“Uma verdadeira viagem tribal ao coração da selva peruana” é como Manuel Rodrigues, na crítica ao último disco de Branko, descreve “Lucuma”, faixa colaborativa com os Dengue Dengue Dengue. A frase é extensível ao novo single do duo peruano, “Ágni” (com vídeo de uma gravação ao vivo disponível), que sai pela Enchufada em antecipação de um terceiro disco a editar ainda este ano.
O título é derivado da inversão de ingá, um ritmo tradicional afro-peruano. Felipe Salmon e Rafael Pereira encarregam-se de nos conduzir por uma “experiência auditiva ritualística”, completada pelo que um comunicado descreve como um pulso “lento e ameaçador”, “percussão orgânica, melodias do vento entrelaçadas e notas graves avultadas”. É uma estética em que se iniciaram com o notável disco de 2012 La Alianza Profana, uma tese sobre a cumbiadigital.
Son de Los Diablos e Semillero foram os últimos lançamentos do duo proveniente da cidade de Lima, mas o sucessor em longa-duração estará para breve. Entretanto, os Dengue Dengue Dengue unir-se-ão novamente — depois de Pudy Ballumbrosio ter contribuído com instrumentos ancestrais, devedores das tradições musicais importadas por escravos africanos para o Peru, em “Ágni” — aos irmãos percussionistas Ballumbrosio para uma digressão europeia. Têm paragens marcadas, entre outros eventos, no Sónar, em Barcelona.