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Fotografia: João Pedro Fonseca
Publicado a: 08/03/2019

azul-revolto, Dragão Inkomodo e Moreno Ácido foram os representantes da editora portuguesa no espaço lisboeta.

ZABRA records no Musibcox: revoltos, incómodos e ácidos

Fotografia: João Pedro Fonseca
Publicado a: 08/03/2019

A ZABRA records, editora portuguesa de música electrónica, está quase a completar o seu primeiro ano de vida. Ontem, dia 7 de Março, a pista de dança ficou a cargo de três membros da sub-label da Zigur Artists, que foram recebidos com entusiasmo e por um Musicbox preenchido.

A noite começou com azul-revolto, detentor do terceiro lançamento da editora com o seu Seiva. Enquanto no seu EP trouxe sonoridades mais obscuras, o seu DJ set não descurou os mesmos BPMs do house que o orientam, mas atirou-se a um ambiente mais descontraído. Entre o house e o chillout, mantém um four-on-the-floor constante, com algum revivalismo que nos transportava para os idos anos 80. Como Jon Hopkins colocou, e bem, “where would we be without taking the bass out and then putting it back in again”.

Dragão Inkomodo, outro dos nomes no cartaz, mereceu recentemente destaque no Rimas e Batidas pelo lançamento do álbum Etéreo e sem fios a custo zero – 9 temas para colagem digital. Embora tenha sido acutilante desde o princípio do concerto, soube sempre ler a pista e o que os seus companheiros de palco tocavam. Iniciou numa onda mais dançável, mas com uma sonoridade muito mais fragmentada e experimental que qualquer outro da noite. Foi também o único que apostou e trouxe um live set.

Com uma aposta ecléctica, vimo-lo em vários espectros, sejam mais agressivos ou mais facilmente compreendidos – importante, tendo em conta que uma parte do público seriam estrangeiros à procura de mais uma noite de festa na Rua Cor-de-Rosa. Soube, portanto, continuar a festa que azul-revolto começou, mas menos etéreo apenas. Saltando entre beats, trouxe sempre força e ritmos próximos, não alterando o clima de festa que se vivia. Mesmo que por vezes regressasse ao seu espectro distorcido e mais “aphex-twiniano” de “Da banda-sonora original dum conto sobre um homem que comete sempre duas vezes o mesmo erro”, por exemplo. Trouxe muito material do seu novo disco, mas também faixas inéditas, e terminou numa nota mais calma, passando eloquentemente a tocha ao último DJ da noite.

Moreno Ácido fechou o Musicbox, novamente num espírito mais festivo e dançante. O produtor, que lançou independentemente Memories From Four Feet Beneath no passado mês de Fevereiro, também tocou em formato DJset. Numa electrónica mais abrasiva – mais afastada até do ambient que ouvimos no seu disco – propôs um set marcado por ritmos acelerados, repescando, a espaços, percussões mais tropicais.

Como a electrónica pede: uma proposta ecléctica e variada onde a dança não perde lugar.


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