Oito anos após ter baralhado as contas da nova pop nacional com Adoro Bolos, Conan Osiris regressou aos discos no passado domingo com XENONEXO.
O polímata de Lisboa foi generoso na hora de nos dar a conhecer a sua evolução artística. Com 20 faixas a formar o ciclo de duração de uma hora do álbum, XENONEXO é um retrato da caminhada trilhada por Conan nos últimos anos, pautada por problemas de saúde, dramas pessoais e familiares, novelas de bastidores ou até a malfadada sina de ser português e não ter como adquirir casa no seu próprio país. A carga emocional é mais pesada no geral, mas momentos como “DONA GLUTEUDA” ou “PRINTSCESAS” ajudam a equilibrar o astral, enquanto “TELEMOVEIS” mete o povo a cantar em uníssono pelas boas memórias que o tema deixou na grande montra do Festival Eurovisão da Canção de 2019, depois de ter vencido o Festival da Canção no mesmo ano.
Apesar da musicalidade mais arrojada e do salto de maturidade dado ao nível das letras, a fórmula para chegar a XENONEXO pouco ou nada difere da receita que na recta final de 2017 gerou Adoro Bolos. Conan Osiris volta a ser compositor, produtor e interprete de toda a obra e sem recorrer a updates no seu setup de criação musical. O LP foi selado pela Ao Sul do Mundo e não chegou sozinho: no mesmo dia o Conaninho lançou também MUSICÆ MMXV, uma colectânea de criações suas que ainda não constavam nas principais montras digitais e que vinham a ser partilhadas no SoundCloud ou em vídeos no Facebook.
O lançamento-surpresa de XENONEXO vem dar ainda mais mais força ao anteriormente anunciado regresso de Conan Osiris aos palcos, que está marcado já para o próximo mês de Janeiro — dia 11, apresenta-se ao vivo da Sala Suggia da Casa da Música, no Porto.