chegou a um ponto em que quero mais. Há 10 anos nem sabia que gostava de cantar, percebia zero de música, e desde então esta vida tem sido uma aprendizagem e estou em constante mutação. conversations with the beat tornou-se um álbum por si, fui fazendo beats, testando métodos novos, e comecei a reparar que a vibe geral era chill, despreocupada e algo experimental. É engraçado porque a minha forma de fazer música colaborando com outros produtores parte para coisas muito mais estruturadas, mais pop, mais single friendly. Quando produzo sozinha o que me sai é tranquilidade… Sinto mais liberdade para divagar e arriscar. Lanças agora duas faixas que nos ajudam a antecipar o que pode vir no teu próximo trabalho: a “conversations”, em que te mostras num registo hip hop mais pujante do que o habitual e que soa à introdução perfeita para um disco; no outro lado tens a “watch me go”, um tema de dança disfarçado de balada com muita exploração sónica à mistura. De que forma é que estas duas canções, tão distintas entre si, nos ajudam a traçar um perfil daquilo que será o conversations with the beat? É uma Da Chick nova, quero assumir e explorar isso ao máximo. A razão de querer lançar estes dois temas em especifico é, ao mesmo tempo, para mostrar já o espectro do álbum. Todo o recheio é uma mistura destas duas músicas, portanto posso dizer que vai do hip hop e soul ao house. É muito difícil para mim falar em géneros, sobretudo neste álbum. Mas posso revelar que durante a sua produção ouvi muito hip hop de true queens, Neneh Cherry, Queen Latifah, muito Khruangbin e muito house de Detroit. É soulful music, mostly.

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