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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 01/05/2020

"Xifópago" foi o primeiro avanço do curta-duração.

Trafulha sobre AutoSimbiose: “Precisava de regurgitar certas emoções”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 01/05/2020

Trafulha estreou-se pela Paga-lhe O Quarto Records com AutoSimbiose. O EP é composto por cinco temas, tem mistura e masterização por Camboja Selecta e conta com uma capa assinada pela própria beatmaker.

Nasceu e cresceu no Norte mas habita actualmente em Lisboa. Trafulha foi-se tornando um dos segredos mais bem guardados do hip hop português desde que, há cerca de cinco anos, começou a gerar um pequeno culto à volta do seu perfil no SoundCloud. Três beat tapes e várias faixas avulso depois — e com muito desse material a ter desaparecido da nuvem digital entretanto —, a artista fez uma pausa para repensar a estratégia para os seus lançamentos seguintes.

Foi aí que entrou em cena a Paga-lhe O Quarto Records de Keso, que sondou a artista para uma possível colaboração. O resultado chegou-nos no passado dia 26 de Abril e é descrito pela editora como uma peça que procura “estabelecer uma narrativa emocional e uma atmosfera em cada instrumental retirando inspiração do quotidiano”. Através do manuseio de samples e algumas breves inquietações traduzidas por palavras, AutoSimbiose é a primeira inscrição de Trafulha no novo capítulo da sua carreira.



Fala-nos sobre o teu percurso. Como começa esta aventura enquanto Trafulha?

Como muitos que se apaixonam pelo hip hop, comecei a namorar a ideia de ser MC, porém, quando fui à procura de produtores para me ajudar, só me deparei com vários obstáculos, chegando à conclusão que se queria rimar tinha de ser eu a produzir por mim. Mas foi quando comecei a samplar que me apercebi que só queria produzir.

Enquanto davas os primeiros passos, sentiste que houve algum artista ou vertente específica do hip hop que te tenha ajudado a moldar a tua própria estética? O que rodava mais pelos teus headphones?

Nos meus primeiros passos, talvez os clássicos dos 90s me inspiravam, mas como a base do que faço é samplar jazz, até hoje, é o que acaba por dominar a minha sonoridade. E nos meus headphones encontra-se uma selva de géneros musicais, nada específico, todos os dias um género novo.

Já editas material no SoundCloud há alguns anos — creio que até foste retirando de lá algumas faixas com o passar do tempo — e estreias-te agora com um EP, não apenas de beats mas também com alguns escritos teus. O que esteve na base para abraçares este projecto?

Depois de ter feito um ano de ”pausa”, eu queria fazer um projecto novo. Depois de inúmeras tentativas falhadas com ideias diferentes, cheguei à conclusão que precisava de regurgitar certas emoções para fora. Daí surgiu o conceito de AutoSimbiose.

Como surge a Paga-lhe o Quarto nesta equação?

De maneira simples. O Keso já me tinha contactado e, quando tive oportunidade, apresentei o meu projecto, que acabou por sair através da POQ.

Em relação às faixas do AutoSimbiose, explica-nos em que consistiu o teu processo criativo.

Como na maior parte dos meus projectos, eu procurei primeiro uma narrativa e atmosfera através de samples que marcassem o ambiente, pondo a batida em segundo plano. Acrescentei sons que gravei no dia a dia para relembrar a ideia de um filme ou história. E como complemento usei textos que escrevi e que se encaixavam com o ambiente pretendido.

O que se segue a partir daqui? Tencionas continuar a apresentar-te a solo ou está também nos teus planos colaborar com outros artistas?

O futuro de momento está incerto. Mas ‘tou sempre aberta a novas colaborações.


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