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Publicado a: 30/06/2017

Tozé Brito: “Penso que esta é a primeira vez que um sample é assim usado, a este nível. O Jay-Z é um artista de escala mundial”

Publicado a: 30/06/2017

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Tozé Brito é um dos portugueses creditados no novo álbum de Jay-Z, juntamente com José Cid. “Marcy Me”, 9º faixa de 4:44, utiliza partes de “Todo o Mundo e Ninguém”, single editado pelo Quarteto 1111 em 1970.

 



“Fiquei muito espantado quando soube que eles queriam usar o tema. Ainda não consegui entender como foram eles lá em Nova Iorque descobrir uma música que foi lançada cá em single em 1970″, revelou o presidente da Sociedade Portuguesa de Autores em conversa com a Blitz, acrescentando: “Ainda não ouvi o resultado final e estou muito curioso”.

Já José Cid respondeu no seu estilo habitual: “Não espero comprar um Rolls graças a isso, sei que o Tozé Brito e a SPA estão em cima da situação por isso eu estou bem mais concentrado no meu novo álbum que sairá em Setembro”. Quanto à relação com o universo hip hop, o autor de hits como “Cai Neve em Nova York” ou “Como o Macaco Gosta de Banana” confessou: “Gosto do lado poético quando há objecção de consciência. Gosto do Gabriel o Pensador por exemplo, do lado interventivo das letras dele. E sei que há gente no hip hop português que tem samplado o 10.000 Anos e coisas minhas mais pop. Agradeço e fico sensibilizado com isso. É sinal de que o hip hop também vê alguma rebeldia na minha criatividade”.

Sobre Jay-Z, o artista português acrescentou: “Estou muito contente, claro, mas gosto mais do James Taylor do que do Jay-Z. O tipo de música que eu faço não deve ser muito do agrado dele, talvez as coisas mais jazzísticas, agora o James Taylor sei que é fã”.

Curiosamente, “Todo o Mundo e Ninguém” foi o primeiro tema que Tozé Brito escreveu para os Quarteto 1111, adaptando um texto de Gil Vicente. Agora, é recuperado pelo produtor No I.D., uma viagem transatlântica para um dos álbuns mais badalados de 2017. “O pedido apareceu aqui na SPA há umas seis semanas, demos logo autorização, negociámos uma percentagem… simpática. E recebemos à cabeça uma verba simbólica”, contou o cantor e letrista.

Olhando para o panorama internacional, é raro, se não único, o caso em que a música portuguesa é samplada por grandes artistas. “Penso que esta é a primeira vez que um sample é assim usado, a este nível. O Jay-Z é um artista de escala mundial”, rematou o músico, cantor e compositor.

 


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