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Texto: ReB Team
Fotografia: Arlindo Camacho
Publicado a: 26/04/2019

Teresa de Sousa entrou na mais recente compilação da DJs For Climate Action com o tema “Lárirá”.

Da Chick: “Eu acredito que a nossa geração está mais atenta e menos preguiçosa”

Texto: ReB Team
Fotografia: Arlindo Camacho
Publicado a: 26/04/2019

A nova compilação do colectivoDJs For Climate Action conta com uma portuguesa entre os activistas musicais que chamam o público à atenção para os problemas que afectam o nosso ecossistema. Da Chick escolheu “Lárirá” para entrar em Earth Night, trabalho que conta com participações de Dengue Dengue Dengue, The Revenge, Sabo, Red Rack’em ou Chancha Via Circuito.

Fundada por Sammy Bananas no início da presente década, a DJ4CA tem servido para sensibilizar as massas perante os comportamentos que afectam a forma como o clima do planeta se manifesta. Na edição de 2018 de Earth Night, artistas como Dillon Francis, Jamie Jones ou A-Trak deram a sua ajuda e foram angariados mais de 25 mil dólares num evento em Brooklyn, Nova Iorque.

A propósito da sua contribuição para o projecto, Teresa de Sousa esteve à conversa com o Rimas e Batidas:



Como surgiu este convite por parte da DJs For Climate Action para que integrasses o alinhamento da Earth Night 2019? Aceitaste sem pensar duas vezes?

Este convite surgiu de alguns contactos que tenho feito pelos Estados Unidos. Um dos embaixadores do projecto fez-me este convite e claro que aceitei sem pensar muito. Não conhecia o projecto e fiquei super feliz de saber que há iniciativas como esta e saber que posso contribuir de uma forma tão directa para esta causa com aquilo que mais gosto de fazer — música.

A forma como o ser humano abusa dos recursos naturais que a terra oferece tem servido de matéria para vários estudos. A isso juntamos a poluição, os casos de desflorestação, as espécies que colocamos em perigo com o plástico nos mares ou a caça abusiva não relacionada com a indústria alimentar. De que forma é que uma música pode servir para mudar alguns destes costumes? Consegues ver acontecer, por exemplo, uma espécie de Live Aid dedicado a esta temática nos dias que correm?

A música tem um poder mágico de conseguir unir pessoas, fazer-nos sentir bem e, de alguma forma, sentirmos-nos parte de algo maior. É um fenómeno natural e acho que essa é a principal razão para a música ser tão poderosa. Mas é engraçado pensar que ao mesmo tempo ela cria desperdícios ao ser feita e da forma como chega ao público — material técnico, instrumentos, promoção, festivais, transportes, merchandising. Assumir e ter consciência disso é o primeiro passo para tentarmos de certa forma “compensar” e trabalhar em conjunto com entidades que procuram 24/7 novas formas de viver mais ecologicamente.

Sinto que nós estamos ainda a mudar o shift. Já sabemos de que forma podemos ajudar, um pouco que seja, mas ainda estamos muito preguiçosos, porque verdade seja dita, ainda “nada” de realmente “grave” aconteceu nos países que se calhar mais se preocupam com este problema e mais poderiam fazer para ajudar. Ou então a mensagem não está a ser bem passada e é aqui que temos de batalhar. Eu acredito que a nossa geração está mais atenta e menos preguiçosa, ou pelo menos menos conformada com certas situações. Por isso não há grandes desculpas para sermos ignorantes ou desatentos, mas a forma como nos chega a informação faz a diferença e é aqui que a música pode entrar, a meu ver. Eu espero conseguir atingir pelo menos as pessoas que me seguem e passar a mensagem de que todos nós fazemos a diferença, nós somos a mudança, só temos de agir em harmonia.

A “Lárirá” tem uma particularidade interessante que julgo ser inédita nas tuas edições: és tu quem produz a canção na totalidade. É algo que tens vindo a aperfeiçoar, com vista até, quem sabe, a ser um método que venhas a utilizar num futuro disco?

A “Lárirá” faz parte da minha última mixtape Don’t feel like talkin, totalmente produzida por mim. Tenho vindo a olear com calma este meu lado de produtora, tenho muitos beats novos guardados que lançarei a seu tempo.

Explica-nos como foi o teu processo criativo para chegar à versão final da canção.

A escolha desta música foi bastante intuitiva. Quando a estava a produzir para a mixtape, tinha sempre um feeling muito visual na minha cabeça — de praia, sunset, muita vegetação, muitas cores e boas vibes. É assim que me sinto em relação à Terra, bem.


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