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Publicado a: 13/10/2017

Cat Boto: “O meu desejo é poder inspirar outras mulheres a não terem medo de se chegarem à frente e defenderem aquilo em que acreditam”

Publicado a: 13/10/2017

[FOTO] Direitos Reservados

“Não Quero Ouvir Nada” e a recente “Karma” constam do cartão de visita de Cat Boto, cantora de 24 anos que já teve várias “caras” durante a sua jornada musical. Em 2017, Kroniko também a convidou para cantar o refrão de “Dias Cinzentos”, faixa que pertence a Estigma, o último álbum do MC da FamiliBizno.

Com a ajuda de Juzicy, produtor prodígio que já produziu para NGA e Logic – sim, o rapper norte-americano – , a artista pisa terrenos diferentes, inspirando-se em Kehlani, H.E.R., Frank Ocean, Jazmine Sullivan, Aaliyah, Brandy, Mary J Blige ou Lauryn Hill.

Estivemos à conversa com Catarina Boto e falámos sobre a colaboração com Mike El Nite, trabalhar “com umas das pessoas mais talentosas” que conhece ou ainda sobre a presença feminina no hip hop e r&b português.

 


https://www.youtube.com/watch?v=JM-zx8XeyGs


“Karma” é o teu primeiro single em 2017. A faixa fará parte de algum trabalho futuro? 

A faixa fará parte de um álbum mas, neste momento, estou mais concentrada em lançar singles, ver como é que o público reage à minha música e, a partir daí, veremos o que se segue. O objectivo, neste momento, é criar uma base consistente de seguidores, depois disso já posso pensar em álbum.

É a primeira vez que colaboras com o Mike El Nite. Partilhar o estúdio com ele foi fácil? 

Eu adoro o Mike. Já nos conhecemos há algum tempo e sou fã da música dele desde que lançou o “Mambo nº1”! Basicamente, estávamos os dois na BigBit, em salas separadas, o Juzicy estava a mostrar-me uns beats e, quando o beat do Karma estava a tocar, o Mike passou pela minha sala, ouviu e curtiu bué. Decidimos fazer o tema juntos e acho que a música fala por si. Foi muito fácil e foi um prazer trabalhar com ele, houve logo aquela vibe fixe que às vezes não temos com qualquer pessoa! Sem dúvida que a participação dele colocou a música noutro nível!

O Juzicy tem sido um parceiro inseparável na construção desta tua nova identidade. O que é que ele tem que facilite essa relação musical?

O Juzicy é o meu boy! É mesmo como se fosse um irmão para mim e é uma das pessoas mais talentosas que conheço! Desde o primeiro dia que me identifico a 100% com as vibes dele, desde a sonoridade, que é muito própria, até aos samples que escolhe e por isso é que fica tão fácil trabalharmos juntos! Para além disso, existe uma relação de amizade, o que facilita sempre as coisas. Até agora, todos os temas que tenho são produzidos pelo Juzicy, isto porque ele é bastante versátil naquilo que faz, mas nunca deixa aquela linha condutora e identidade para trás, e essa é uma das razões que me faz sempre continuar a querer ouvir os beats dele. Tem sido uma pessoa muito importante nesta minha viagem da música e tenho a certeza que ele ainda vai dar muito que falar!

Estás a percorrer um caminho muito particular no universo musical português. Em conversa com o Mike El Nite sobre a vossa colaboração, ele falava-me nessa falta de representação da mulher nos terrenos hip hop e r&b em Portugal. Sentes alguma responsabilidade em estares a representar algo que ainda não foi tão explorado?

Fico contente de colocarem esta questão porque não é um assunto discutido muitas vezes. Realmente posso dizer que não tem sido um caminho fácil, principalmente porque sou das poucas mulheres num meio onde maioritariamente toda a gente é homem, mas nunca fui pessoa de me queixar e não fazer nada, até porque não é assim que as coisas mudam. Apesar de ter consciência que existe essa falta da representação da mulher no hip hop e no r&b em Portugal, estou a fazer o meu melhor para contribuir de uma maneira positiva e para que possa haver uma mudança nesse sentido, que acredito que vai haver! O meu desejo é poder inspirar outras mulheres a não terem medo de se chegarem à frente e defenderem aquilo em que acreditam, seja na música ou noutra coisa qualquer. Conheço muitas mulheres com muito talento e que estão a vir com cenas novas em breve, por isso acredito mesmo que mais cedo ou mais tarde esta falha vai deixar de existir e, se eu for uma das pessoas a contribuir para que isso aconteça, fico muito feliz! Às vezes, o problema (das mulheres e dos homens também) é acharem que só há lugar para um/uma e não se auto-ajudarem, há lugar para todos e precisamos uns dos outros para chegarmos mais longe em qualquer coisa que façamos. Por isso, sim, sinto que tenho uma responsabilidade nesse sentido.

Num altura em que senhoras como a SZA, Jhene Aiko  Jorja Smith ou a Kehlani estão a tomar conta do universo internacional, quem são as tuas referências? Existe alguém em Portugal que te inspire a escrever?

Todos os nomes que referiram acima são referências para mim, principalmente a Kehlani! Para além delas, H.E.R é uma das minhas artistas de eleição neste momento. Ella Mai, Jazmine Sullivan, Bryson Tiller, Frank Ocean, entre muitos outros. Uma das minhas grandes influências também é o r&b dos 90s/00s, Aaliyah, Brandy, Mary J. Blige, Lauryn Hill, etc. Em relação a artistas portugueses, a Sara Tavares influenciou-me bastante quando era mais nova. O primeiro CD que tive foi dela!

O que é que vem aí para a Cat Boto? Vamos ter nova música ainda este ano?

Definitivamente, vou lançar nova música ainda este ano! Agora o objectivo é mostrar trabalho, não ficar muito tempo sem lançar nada. Basicamente, não parar!

 


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