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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/11/2019

IV tem faixas de nomes como Violet, Shcuro, Odete, Slug Beetle, Photonz e Stasya, entre outros.

BLEID: “Mais do que influenciar a música, a Rádio Quântica influencia a postura das pessoas”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/11/2019
Com o intuito de dinamizar e dar a conhecer mais do que se faz nas limitações de um pequeno país que se encontra no sudoeste da Europa, a Rádio Quântica surgiu há quatro anos — e este mês festejou com uma compilação composta por 24 temas. Em Fevereiro deste ano, Inês Coutinho confessava-nos: “fundei a Quântica porque eu e o Marco vimos um mosaico a criar-se aqui em Lisboa que era super interessante, que merecia ter uma voz”. Com sucesso, Violet e Photonz elevaram nomes do underground português da música electrónica e criaram uma das plataformas mais importantes na divulgação musical e criação de eventos, tendo também albergado alguns projectos que rodeiam a rádio. É nos anos que seguem a sua fundação que se vê uma das fases mais prolíficas da música electrónica nacional, com a criação dinâmica e numerosa de novas editoras e festas à volta deste movimento. Responsável por compilar IV, a produtora e DJ BLEID falou com o Rimas e Batidas sobre a compilação, lançada a 6 de Novembro para a comemoração do quarto aniversário da Rádio Quântica – os apoios monetários via Bandcamp servirão para melhorar a qualidade do broadcast da rádio.

O que podes contar sobre a tua relação com a Rádio Quântica? Como é que tudo começou e como é que sentes que isso tem influenciado a tua música e dos artistas que te rodeiam?

Eu fui pela primeira vez à rádio em 2017 porque o Viegas me convidou para participar no programa dele. Foi a partir daí que conheci algumas pessoas genuinamente incríveis e também foi por causa disso que acabei a fazer parte da mina e, mais tarde, de outros projectos com pessoas que também têm programas na Quântica. Eu acho que, mais do que influenciar a música em termos de som ou assim, a rádio influencia a postura das pessoas, uma vez que elas se sentem mais apoiadas agora que há um elemento agregador, e também porque possibilitou a várias pessoas experimentarem coisas que ainda não tinham tido oportunidade – há de facto um grupo considerável de pessoas (do qual eu faço parte) que os primeiros CDJs onde tocaram foram nos da Quântica, enquanto a Inês nos explicava como é que tudo funcionava, e muitas dessas pessoas actualmente fazem parte/criaram colectivos como a mina, a kit ket, a Çirca, etc. Eu acho que isso provavelmente não teria sido tão imediato se não houvesse a rádio por trás a dar acesso ao material ou a fazer as pessoas sentirem que alguém acredita nelas e que o seu trabalho é valorizado.

Compilar quatro anos e tantos artistas que já passaram pela Quântica não terá sido tarefa fácil. Qual foi o critério de selecção destes 24 nomes e faixas?

Desculpa desiludir e desmistificar, mas foi mesmo fácil. Foi tudo uma ideia de última hora. Quando saiu o Go Fund Me, eu comentei que podia ser fixe criar uma compilação para ajudar com isso (porque é o que as pessoas fazem às vezes) e fez-se um post no grupo da rádio a perguntar quem é que queria contribuir com faixas que já estivessem terminadas. Entretanto o goal do Go Fund Me foi atingido de um dia para o outro (weee) mas várias pessoas tinham enviado música e mostrado interesse, então continuou-se com a ideia de fazer a compilação em modo de celebração dos quatro anos da rádio, e também para continuar a angariar dinheiro para melhorar as condições do estúdio, o site da rádio, etc. O critério foi ter um programa na rádio e conseguir enviar uma faixa durante aquela semana para a compilação sair no mês do aniversário. Ainda houve mais pessoas a quererem contribuir mas que não conseguiram enviar no prazo estabelecido. Tirando isso as faixas que estão aí são todas as que foram enviadas nesses dias. A ideia foi unir pessoas que colaboram com a rádio regularmente e que fazem música com o intuito de ajudar a melhorar algo que já nos ajudou a todxs, e não fazer uma intervenção “curatorial” qualquer. Trabalho teve o João Melo (Mind Safari) que se voluntariou para masterizar tudo.

Há mais planos para festejar estes quatro anos?

A festa no Lux Frágil no dia 10 de Outubro (com Fuinki, Valody, PHOEBE, Juantifa e a convidada Noncompliant) foi a celebração do aniversário. Entretanto está a ser planeada uma festa ligada à compilação, que será também um fundraiser.

A Rádio Quântica tem tido uma influência tremenda a dar voz à música electrónica em Portugal. Além da intenção de melhorar as condições para os broadcasters, o que planeiam para os próximos quatro anos da Rádio Quântica?

Citando a Inês: “O plano para os próximos quatro anos é continuar o espírito colaborativo, DIY e emancipatório”.

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