Há 14 anos que A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria, projecto fundado por Tiago Pereira, regista por todo o território nacional as tradições musicais que contam as histórias das regiões e, no fundo, de todo um país. Os cantares, os adufes ou as violas, entre tantas outras ferramentas sonoras, de intérpretes de diferentes gerações.
O resultado é um arquivo em permanente construção, uma base de dados que se pretende viva e em comunicação com os músicos e criadores de hoje — muitos dos quais se têm vindo a aproximar das raízes musicais nacionais graças a um fenómeno internacional que podemos descrever como “Global-Local” e que tem muito a ver com utilizar as referências locais para construir uma música de cariz global, por oposição à esmagadora influência anglo-saxónica que dominou os padrões durante décadas, reduzindo tudo a um certo mimetismo em relação ao que se fazia lá fora.
Hoje, o panorama nacional é outro, do rap de Riça à hyperpop de Filipe Sambado, das paisagens electrónicas beirãs dos Bandua à estética experimental com que Ana Lua Caiano reveste a tradição, ou, entre tantos outros, da pop de Pedro Mafama à batida de DJ Marfox — porque o Portugal contemporâneo também tem tudo a ver com as comunidades migrantes que compõem uma parte tão essencial da história deste território.
A pensar no segmento específico dos coros, que têm despontado por aqui e ali, e inspirado pelo que viveu na mais recente edição do festival Bons Sons, Tiago Pereira apresentou em meados de Agosto uma Antologia da Música Regional Portuguesa cantada por mulheres, que eu gravei nos últimos 14 anos, e que gostava que fosse cantada hoje por coros, indivíduos e colectivos, como forma de estimular a diversidade do repertório normalmente interpretado. Foi o pretexto ideal para uma entrevista com o Rimas e Batidas sobre esta antologia, a popularidade crescente da tradição e os caminhos que a música portuguesa poderá percorrer nos próximos tempos.
Como tens a ideia de criar esta antologia? Já havia uma vontade antiga de compilares estes cantares?
É uma antologia do momento. Fi-la naquele dia em Agosto, em Setembro poderia fazer outra, em Outubro também, e seria sempre diferente. Foi uma reacção aos Bons Sons, porque continuam a ser um sítio incrível que cada vez mais espelha o que é o Global-Local. Estavam mais adufes nos Bons Sons do que há adufes em toda a Beira Baixa. E vi várias vezes, sobretudo numa vez à noite, uma roda enorme de pessoas a cantarem cantigas do Alentejo e do Norte — e até galegas. E, no fim da actuação do Coro da Cura, as pessoas começaram a cantar cantigas livremente. Mas a questão é sempre a mesma: o repertório é muito finito, é quase sempre o mesmo. É sempre a “Senhora do Almortão”, “Labuta”, “Macelada”, “Ó Minha Mãe dos Trabalhos”… Nós conseguimos perceber mais ou menos que estas espécies de tribos urbanas que vão ao concerto dos Criatura, que por vezes pertencem a coros ou que acompanham o trabalho das Fio à Meada ou das CRUA, têm um conjunto de repertório que ainda é muito escasso, por comparação com tudo aquilo que existe. Esta antologia nasce como resposta: “Dou-vos gratuitamente estas 21 canções que me apeteceu escolher neste momento para perceberem que há muito mais coisas para cantar e que não temos de ficar presos apenas a este repertório”.
E como é que encaras este fenómeno?
É um fenómeno que já vem de há algum tempo. Todo este rejuvenescer… Obviamente, quando A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria começou há 14 anos, não era tão evidente. Ainda havia um certo distanciamento e o que aconteceu tem muito a ver com esta história do Global-Local.
É uma tendência internacional.
Tomou mesmo conta de nós. Porque, a partir do momento em que todas as coisas locais estão em todo o lado, a distância ou o preconceito deixam de existir porque isso deixa de fazer sentido. Quando percebes que esse fenómeno foi acontecendo ao longo dos anos, e que depois todos estes novos projectos, de rejuvenescimento desta música, nascem um pouco com o Coro dos Anjos, os Criatura e muitos outros grupos que foram surgindo e que não são evidentes resultados do repertório tradicional… mas sim da abordagem. É a abordagem e a forma como está a ser vestida, de ser celebração e de trazer para a rua, e do cantarem todos juntos, e de haver aquela coisa quase transcendental dos coros, que é a força dos colectivos, a importância do amadorismo e também contrariar a lógica da indústria ou da música muito uniformizada. Ou sempre do mesmo pop ou do mesmo pimba.
Mas mesmo a pop e a indústria claramente foram contagiadas pela música tradicional e popular portuguesa nos últimos anos.
Claro que sim. E um grande exemplo disso é o Pedro Mafama. De repente toda a gente canta “olarilolé”, quando o “olarilolé” está mais do que vivo em todo o lado. Sempre existiu. E estão contaminados, sim, mas depois não têm uma reacção festiva… Não vêm para a rua, onde o que importa num coro é o uníssono, já não estão todos à procura de um tom. Cantam em conjunto porque sim, não é? Foi muito forte quando houve aquela história dos Criatura, que foram tocar pela primeira vez ao Capitólio e de repente saíram da sala, e quando foram buscar os instrumentos havia uma roda de 500 pessoas, do público todo que lá ficou a cantar a “Labuta”. A partir daí, com todo o fenómeno do adufe, que neste momento é um instrumento que está em todo o lado, e com toda a gente a querer construir adufes e a ter adufes… Porque o adufe também tem uma portabilidade de percussão. É muito mais fácil de carregar do que um jambé. São os novos jambés, mas são muito mais fáceis de transportar: pões uma malinha a tira-colo e já está.
É claramente uma fase de revitalização do adufe, especificamente.
Ao mesmo tempo, é mais do que isso. Porque será a primeira vez que um instrumento em Portugal volta a ter o seu lado xamânico, que tem tudo a ver com o lado ritualístico de um ritmo contínuo… Quando o adufe já é usado nos rituais de ayurveda, etc., ele acaba por ultrapassar a música em si. É mais a questão da celebração e da festa. Tem muito a ver com o fim de uma pandemia, em que toda a gente pode ir para a rua, e toda a gente se pode juntar, e de repente o movimento faz com que as pessoas tenham esta possibilidade de libertação, de se juntarem e de fazerem estes grupos e colectivos. Depois, ao mesmo tempo, cada vez se formam mais coros em todo o lado. Há uns que têm um lado mais politizado, como o Coro das Mulheres da Fábrica, que é claramente feminista; o Coro da Cura que segue A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria; mas há outros, como o Coro da Casa de Gigante, o Coro Aphros em Ponte de Lima, Caldas da Rainha também tem um, há outro de uma associação em Setúbal…
E são projectos muitas vezes com essa base comunitária.
Sim, acho que é uma necessidade de as pessoas se juntarem para terem o cantar como aglutinador social, que deixou de existir nos sítios. Porque dantes as pessoas cantavam ou porque trabalhavam no campo ou porque precisavam dessa pausa e depois isso deixou de existir. Mas o cantar voltou a ter uma certa importância, as pessoas sentem-se livres, é uma forma de se libertarem do dia-a-dia, da rotina… Num dia por semana mandam tudo para fora com os coros. É isso que também está representado quando as pessoas se juntam todas. Esta antologia é feita muito por causa deste movimento, porque é incrível o poder que este Global-Local tem, de trazer todo o espólio que ando a gravar há não sei quantos anos e que tanta gente andou a estudar, e dantes era tão complicado descobri-lo e ele agora está vivo na memória das pessoas… As pessoas cantam-no, gostam dele e usam-no como forma de celebração para estarem juntas, com intenção, força e desejo. Isso é fixe.
E sentes que é algo que veio para ficar?
Acho que sim, que espero que se vá transformando, que vá aumentando, e por isso é que também fiz esta antologia. Sempre com o desejo de que haja mais vontade de procurar mais repertório e de continuar com isto. É algo que se vai sempre transformando e, como as coisas são muito rápidas, aquilo que pode ser hoje esta música rapidamente se pode tornar noutra. Aquilo que é viral é cada vez mais rápido — porque depois desaparece e vem outro vírus, outra coisa colectiva para as pessoas cantarem. Mas o adufe claramente veio para ficar, exactamente por esta noção de portabilidade e de rapidamente teres um instrumento com que fazes ritmo e com que juntas as pessoas à tua volta. Tem aquela coisa da repetição do ritmo, que é muito chamativo, puxa muito para a celebração e é uma necessidade que as pessoas hoje em dia sentem. Foi isso que senti muito nos Bons Sons, aquela vibração. Esta roda que vi à noite juntou-se, começou a cantar e depois ficou enorme, com imensas pessoas à volta, todos contentes por estarem a partilhar aquele momento.
E também é isso que te atrai, a música como forma comunitária e informal, com a lógica de que nem toda ela precisa de ser profissional ou industrializada?
Essa é a força da música amadora, de sentires a música no seu sentido primordial, que é para as pessoas se ouvirem a elas próprias, de terem uma comunhão e uma festa. E estarem ali em uníssono a cantarem a mesma coisa por terem esse poder de se conseguirem transpor para outros mundos e de conseguirem sair delas próprias e terem esse lado mais transcendental que é, de facto, cantar em conjunto. E também é por isso que os coros existem. Cada pessoa vai sentindo que cada vez canta melhor e isso reforça a sua auto-estima, mas ao mesmo tempo também está esmagado perante o colectivo e sente a força toda no meio daquelas pessoas. Portanto, ao mesmo tempo que te faz bem a ti individualmente e te dá um reforço positivo e te levanta a auto-estima, também se sente o poder de cantar em conjunto.
Voltando ao tema da música profissional e mais pop incorporar cada vez mais elementos tradicionais da música portuguesa, muito por causa desta tendência do Global-Local, sentes que é algo que até possa eventualmente contribuir para uma maior internacionalização da música portuguesa, por ela ser mais identitária, por ter características mais próprias e locais?
Sim, mas existe sempre o problema que vem de há muito tempo: falta o estudo. Falta analisar o fenómeno. Se tens alguém a usar isto de uma forma pop, não sabe tudo o que está adjacente. A grande questão disto é que não te podes esquecer dos contextos. É importante perceber os contextos.
Acaba por se desvirtuar?
Não é por se desvirtuar, é porque às vezes o contexto é mesmo importante. O contexto implica perceberes o local, que é importante entenderes no global. Não podes só extrair o global das coisas, também é importante não te esqueceres do local que essas coisas têm. E às vezes as coisas vão-se perdendo por isso: porque ninguém faz as perguntas sobre de onde é que as coisas vêm, e depois, às tantas, toda a gente repete e faz a mesma coisa, mas nunca ninguém faz as perguntas essenciais: “De onde é que isto veio? Quem é que canta? Porque é que cantavam assim?” Isso é muito importante. Mas depois, como o que importa é a indústria e a comercialização e vender um produto, vai-se perdendo todo esse lado que precisava desse estudo. Um fenómeno tem sempre de estar a par com o outro, porque se não rapidamente é tudo um produto. Porque depois as coisas perdem-se e haverá um momento em que será muito difícil estabelecer as origens ou entender como é que aquilo foi parar ali.
E também tem a ver com o que dizias há pouco, de muitas vezes na música mais pop usar-se a abordagem estética, a roupagem… mas não o repertório.
Pois, é isso… Mas ao mesmo tempo isso é fixe. O Baiuca, na Galiza… Um dos grandes sucessos dele é uma música chamada “Alentejo”, que tem uma rapariga de oito anos que eu gravei em Beja e que é aluna de cante de um amigo meu que toca viola campaniça. Ele estava a tocar, ela cantou esta música e ele é que me disse “esta miúda canta mesmo bem, tens de a gravar”. E duvido que muita gente que oiça aquela música do Baiuca identifique que aquela rapariga é do Alentejo, mesmo com o sotaque. É aí que quero chegar. Depois está tudo misturado. E é muito importante que se perceba que é alentejana, e o que é que ela canta, e porque é que se canta aquilo.
Virando a conversa para o próprio projecto d’A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria, e tendo em conta este cenário que estávamos a descrever, de uma aproximação do país a algumas raízes e tradições musicais, das quais se tinha distanciado durante muito tempo, sentes que mais do que nunca é importante o trabalho que fazes? No sentido de registar, preservar e mostrar essas origens e contextos, como dizias?
Sim… A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria é um trabalho sempre em contínuo, mas cada vez o que me interessa mais é criar ligações dentro do próprio arquivo. E fazer com que seja sempre uma coisa viva. Não basta só gravar esta colecção enorme de vídeos e apresentá-los na Internet. É preciso dizer que eles estão aqui, explicar porque é que estão aqui e contar a história nem sempre é assim tão simples. E por isso é que nós, dentro d’A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria, também estamos sempre a tentar encontrar as fórmulas para o fazer. Neste momento estamos a fazer um trabalho que é super lento e estupidificante, que é ter tudo em catálogo e fazer efectivamente uma base de dados, com todas as referências, que instrumento é que estão a tocar, quem foi a pessoa que gravou, quem é que nos levou àquele sítio, onde é que foi gravado, com as coordenadas e tudo… É um trabalho muito moroso, mas permite, a partir daí, que essa base de dados entre numa rede neural e tenha algoritmos e uma procura completamente… Imagina quereres saber todas as pessoas que tocam cavaquinho e têm menos de 10 anos. É poder fazer uma pesquisa muito mais alargada. E, agora, com a nossa nova colaboradora, a Cátia Soares, como ela só tem 30 anos, é desafiá-la e dizer: “Faz um programa de rádio que depois se pode tornar num podcast da tua visão de rapariga do arquivo que está a fazer essa base de dados para perceber como é que tu vês isto.” Vai fazendo uma comunicação e dando vida a todas estas coisas, mostrando a sua visão jovem, que é completamente diferente da minha, por exemplo. A minha visão seria sempre mais pesarosa, porque conheço aquelas pessoas, sei quem já morreu, conheço as suas vidas, por isso também é muito importante que, ao mesmo tempo que se grava e se tem este manancial todo, se perceba como é que se podem dar outras vidas e dinâmicas a toda esta colecção.
Tendo em conta o trabalho que tens desenvolvido ao longo destes 14 anos, e tens percorrido o país e conhecido bem as pessoas, as tradições regionais de cada local, sentes que a própria percepção que o país tem das suas culturas, das suas músicas, das suas tradições artísticas, é precisa e justa? Ou existe ainda um grande distanciamento nesse sentido?
O país tem muitas camadas e é muito difícil conhecer o país e as coisas todas. Pode ser difícil ter esse entendimento global. As pessoas têm que escolher que camada das coisas é que querem entender mais. O país é mesmo muito rico e por isso é que as antologias são tão importantes, que é para que as pessoas percebam a riqueza dele e para suscitar curiosidade. Nunca podemos desistir de criar curiosidade nas pessoas para quererem conhecer mais camadas e quererem ir mais longe naquilo que há para conhecer em todo o país. Isso é super importante. Até porque durante anos e anos estivemos sempre a lutar contra a influência anglo-saxónica, havia sempre aquela rábula de que estávamos sempre mais perto de um negro a tocar blues do que propriamente da velhinha de trás do nosso quintal a cantar músicas enquanto estava na horta. Agora isso já não existe tanto porque este Global-Local trouxe tudo para o mesmo patamar e temos a música pop anglo-saxónica de que gostamos ao mesmo nível que temos o adufe e outras modas. É incrível que isso tenha acontecido. Mas é preciso criar mais curiosidades ainda, para que queiras saber mais e que continues e que não desistas.
E é um fenómeno que também pode contribuir para aproximar o país, tendo em conta que existe um distanciamento entre os grandes centros urbanos e as outras terras, entre o litoral e o interior?
Sim, e ao mesmo tempo também perceber que essas zonas são cada vez mais globais e que essas fronteiras também já não existem da mesma maneira. Existem em relação aos serviços, é uma centralização complexa… É muito bom que as pessoas das cidades possam aprender os repertórios que sempre existiram fora delas, mas ao mesmo tempo continua a haver muitas pessoas que ainda estão vivas e toda a vida delas o seu grande desejo foi passar a alguém aquilo que sabiam e nunca conseguiram. Porque nunca houve ninguém interessado. E é muito triste quando vou gravar alguém que me diz que o seu sonho era passar aquilo a alguém e há 50 ou 100 pessoas que vão fazer cursos a Lisboa de cante ou para tocar adufe quando existem essas pessoas a querer ajudar de borla. Mas o mundo não funciona assim e também é complicado juntares essas pessoas todas. Existem todas estas complexidades.
O que é que sentes que ainda te falta explorar mais neste projecto? Há alguma região do país que ainda falte cobrir em comparação com outras, ou géneros musicais em concreto?
Ainda há muitos buracos por preencher, há muita coisa que não está lá. Mas agora vamos em contratempo. As pessoas que ainda sabem estas coisas de cor são cada vez menos e daqui a cinco anos já quase não existirão. As pessoas que ainda sabem muito, normalmente são as que nasceram até 1940, depois daí já são muito poucas as que conseguiram registar na memória da mesma maneira. Por isso estamos a correr contra o tempo. Mas ainda há muitas tradições que estão vivas e o que é importante é manter as coisas vivas — mais do que preservar. Preservar implica sempre o uso de qualquer coisa química ou artificial, é sempre algo pouco humano… O que é fixe no adufe não é que ele tenha sido preservado, mas que toda a gente toque nele, mesmo que seja para fazer as suas próprias canções, independentemente dos repertórios tradicionais. Isso é importante.
E quando fazes um registo em vídeo de um adufe, isso também pode fazer com que mais pessoas possam querer tocá-lo.
Estas novas gerações vão buscar estas melodias antigas das músicas tradicionais para escrever músicas novas — ou para reescrever as velhas músicas. Porque entretanto as paisagens já se transformaram, os ecossistemas e os contextos já mudaram. E também é importante mudar as letras e reflectir novos contextos. O Alentejo já não é o celeiro da nação, já é outra coisa. E depois há outro lado: Portugal tem cada vez mais comunidades de outros países e uma música que é mais misturada. É a cultura que provavelmente vai ser o futuro, quando tudo estiver misturado. Isso provavelmente será a nova tradição e é importante começar a seguir essas pessoas, ouvir o que os migrantes têm para cantar… Noutro dia estava em Lisboa e no meio daqueles turistas todos, num domingo em Agosto, chego a um coreto na Graça e há um monte de gente a cantar capoeira, e na Alameda há festas de indo-paquistaneses com vários cantares. Essa mistura toda… No meio disso tudo penso sempre que irá surgir uma coisa nova que é a mistura disso tudo. Vai acontecer algo. É um fenómeno natural, exactamente igual ao resto, tal como a tradição oral em Portugal, só que agora há muito mais variedade e fontes, graças a este Global-Local.
Joaquina Mendes Pereira – “Ó que praia” from MPAGDP on Vimeo.