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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 28/10/2025

Uma semana de novidades audiovisuais nos terrenos do hip hop e electrónica pela mão de Gonçalo Oliveira.

7 Dias, 7 Vídeos

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 28/10/2025

Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?

7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal nos terrenos do hip hop e electrónica. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto de novo, com tanto para espreitar e escutar.


[Samara Cyn] “Vitamins n Minerals”

Numa era em que muitos “artistas” apostam no hip hop como forma de fazer dinheiro com um discurso vazio, nunca é de mais parar para aplaudir MCs como Samara Cyn, alguém a quem a mediocridade não serve na hora de delinear uma nova canção em estúdio. Os versos de “Vitamins n Minerals” não são para qualquer um, frutos de um labor cuidado e dedicado que não se limita a dizer umas meras frases soltas ao microfone. Mais do que apenas uma “rapper feminina”, Samara Cyn é alguém a quem a coroa do hip hop — sem sexos, em todo o seu esplendor — assenta (e muito) bem. É por isso que nunca nos têm faltado elogios para lhe endereçar desde que se estreou na música e os passos que tem dado desde o primeiro single continuam a mostrar que nunca tivemos errados.


[Mura Masa] “Handsup”

Os antigos toques de telemóvel monofónicos voltaram a ser cool nas mãos de Mura Masa. Depois do sucesso que foi o seu regresso à club scene com o álbum Curve 1 em 2024, o produtor segue na mesma pista este ano com Curve +1, o EP editado na passada sexta-feira que serve como complemento ao registo de longa-duração que lhe antecedeu. São quatro malhas com sabor a rave britânica para dançar até não dar mais e entre elas encontra-se este mutante retro-futurista que é “Handsup”, que mescla UK garage com soul.


[Armand Hammer & The Alchemist] “Calypso Gene” feat. Silka & Cleo Reed

Mercy continua a ganhar forma diante dos nossos olhos. O próximo LP a surgir dos esforços entre Armand Hammer e The Alchemist teve mais um dos seus temas revelados, depois de dados a conhecer o inaugural singleSuper Nintendo” bem como a capa e o alinhamento do projecto. Em colaboração com Silka e Cleo Reed, este “Calypso Gene” versa-nos sobre “uma desconstrução de memórias imperfeitas e a metáfora paradoxal da água como fonte de purificação espiritual e demarcação de fronteiras militarizadas.” Já musicalmente, os artistas apontam para “uma colagem de piano jazz ondulante e espíritos fantasmagóricos que amplifica a tensão entre o realismo sombrio e o misticismo irreconhecível.”


[Holly Hood] “Daddy”

Holly Hoodreservou o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, só para si. Dia 14 de Março de 2026, um dos melhores rappers da sua geração celebra diante do público um trajecto que muito em breve terá como cereja no topo do bolo o álbum Opressionismo, que vem findar a trilogia iniciada com O Dread Que Matou Golias (2016) e Sangue Ruim (2022). “Daddy” é a quarta amostra desse disco vindouro e serve de testemunho cru e emotivo do final de uma relação.


[Jean Deaux] “Red Ginseng”

Outra MC de mão-cheia é Jean Deaux, que ao longo do seu trajecto tem demonstrado não apenas qualidade, mas também uma versatilidade que lhe permite aplicar as suas valências em diferentes contextos — das temáticas mais leves e descontraídas ao ego trip, sempre com grande estilo. Produto refinado da mesma escola de Chicago que nos deu talentos como Saba, Smino ou Mick Jenkins — todos eles artistas com quem já colaborou —, Jean Deaux mostra de que fibra é feita neste “Red Ginseng”.


[Kal Banx] “Lose Control”

Podem nunca mais voltar a encontrar o “próximo Kendrick Lamar”, mas passem os anos que passarem, a Top Dawg Entertainment continua a manter a fasquia do liricismo alta a cada nova contratação. Kal Banx é uma das apostas mais recentes da label californiana e estreou-se no pico do Verão com o álbum RHODA, do qual faz parte este “Lose Control”, que deixa no ar a ideia de um momento de full circle, já que partilha o mesmo sample de percussão usado em “Sing About Me, I’m Dying Of Thirst”, de Kendrick Lamar.


[Samm Henshaw] “Get Back”

Ao longo das últimas décadas, a música soul tem sido fonte de inúmeros mantras musicais capazes de nos agasalhar a alma nos momentos mais frios da nossa vida. Samm Henshaw não é estranho a essa forma de fazer música, mas em “Get Back” há um afastar ainda mais assumido da vertente rap que sempre pautou a sua obra. Neste mais recente single extraído do seu próximo It Could Be Worse, que chega a 21 de Novembro, o artista inglês pinta as memórias dos tempos áureos de um amor findado sobre uma tela instrumental vintage que nos lembra da era da Motown.

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