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Publicado a: 19/08/2016

Andrew Pekler edita álbum de exótica digital na etiqueta de Jan Jelinek

Publicado a: 19/08/2016

Andrew Pekler prepara-se para lançar Tristes Tropiques através da Faitiche de Jan Jelinek. O álbum está agendado para 11 de Novembro, mas a editora que também ofereceu ao mundo a fantasia de Ursula Bogner já disponibilizou um revelador avanço que aponta para um trabalho inspirado na corrente Exotica, mas firmemente situado no campo da electrónica sintetizada contemporânea.

 



No press release oficial, que inclui uma muito informativa entrevista a Andrew Pekler assinada pelo próprio Jan Jelinek, explica-se que Tristes Tropiques “é um álbum de exótica sintética, música pseudo-etnográfica e gravações de campo irreais”. No fundo, trata-se da Faitiche a revistar o campo das projecções fantasiosas que levaram Jan Jelinek a criar Ursula Bogner, suposta pioneira da electrónica de quem teriam sido reveladas revelações clássicas (Recordings 1969 – 1988 era o título do seu álbum) e que afinal de contas era um alter-ego contemporâneo do próprio Jelinek.

 


pekler tristes tropiques


A Exotica é uma corrente nascida em finais dos anos 50 e que resultou da conjugação de uma série de factores: o fausto económico do pós-guerra, a abertura do mundo a novas latitudes através da televisão e a imposição da ideia de estereo em novos estúdios, coordenadas que guiaram músicos como Martin Denny, Les Baxter ou Esquivel a projectar fantasias que procuravam responder ao que soaria a música de ilhas dos mares do sul ou de planetas distantes sem que os compositores alguma vez lá tivessem colocado os pés, claro.

Pekler, em conversa com Jelinek, explica que a corrente Exotica dos anos 50 e 60 tem sido uma inspiração constante: “Talvez a Exotica tenha “arruinado” a minha forma de escutar, mas à medida que fui mergulhando mais profundamente em arquivos etnográficos de música “tradicional”, cheguei sempre à conclusão que todas as gravações que evocam ou aludem ou ostensivamente documentam outras formas musicais têm um efeito similar na minha imaginação: fico sempre intrigado quando capto algum elemento familiar coincidente em algo distante”, refere o compositor dando como exemplo um recital de percussão afinada do Malawi que lhe lembra a música de Steve Reich ou um dueto vocal feminino do Burundi que tem semelhanças com experiências com manipulação de fita magnética.

Durante as investigações que conduziram ao disco que lançará na Faitiche em Novembro próximo, Andrew Pekler, que no passado também assinou música como Sad Rockets, assinou uma mix de título Fourth World Problems em que explora as suas ideias na área da Exotica contemporânea incluindo, mesmo a rematar o set, que se pode ouvir aqui em baixo, música do português Nuno Canavarro.

Alinhamento Fourth World Problems

1. andrew pekler – feedback tt
2. unnamned burundian musician – chant avec citahare / toru takemitsu – water music
3. mike cooper – electricity
4. joel chadabe – yum yum
5. ryuichi sakamoto – ulu watu
6. andrew pekler – synthetic birdsong / cool symmetries
7. michael prime – the mouth of hermes / barbera benary – sleeping braid
8. chappel mood music vol. 15 – électronique / zazou, bikaye, cy 1 – m’pasi ya
9. andrew pekler – synthetic birdsong / madalyn merkey – archipelago
10. barbara kolb – solitaire / waisoni msusa (malawi)- kung’anda kwa anyamata
11. dennis smalley – the pulses of time
12. peuls musicians of niger – pakapak / mike cooper – tahiti green island
13. gordon monahan – large piano magnified / andrew pekler – untitled
14. andrew pekler – mirror structures
15. mbuti singers (malawi) – iyo-o-o / david keane – in memorium hugh le caine
16. jon hassell – empire iv
17. unnamed burundian musician – take me back to mabayi / pierre henry – danse / additional sounds
18. andrew pekler – theme from tt
19. nuno canavarro – bruma / unnamed burundian singers – akazéhé / andrew pekler – synthetic birdsong


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