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Fotografia: Vera Palminha
Publicado a: 01/02/2024

Um brinde aos que têm feito parte da caminhada de Luís Firmino e Henrique Silva.

Acácia Maior vai ao Lux Frágil: “A ideia deste concerto é ser único. É o fechar de um ciclo e o começo de um novo”

Fotografia: Vera Palminha
Publicado a: 01/02/2024

Na longa e generosa entrevista que nos concederam no ano passado, Luís Firmino e Henrique Silva insistiram, várias vezes, na importância de pensar Acácia Maior não como um dueto, mas como um coletivo nutrido pela comoção dos encontros, por emoções partilhadas e pelo espanto da criação em conjunto. Com os pés assentes na terra e a imaginação em busca do cosmos, Acácia Maior viu nascer Cimbron Celeste, um álbum luminoso e celestial, inspirado na riqueza da música cabo-verdiana e que, num mesmo gesto, celebrava o seu passado, presente e futuro.

Quase a comemorar o seu primeiro aniversário, o álbum terá feito caminho e, como aqui nos revelam, “já começa a andar por si só, alimentando-se de amor exterior”. Razão mais que suficiente para festejar esta Acácia Maior que, no dia 8 de fevereiro, no Lux Frágil, prometem uma noite única, onde tocarão integralmente o álbum, em forma de agradecimento a todos os artistas que alimentaram este encontro. Quanto aos convidados, preferem manter o mistério, embora antecipem que a primeira parte será nutrida pela sapiência dos vinis de Mama Demba, e o set final caberá a Berlok que aterrará no Lux diretamente de Bragança e do futuro. “Passado, presente e futuro todos juntos a festejar e a dançar”, antecipam Luís Firmino e Henrique Silva, num concerto que será o “fechar de um ciclo e o começo de um outro”. Lá estaremos!



Cimbron Celeste foi lançado em março de 2023, mas só agora se apresentam num concerto em nome próprio, onde tocarão o álbum integralmente. O álbum precisou deste tempo de respiração antes de ser apresentado ao vivo?

[Luís Firmino] A maioria das músicas do álbum já foram tocadas ao vivo e em algumas ocasiões antes e depois do lançamento do mesmo, mas faltou fazer um concerto integral, mantendo-nos fiéis aos 10 temas, e achámos que este seria o momento certo para tal.

[Henrique Silva] Quando lançámos o Cimbron Celeste no ano passado, tínhamos a expectativa de fazer o concerto de apresentação numa sala que se adequasse ao espírito do álbum, e por incompatibilidade de agendas não nos foi possível concretizar isso. E como a Acácia não funciona à base de pressão ou do “ter que fazer, porque sim”, decidimos esperar até que as condições estivessem reunidas para avançarmos com um espetáculo tão importante para nós. Achamos interessante, também, fazer este concerto perto do primeiro aniversário do álbum, altura em que o nosso “bebé” já começa a andar por si só e a alimentar-se de amor exterior.

Na última entrevista que nos deram falaram bastante sobre o vosso entendimento de Acácia Maior não como um dueto ou uma banda, mas um coletivo aberto a quem se encontrar na viagem. Como é que essa ideia se vai traduzir ao vivo?

[Luís Firmino] Vai-se traduzir da mesma forma, um coletivo aberto. Os espetadores vão poder assistir a um concerto de um coletivo em que cada membro é uma estrela de uma grande constelação. Vai ser uma celebração, um agradecimento a cada um dos artistas responsáveis pela existência da nossa Acácia Maior.

[Henrique Silva] Dos cerca de 30 concertos que já demos, desde 2021, a formação live apenas se repetiu em duas ou três ocasiões. Pretendemos continuar nesta metamorfose ambulante, dando primazia, claro, à formação “Maior” (no mínimo de 8 elementos) e usar cada vez menos, ou se possível nenhuma, ajuda eletrónica nas nossas performances.

Nas várias ocasiões em que se apresentaram ao vivo, como nas noites Fidju-Femma, no Ti Milha ou nos Jardins do Marquês, contaram sempre com vários convidados e cúmplices desta vossa caminhada. Assumindo que o Lux não será exceção, quem se juntará a vocês para a celebração do álbum?

[Luís Firmino] Surpresa!! 

[Henrique Silva] Queremos manter a mística que nebula à volta da Acácia Maior, vamos manter o mistério. Tudo será revelado no dia 8. Será uma noite muito especial. Podemos contar que o início vai ficar a cargo do Mama Demba (co-fundador da Tabanka Records), com uma seleção de vinis “das antigas”, que nos inspiram bastante no nosso processo de criação, e que a noite no Lux Frágil continuará com um set do nosso brother Berlok, diretamente de Bragança (e do futuro)! Passado, presente e futuro, todos juntos a festejar e a dançar.

No seu concerto no CCB, Paulino Vieira referiu-se a vocês como o futuro da música cabo-verdiana. Vão contar com a presença do mestre nesta apresentação? Ou preferem guardar surpresa?

[Luís Firmino] De alguma forma o nosso querido mestre está sempre presente.

Associaram-se recentemente à Ao Sul do Mundo. Poderemos esperar mais datas de apresentação do disco?

[Luís Firmino] Sim, com certeza, e esperamos poder também realizar um concerto de apresentação na nossa querida terra, Cabo Verde.

[Henrique Silva] A ideia deste concerto é ser único. É o fechar de um ciclo e o começo de um novo. Claro que queremos fazer a apresentação do disco, desta forma integral, em Cabo Verde, mas a ideia é seguir em frente pois já estamos a trabalhar num novo espetáculo. A associação à Ao Sul do Mundo vai-nos permitir chegar a novos palcos e a outros países com este espetáculo!

O Lux é um espaço muito particular do circuito cultural lisboeta e do seu centro. Qual o significado que tem para vocês de tocar nesta sala?

[Henrique Silva] Acreditamos que nosso projeto também seja muito particular dentro do circuito, daí fazer sentido apresentarmo-nos no Lux. Poderíamos ter escolhido uma casa que fizesse mais “sentido” dentro da nossa sonoridade, ou da nossa zona de conforto, mas preferimos arriscar em algo diferente e explorar um espaço novo para nós. O Lux é um espaço mítico da cena lisboeta, com ótimas condições e com um ambiente único, ingredientes indispensáveis para uma noite especial!

“Fórt d’cmê Bolacha”, o vosso novo single, fará parte do alinhamento?

[Luís Firmino] Como já tinha dito anteriormente, vamo-nos manter fiéis ao álbum, mas podemos tocar o “Fórt d’cmê Bolacha”, caso o público pedir.

[Henrique Silva] O que está programado para o concerto é tocarmos apenas o Cimbron Celeste… Mas se o público pedir, ou sentirmos que faz sentido tocarmos o “Fórt d’cmê Bolacha”, assim o faremos!

É um single que antecipa trabalhos discográficos futuros?

[Luís Firmino] Talvez.

[Henrique Silva] Tudo leva a crer que sim, que seja a antecipação de um novo trabalho discográfico. Já temos alguns sons na calha, com novos convidados, novas sonoridades… Serão singles, EP, LP? Isso ainda não conseguimos responder.

Disseram-nos na última entrevista que o futuro de Acácia Maior estaria sempre em aberto. Depois deste concerto já têm planos para esse futuro?

[Luís Firmino] Temos muitos presentes guardados para os amantes da Acácia Maior.

[Henrique Silva] O que podemos adiantar de momento é que temos uma música escrita e produzida por nós — “Nove Kretxeu” — que vai sair no novo álbum da Nancy Vieira no próximo mês de março, e que a longa-metragem do brother Basil da Cunha, o Manga d’Terra, inspirado na nossa canção, vai ter estreia portuguesa perto do verão. 2024 vai ser um ano com muitas novidades, acreditamos nós!


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