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Publicado a: 04/12/2017

“Cash” antecipa novo EP de Tayob J.

Publicado a: 04/12/2017

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [FOTO] John Snows

Tayob J. estreou ontem o videoclipe para “Cash”. O tema instrumental entra no catálogo da Noss-One, um colectivo fundado no mês passado.

No vídeo realizado por John Snows, Tayob foge à realidade ao adormecer no local de trabalho e rapidamente o supermercado se transforma numa sessão privada de MPC, com b-boys a fazer dos corredores com mercadorias autênticas pistas de dança. O sample de música soul dá a receita para “Cash”, um tema repleto de groove no qual a voz de Nate Dogg se junta à festa através de um corte na sua contribuição em “Shake That”, um tema original de Eminem.

Este é um novo lançamento pela Noss-One, o colectivo que se estreou no passado mês de Novembro, e através do qual Tayob J. disponibilizou já três faixas do seu projecto GoldSchool, a dupla que forma ao lado do rapper Xhafan. Haverá mais novidades até ao final do ano, mas 2018 é apontado como o ano de uma forte aposta editorial por parte da equipa Noss One. Começando pelo próprio Tayob, que aponta já para Janeiro, mês no qual irá largar um EP repleto de convidados: Beware Jack ou Chullage surgem como fortes trunfos por parte do DJ e produtor.

No ano passado, Tayob foi um dos “maquinistas” convidados para integrar uma orquestra de MPCs dirigida por Beware Jack, que teve lugar no Musicbox. O evento decorreu no âmbito da celebração do primeiro aniversário da nossa publicação digital, todo ele programado em torno do espírito inovador de J Dilla.

Estivemos à conversa com o artista, que nos falou um pouco mais sobre o conceito de “Cash” e das novidades que se avizinham.

 



Acabas de lançar um novo tema a solo. Fala-nos sobre o conceito do videoclipe de “Cash”.

O conceito deste vídeo é basicamente um bocado da minha vida. A loja na qual se passa o vídeo é onde trabalhei nos últimos anos. E o vídeo retrata um bocado aquela questão de estares no teu day job das 9 às 20h a querer fazer música mas sem poderes, tens que estar ali. A ideia surgiu nessa altura e realizou-se agora com o John Snows, que tem estado a trabalhar comigo a parte visual do que tenho feito. É basicamente um dia normal de trabalho, em que eu adormeço na caixa e no meu sonho encontro um ganda sample na rádio (e por alguma razão tinha a MPC e as colunas guardadas no armazém). Vou buscar a MPC e começo a fazer o beat ali na caixa. Surgiu também a ideia de convidar alguns b-boys para darem outra dinâmica ao vídeo.

É nessa MPC que produziste o EP que vais apresentar em Janeiro?

Muito pouco, para dizer a verdade. Hoje em dia trabalho muito pouco na MPC. Muito do que faço leva depois os arranjos com outros instrumentos – alguns reais, alguns digitais – e hoje em dia o meu processo criativo passa muito pela mistura, então a produção e a mistura ou pré-mistura são dois processos que faço quase em conjunto. Nesse sentido acabo por trabalhar muito mais a gravar e sequenciar já em software, apenas por questões de facilidade e de ter um workflow muito mais rápido.

Este novo tema é o primeiro avanço desse EP?

Esse tema saiu mais em modo de preparação para o EP que aí vem e que, de certa maneira, define a sonoridade que eu tenho vindo a trazer. O EP que vou lançar em Janeiro é com colaborações. Posso confirmar-te o Beware Jack por exemplo. Estou agora a fechar uma música com o Chullage, que ainda não sei em que projecto irá entrar.

Que mais projectos andas a preparar? Apresenta-nos o colectivo Noss-One.

Basicamente tenho vários trabalhos meus a sair e alguns com outros artistas. Este trabalho e os próximos sairão por este novo colectivo chamado Noss-One, em que temos vários artistas a editarem trabalhos, sendo que lançámos há poucos dias o EP do meu projecto GoldSchool, que é talvez o projecto em que estou mais ligado a esta sonoridade new school, por assim dizer. Tudo o que faço tem uma identidade que, quem conhece o meu trabalho, penso que consegue identificar e perceber de onde veio, e acho que isso é transversal em qualquer projecto que faça. Nestes trabalhos que vêm agora pelo colectivo podem contar com 2 EPs e 1 álbum de outros artistas, nos quais faço uma boa parte da produção e faço a direcção completa. E neles acho que se identifica facilmente esse conceito que tento desenvolver de signature sound. Em meu nome, tenho algumas faixas soltas com convidados para lançar até ao final de 2017 e, no início do ano, um EP de participações com alguns nomes que me ajudaram e influenciaram bastante aquilo que eu faço hoje.

Quem são os artistas que fazem parte de Noss-One?

Os artistas que estão connosco a fechar projectos vão agora pela primeira vez editar trabalhos, num âmbito mais sólido e concreto. Temos o Visco, que vai lançar em breve o primeiro EP. O Mura, que está a trabalhar no álbum. A Syncope, que tem um EP pronto para sair em Janeiro, numa vibe mais neo-soul e mais abrangente. E temos o novo trabalho de GoldSchool, cujo primeiro single já está pronto.

 


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