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Texto: ReB Team
Fotografia: Micael Hocherman
Publicado a: 01/03/2024

Verão com estrelas azuis, nacionais e internacionais.

Amaro Freitas, Irreversible Entanglements e trio de Carlos Bica, Mário Costa e Bruno Pernadas no Julho é de Jazz’24

Texto: ReB Team
Fotografia: Micael Hocherman
Publicado a: 01/03/2024

O Julho é de Jazz, parte da ampla programação cultural da cidade de Braga, assinala a chegada à sua 10ª edição, estendendo-se do pátio exterior do gnration até à sala principal do centenário Theatro Circo, espaços que receberão apresentações de artistas nacionais como o trio composto por Carlos Bica, Mário Costa e Bruno Pernadas, e internacionais como Amaro Freitas, John Scofield, Dave Holland e Irreversible Entanglements. O programa deste evento inclui um total de sete concertos e a exibição de dois documentários.

O trio português composto por Carlos Bica, Mário Costa e Bruno Pernadas inaugura o Julho é de Jazz com um concerto único no gnration a 4 de Julho. Esses três músicos, figuras incontornáveis e influentes da cena musical nacional, cruzaram-se pela primeira vez em 2023, durante o Jazz ao Largo, em Barcelos. Agora, um ano volvido, voltam a pisar novamente o palco, desta vez atendendo ao convite do gnration, onde serão acompanhados por dois jovens músicos de renome internacional: a violinista e compositora francesa Héloïse Lefebvre e o trompetista luso-brasileiro Gileno Santana.

No dia seguinte, o Julho é de Jazz estreia-se no Theatro Circo com a apresentação do coletivo de free-jazz americano Irreversible Entanglements. O grupo liderado por Camae Ayewa, aka Moor Mother, e que inclui ainda o baterista Tcheser Holmes, o trompetista Aquiles Navarro, o saxofonista Keir Neuringer e o baixista Luke Stewart, editou um dos melhores registos de 2023 para o Rimas e batidas, o extraordinário e combativo Protect Your Light, trabalho que marcou a sua entrada no catálogo da histórica e prestigiada Impulse!. Free-punk-agit-jazz de elevadíssima qualidade.



O festival continuará no sábado, uma vez mais no gnration, com o concerto de André Pizarro Pepe, contrabaixista natural de Braga que se fará ladear por Masha Soeiro no piano, Ivo Rodrigues no trompete e Raúl Areias na bateria, Pepe apresentará Ecos, Vol. 1, o seu primeiro álbum solo, além de outras composições inéditas.

Na mesma noite, mas desta feita no Theatro Circo, um dos duos mais importantes da música de improvisação jazz mundial, formado pelos veteranos John Scofield (guitarra) e Dave Holland (baixo), promete um espetáculo único em que será evidenciada a profunda cumplicidade aprimorada ao longo de décadas de frutuosa colaboração. Além de terem tocado juntos em discos de figuras tutelares como Joe Henderson, Herbie Hancock, Roy Haynes ou até Miles Davis, Scofield e Holland pisaram o palco incontáveis vezes noutros projectos. O ano passado, em entrevista ao Expresso, o guitarrista dizia estar ansioso pela digressão que assinaria em 2024 com Dave Holland, anseio que terá então materialização no Julho é de Jazz, em Braga.

No segundo fim-de-semana do Julho é de Jazz, o pátio exterior do gnration recebe a estreia em Portugal da pianista, compositora e produtora suíça Marie Kruttli que se fará acompanhar pelo baixista Lukas Traxel e pelo baterista Gautier Garrigue. Esta apresentação será uma oportunidade única para ouvir em primeira mão as novas composições que serão lançadas em Outubro de 2024 pela conceituada editora INTAKT.

No dia seguinte, Hedvig Mollestad Trio promete incendiar o gnration com seu já patenteado e muito aplaudido “stonerswing” e “doomjazz”. A liderar, a guitarrista norueguesa Hedvig Mollestad, acompanhada por Ellen Brekken no baixo e Ivar Loe Bjørnstad na bateria, oferecerá um espetáculo intenso e envolvente, cruzando influências do hard rock, metal, jazz e música de improvisação contemporânea numa performance que fará certamente subir os níveis de energia colectivos.

O último dia do festival, 13 de julho, no Theatro Circo, será marcado pela apresentação do pianista Amaro Freitas, um dos principais nomes do jazz brasileiro da atualidade. Acompanhado por Aniel Someillan no contrabaixo e Rodrigo “Digão” na bateria, Freitas apresentará Y´Y, álbum editado hoje mesmo e que já mereceu elogios do New York Times. Depois de editar Sankofa em 2021, o pianista, teclista e compositor de Recife mostra-se ambicioso e recheou o novo trabalho de válidos contributos: em Y’Y (leia-se “eey-eh, eey-eh”, palavra indígena extraída do dialecto de Sateré Mawé que significa “água” ou “rio”), o canarinho conta com as colaborações de célebres figuras do jazz como Hamid Drake (na percussão de “Encantados”), Shabaka Hutchings (na canção que dá título ao álbum) ou Brandee Younger (a tocar uma “Gloriosa” harpa). Neste novo LP, o autor que também assinou trabalhos como Sangue Negro (2016) e Rasif (2018) contempla a floresta amazónica como uma forma de “aviso sobre a necessidade haver consciência do impacto que causamos, baseado nos conceitos de civilização e modernidade que nos mantêm afastados desta conexão, e a sua importância para o equilíbrio da vida no planeta”. Já sobre o tema que dá título ao disco, Amaro explica que este “traduz a força ancestral do encontro com estas águas em dois movimentos opostos”.

Além dos concertos, o Julho é de Jazz também oferecerá a exibição de dois documentários sobre o universo do jazz. Jazzé Duarte, do realizador Jorge Paixão da Costa, retrata José Duarte, uma das grandes figuras do jazz português, enquanto Cairo Jazzman, do realizador Atef Ben Bouzid, foca-se no Cairo Jazz Festival e no seu fundador, Amr Salah.

O Julho é de Jazz disponibiliza passes gerais, que dão acesso aos sete espetáculos e aos dois documentários, por 50€. Os bilhetes estão disponíveis nas bilheteiras do Theatro Circo e gnration, bem como online através dos respetivos sites.


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