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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 25/10/2021

Uma semana de novidades audiovisuais nos terrenos do hip hop e electrónica pela mão de Gonçalo Oliveira.

7 Dias, 7 Vídeos

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 25/10/2021

Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?

7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal nos terrenos do hip hop e electrónica. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto de novo, com tanto para espreitar e escutar.


[SEVDALIZA] “HOMUNCULUS – OH MY GOD”

Em Janeiro de 2020, SEVDALIZA antecipava o seu último disco com “OH MY GOD“, uma canção na qual a cantora se mascarava de trapstar lo-fi e enfrentava a sua malfadada sina. Apesar dos planos para uma digressão mundial terem ido por água abaixo com a chegada da pandemia, Shabrang acabaria por ver a luz do dia em Agosto do mesmo ano, e há agora toda uma Europa de braços abertos para receber em palco a mulher que em 2017 tinha dado à luz o belíssimo ISON — a partir de Maio, a esteticista da pop alternativa vai andar por Inglaterra, Russia, Suíça ou Alemanha.

Inicialmente assinado apenas por si e pelo seu recorrente colaborador Mucky, “OH MY GOD” conta agora com uma nova e mais longa versão, que nasce de alguns ajustes à produção levados a cabo por Sleepnet. O resultado motivou SEVDALIZA a dar-lhe um destaque adicional com a recriação de um pesadelo futurista em formato de vídeo, apelidado de “HOMUNCULUS – OH MY GOD”, escrito e dirigido por Willem Kantine mas que conta também com algum input por parte da artista.


[JPEGMAFIA] “DIRTY!”

JPEGMAFIA é sinónimo de criatividade levada ao extremo, até mesmo na forma como distribui a sua música. De modo a conseguir incluir todos os seus novos bangers no seu LP! — mesmo aqueles cujos samples não foram legalizados — o rapper e produtor de Baltimore criou duas versões diferentes para o disco, Online e Offline, sendo esta última aquela que contém “HAZARD DUTY PAY!”, “100” ou “DIKEMBE!”. Há, claro, temas que são comuns a ambas as faces com que LP! se apresenta, como é o caso deste “DIRTY!”, o segundo single oficial (aos olhos da lei, claro) do sucessor de All My Heroes Are Cornballs.


[Black Josh] “Get Meh”

Depois de uma primeira ronda de concertos no regresso à normalidade no Reino Unido, Black Josh quer certificar-se que a sua reputação não baixa para receber a grande onda que se avizinha. Heartbreak Hostel é o álbum que edita pela Blah Records já esta sexta-feira e tem “Get Meh” como segundo avanço, depois da descolagem que fez em “The Birds” no início do mês. Entre o carregar a camada underground às costas e os pensamentos diabólicos que o atormentam no silêncio: “You don’t have to get me, just respect me,” avisa.


[Gabe ‘Nandez] “From The Go” feat. Medhane

A música de Gabe ‘Nandez atinge inéditos graus de imundice neste seu “From The Go”, tema que parte de um beat dos NY Bangers numa nova equação à estética do hip hop com epicentro no seu berço. Depois de ter trocado versos com E L U C I D e GRAM no seu último disco pela POW Recordings, Seven, o rapper recruta para este tema avulso o também newcomer Medhane, ele que atravessou um momento conturbado após o lançamento de Cold Water antes de regressar com toda a força em Amethyst of Morning, no passado mês de Maio.


[Ouri] “Grip”

Entre o DJing, a composição e o canto, Ouri encontrou o balanço necessário para abordar a construção de um álbum de apresentação, em Frame of a Fauna, e prova que a beleza de uma canção é uma qualidade completamente independente do género em que a mesma assenta. No trabalho que a multifacetada artista apresentou na sexta-feira transacta pela Born Twice / Lighter Than Air, facilmente nos deixamos apanhar por uma teia que tanto nos transmite sinais de IDM e cultura rave, como apresenta também pinceladas de ambient ou folk, como é o caso deste “Grip”, o seu mais recente videoclipe.


[City Morgue] “WHAT’S MY NAME”

Quando os membros de um qualquer colectivo se começam a mostrar em registos a solo, esse é muitas vezes um caminho sem retorno. Não foi o caso dos City Morgue, eles que nos apanharam totalmente de surpresa com esta urgência em dar a conhecer CITY MORGUE VOL 3: BOTTOM OF THE BARREL há um par de semanas, numa altura em que 13 SONGS 2 DIE 2 e DOG BOY, LPs em nome próprio de SosMula e ZillaKami, respectivamente, ainda cheiravam a novos. “WHAT’S MY NAME” é, para já, o grande cartão de visita para o terceiro disco da dupla.


[Isaiah Rashad] “THIB”

Se dúvidas existiam, Isaiah Rashad está a dissipá-las passo a passo. The House Is Burning é um valente aglomerado de faixas com elevado replay value e não é por acaso que já viu nascer o seu sexto single durante a semana que passou, bem como foi ainda capaz de levar “HB2U” ao A COLORS SHOW pelo caminho. “THIB” é, talvez, o melhor resumo de toda a matéria que o rapper percorre por entre as 16 músicas contidas no sucessor de The Sun’s Tirade e sucede a “Chad”, “From The Garden”, “Lay Wit Ya”, “Headshots (4r Da Locals)” e “Wat U Sed” de canções adaptadas ao formato audiovisual. Será que fica por aqui?

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