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Publicado a: 04/11/2018

Trompetista Roy Hargrove desaparece aos 49 anos

Publicado a: 04/11/2018

[FOTO] Anna Yatskevich

O trompetista de jazz Roy Hargrove, figura tutelar do género com uma extensa discografia em nome próprio e como sideman, faleceu aos 49 anos, tal como confirmou o seu manager, Larry Clothier, à NPR. O falecimento foi causado por uma paragem cardíaca, mas o músico já tinha sido admitido no hospital no início da semana por problemas relacionados com os rins.

Hargrove nasceu em Waco, no Texas, e foi ainda no liceu em Dallas que chamou a atenção de Wynton Marsalis. Estudou depois em Boston, na famosa Berklee, mas, permanentemente atraído para a fértil cena de jam sessions de Nova Iorque, acabou por se transferir para a New School. Depois de algumas sessões como sideman, estreou-se em nome próprio em 1990, quando contava apenas 21 anos, com o álbum Diamond in the Rough, editado através da Novus, etiqueta para que gravou regularmente durante a primeira metade dos anos 90 até se mudar para a Verve.

Solista sólido na tradição pós-bop que abraçava não apenas na sonoridade explorada nas suas gravações, mas também no visual — gostava de se apresentar com classe, o que só acrescentava argumentos ao seu carisma em palco –, Roy Hargrove provou também ser um homem do seu tempo ao sintonizar-se com a comunidade hip hop e r&b, participando em importantes gravações de artistas como Common (gravou material para o incrível Like Water For Chocolate), D’Angelo (faz-se ouvir em “Spanish Joint”, que aliás é da sua autoria, ou em “Playa Playa” e “Send It On” da obra-prima Voodoo) ou Erykah Badu (trabalhou em Mama’s Gun). Voltaria, anos mais tarde, a cruzar-se com D’Angelo em Black Messiah, o trabalho que marcou o seu regresso ao activo, em 2014. Em 1994 foi ainda um dos recursos usados por Branford Marsalis no projecto de fusão entre jazz, funk e hip hop Buckshot Lefonque em que participou igualmente DJ Premier dos Gang Starr.

 



O currículo de Roy Hargrove espelha a sua mente aberta e a dedicação com que encarava a sua arte. Trabalhou até ao final da sua vida, tendo tocado ao lado de gigantes como Sonny Rollins, Jackie McLean, Steve Coleman, Johnny Griffin, Shirley Horn, Christian McBride, Jimmy Smith, Oscar Peterson ou, para citar apenas mais um par de relevantes exemplos, Roy Haynes e Marcus Miller: músicos muito diversos, cada um com forte impacto em diferentes momentos da história do jazz, que, certamente, reconheceram em Roy Hargrove um par.

Nas redes sociais, grandes nomes da comunidade jazz, mas também gente como Gilles Peterson, Questlove dos Roots, Erykah Badu ou Pharohae Monch, entre muitos outros, manifestou o seu pesar pelo desaparecimento de Roy Hargrove.

 


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