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Texto: ReB Team
Fotografia: Vera Marmelo
Publicado a: 15/04/2023

O baterista e compositor na meca da cultura.

Um português em Nova Iorque: Pedro Melo Alves em digressão na Grande Maçã

Texto: ReB Team
Fotografia: Vera Marmelo
Publicado a: 15/04/2023

Pedro Melo Alves inicia hoje um périplo de cinco datas em Nova Iorque, cidade em que se apresenta em diferentes contextos e formações até ao próximo dia 19. O arranque desta aventura que, como nos informou, só é possível graças ao apoio do Art Institute e da Fundação GDA, dá-se hoje mesmo com um solo absoluto no IBeam Brooklyn  (168 7th St, Brooklyn, NY 11215).

A digressão prossegue amanhã, dia 16, com a sua apresentação como parte de Memória de Peixe ao lado de Miguel Nicolau e Filipe Louro no Rockwood Music Hall (196 Allen St, New York, NY 10002). Sem tempo para pausas, segunda-feira, dia 17, verá o baterista regressar ao IBeam Brooklyn na companhia de Jacqueline Kerrod, Elsa Nilsson e João Grilo. No dia 18, terça-feira, Melo Alves volta a cruzar-se com Jacqueline Kerrod e Elsa Nilsson para um concerto em trio no Scholes Street Studio (375 Lorimer St, Brooklyn, NY 11206). E a 19 de Abril, quarta-feira, será a vez de se apresentar no Main Drag (50 South 1st Street Between Kent ave and, Wythe Ave, 11249, desta vez ao lado de Hery Paz, João Grilo e Kenneth Jimenez.

Sobre esta aventura, em comunicado geral, Pedro Melo Alvez fez saber: “Trata-se da minha terceira ida à cidade, após ter actuado em 2017 com The Rite of Trio no Joe’s Pub – Public Theatre e após ter gravado em Maio de 2022 no estúdio Douglass Recording Studio com os músicos Hery Paz e Joe Morris. E surge na sequência de diversas colaborações na Europa com conceituados músicos americanos como o Ra Kalam Bob Moses, Peter Evans, Mark Dresser, a Sun Ra Arkestra, Luke Stewart, John O’Gallagher, Tony Malaby, Chris Pitsiokos, Jacqueline Kerrod, Elsa Nilsson e os já referidos Hery Paz e Joe Morris”.

O músico acrescenta depois: “O solo no IBeam surge por convite do curador Deric Dickens, que está a organizar um ciclo de solos de bateria chamado Orbital Resonance Solo Drum Series. O concerto em quarteto com a Jacqueline, a Elsa e o João surgem na sequência de ter gravado em duo com a Jacqueline (harpa) em 2019, depois de a ter visto a tocar em duo com o Anthony Braxton, e de ter tido uma pequena tour em Portugal com a Elsa (flauta) no ano passado, na qual tocámos com o André B. Silva, o John O’Gallagher e o Martin Sued. O elo comum desse concerto com o de dia 19 é o João Grilo que se encontra este mês de Abril a viver na cidade, e neste último dia juntamo-nos ao Hery Paz e Kenneth Jimenez, que são duas figuras centrais da nova geração de improvisadores nova-iorquinos.”

“Com estes concertos e viagem espero reforçar as conexões Europa-EUA nos domínios do jazz e da música improvisada que eu tenho vindo a estabelecer nos últimos anos e, no caso de Memória de Peixe, dar o primeiro passo de regresso desta banda de cuja nova formação eu faço parte”, explica ainda.

Ao Rimas e Batidas, Pedro Melo Alves fala também da importância que atribui à Grande Maçã e à oportunidade de por lá se poder apresentar: “Nova Iorque eu diria que, para a sociedade ocidental, representa o maior ponto de encontro da cultura contemporânea. Como tal, acho que a grande magia desta cidade é o quanto atrai qualquer ser ávido de estímulo e os reúne todos no mesmo espaço para partilharem perspectivas. Todos precisamos de ficar sem chão, de quando a quando, para manter a chama da procura acesa. E todos ficamos demasiado confortáveis nos nossos pequenos mundos. Precisamos de pôr em causa as nossas referências, os nossos critérios de exigência, a escala das validações, a natureza do que se procura, esquecer um pouco quem somos. Portanto, muito mais do que só pela riquíssima tradição do jazz, ir a Nova Iorque para mim significa contactar com os vários circuitos da arte contemporânea – dentro da música, música contemporânea, música improvisada, música experimental, música eletrónica, música com multimedia, etc. – e ganhar uma perspectiva renovada do que se está a fazer hoje em dia, do que é a criação hoje. Tocar significa fazer parte desse fluxo e estar conectado com as pessoas que fazem esta rede. É algo que vai lançar as suas cartas nos próximos anos do que vou andar a preparar e que contempla muito uma visão global, de circuitos mundiais conectados, para os meus projectos”.


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