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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 18/05/2023

Mostrem-lhe o love.

Amanhã há Yung Juse no Maus Hábitos: “Vai ser muito mais pessoal e será praticamente uma apresentação do EP”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 18/05/2023

Falta pouco mais de 24 horas para Yung Juse regressar à “casa de partida”: o rapper é o convidado de amanhã em mais uma Screwed, residência clubbing de Slimcutz para o Maus Hábitos.

Segundo as regras do Monopólio, a carteira fica mais pesada a cada volta completa ao tabuleiro. No caso de Yung Juse, a vida real não deverá estar assim tão desfasada da lógica do jogo, já que tem a cotação em alta depois de rubricar a edição de Rio Tinto, Porto, Portugal, o tão aguardado primeiro disco a solo, criando o cenário ideal para voltar àquela que foi a primeira sala que acolheu um espectáculo seu, há quatro anos atrás. Mas o sentimento é ainda mais especial se tivermos em conta que foi graças a esse mesmo espaço que começou a nutrir amor pelo game, conforme revelou ontem numa entrevista ao Rimas e Batdias: “O espaço é pequenino, mas as coisa lá são diferentes. Pelo menos para mim e para o pessoal da minha geração. A minha cena do rap cresceu bué lá, por ir às festas do trap e quê. É mesmo um Espaço de Intervenção Cultural, como eles lhe chamam.”

Mais rijo que a barba do Kappa Jotta,” o emergente MC portuense já começa a seguir as pisadas de uma das suas referências do hip hop ao nível dos concertos, tendo este mês tido a experiência de subir a um palco de dimensões mais arrojadas e perante uma plateia completamente cheia, ao lado do habitual companheiro Joint One, na Queima das Fitas do Porto. Para os mais alheados à sua carreira, este quadro pode até fazer pensar que Yung Juse é já um nome de créditos firmados e não um talento ainda a despontar, que só recentemente editou o seu primeiro EP. Se jogar em casa já é bom, imaginem fazê-lo de estádio cheio, experiência que certamente ficará retida na retina do rapper por mais algum tempo, a julgar pelos flashbacks que lhe ocorreram durante a conversa de ontem com Carlos Almeida, cuja versão completa será posteriormente publicada por cá:

“Foi, de longe, o maior concerto que já demos, em termos de público e de palco. Correu top, mesmo. Isso foi bom. Eu sei que naquela tenda, supostamente, cabem 7 mil pessoas. E sei que aquelas 7 mil pessoas não ouviram o meu EP, não é? As pessoas cantaram os sons mais conhecidos. Mas acho que fiz bem o meu trabalho, porque deu para ver que as pessoas, mesmo não conhecendo, gostam e sentem, percebem o que é que eu estou a tentar fazer, qual é a minha cena e qual é a direcção em que vou. Por isso, correu top. Foi fixe.”



Amanhã novamente diante de um público seu conterrâneo, mas num espaço completamente diferente, promete ajustar o alinhamento para a ocasião e deixa ainda margem de manobra para uma certa imprevisibilidade, tentando corresponder àquilo que a pateia lhe “pede”: “Ainda estou a pensar [nos temas que vou tocar]. Acho que vou ler um bocado o ambiente da sala e isso vai ser uma coisa que decido na altura. Se o love estiver mesmo incrível, se calhar passo uma ou outra cena que ainda não saiu. E vou cantar os clássicos — tenho de os cantar.” E se na Queima das Fitas do Porto apenas interpretou um par de temas do seu novo curta-duração, “Brilho” e “Luz Vermelha”, encontra agora no Maus Hábitos a oportunidade perfeita para dar ainda mais destaque às restantes faixas desse disco:

“Vai ser diferente. Vou ser eu mais um convidado, o Tiago Mob. Vai ser uma cena diferente, muito mais pessoal. É uma sala que eu já conheço bem. O meu primeiro concerto foi lá, bem antes da pandemia. Agora vou estar a voltar lá com a minha vida completamente diferente — a maneira como eu olho para a música é completamente diferente, a minha fanbase está completamente diferente. Apesar de eu saber que há gente que me ouve desde os tempos do SoundCloud e que vai estar la, porque já me mandaram mensagem. É pessoal que teve no meu primeiro concerto. Vai ser muito mais pessoal e será praticamente uma apresentação do EP. Aí sim, vou ter espaço e tempo para cantar os sons todos, de os experimentar ao vivo — há sons que nunca toquei ao vivo.”

O evento que Yung Juse integra está marcado para arrancar pela meia noite, depois da actuação de Ana Lua Caiano no mesmo palco (que também mereceu hoje destaque por cá sob a forma de entrevista). Slimcutz e Georgie Banks serão ainda os DJs de serviço para a próxima Screwed.


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