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Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?
7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal nos terrenos do hip hop e electrónica. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto de novo, com tanto para espreitar e escutar.
[slowthai] “Selfish”
THE REST e *UNCANNY assumem a direcção do novo videoclipe de slowthai. A peça conceptual colocou o artista inglês enclausurado numa sala envidraçada ao longo de 24 horas (podem ver parte desse exercício aqui) e ilustra “Selfish”, o tema escolhido por Tyron Frampton para anunciar a vinda de UGLY, o seu terceiro LP de originais, apontado para uma edição pela Method Records no dia 3 de Março. 2023 cheira cada vez melhor.
[Jadasea & Laron] “Oh Dear” feat. Wiki
Vai causando algum burburinho aqui e ali, mas sobressai-se sobretudo pela aprovação que vai tendo por parte dos seus pares. Jadasea tem vindo a cruzar-se em estúdio com MIKE, King Krule, Medhane, Jesse James Solomon, Sideshow ou Wiki e agora vê o autor de Lil Me e No Mountains In Manhattan (que tem data marcada para se apresentar ao vivo na ZDB este ano) a devolver-lhe o gesto, registando o letal verso que dá por encerrado este “Oh Dear”. A faixa antecipa a chegada de The Corner Vol.1, projecto cozinhado a meias entre o rapper e o produtor Laron, editado já no próximo dia 8 de Fevereiro.
[VLUDO] “Vírgulas e Túneis”
Sebastião Santana trouxe de volta à nossa tela a “cor do céu da boca de um estrumpfe“, um azul aveludado que agora serve o propósito de casar com o requinte automaticamente imposto pela suavidade com que Blasph e Sam The Kid manuseiam a caneta e a MPC, respectivamente. “Vírgulas e Túneis” apresenta uma dupla candidata a Bola de Ouro em 2023 e que promete desde logo o álbum Dedos Finos, numa data ainda por revelar. Sintam-se apresentados a VLUDO.
[Lil Yachty] “sAy sOMETHINg”
Por esta quase ninguém esperava. Sem direito a qualquer entrada, Lil Yachty foi directo ao prato principal na passada sexta-feira ao editar Let’s Start Here., projecto que chegou a apontar como algo completamente fora do seu espectro habitual — “sem rap”, “alternativo e psicadélico” ou “repleto de instrumentação real” foram algumas das ideias que deixou no ar há um ano. Mais Childish Gambino, Kids See Ghosts ou L’Rain do que propriamente Pink Floyd (como muitos estão a tentar pintá-lo por aí, no Twitter), o sucessor de Lil Boat 3 é, sem sombra de dúvida, uma lufada de ar fresco na carreira de um rapper que, a dado ponto, parecia ter pouco mais para oferecer aos seus ouvintes do ponto-de-vista da inovação. Com o disco na rua, só agora começam a ser escolhidos os singles e “sAy sOMETHINg” é o primeiro a ingressar no formato do audiovisual para o YouTube.
[ZelloperZ] “Whitney Hueston”
Enquanto uns parecem dar a vida pelo ad-lib perfeito, ZelloperZ mostra como é possível viver-se bem com a arte que se faz sem recorrer a truques de ilusionismo. A preocupação em ter a sua música o mais acessível possível também é próxima do zero, com o seu mais recente e auto-produzido Might Not Make It a ser disponibilizado apenas no Bandcamp. “Whitney Hueston” é o primeiro e orelhudo single a ser extraído desse trabalho de curta-duração, faz um trocadilho com o nome de uma das mais poderosas vozes da soul e r&b e é dedicado a “todas as galdérias bonitas na fila para a casa de banho”.
[Dirty Dike] “Pusspuss”
Quatro anos após o último LP Acrylic Snail, Dirty Dike fez contas com a High Focus Records e pegou na trouxa rumo a uma nova aventura. O resultado foi a criação da Melonskin Records, selo pelo qual tem editado temas avulso como “Bucket Kicker”, “Just Dreamin’” ou este novo “Pusspuss”, quase como a avisar de que podemos muito bem estar na iminência de escutá-lo novamente no formato de álbum. Prestes a assinalar o primeiro aniversário, a editora independente tem ainda servido de casa para outros artistas, como Sleazy F Baby, Eva Lazarus e Skuff.
[deem spencer] “27”
É impossível esquecermo-nos da Pretty Face que deem spencer nos fez da primeira vez que nos cruzámos com a sua música e, por vezes, nem damos conta dos quase quatro anos que passaram desde esse momento. O MC e cantor de Queens, Nova Iorque, já chegou ao “clube dos 27” e reflecte sobre o peso que sente ao carregar no corpo a idade com que muitos e grandes nomes da música desapareceram precocemente. Carimbada pela sua própria drink sum wtr, a canção junta-se a “To Have It All” na lista de avanços referentes a adultSW!M, disco que prevê lançar no decorrer de 2023.
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