[TEXTO] Amorim Abiassi Ferreira [FOTO] Direitos Reservados
Tommy Cash é um desafio ao que vemos habitualmente. O rapper vem da Estónia, lançou em 2014 o projecto Euroz Dollaz Yeniz (de notar a omissão da libra num passado pré-Brexit) e acompanhou os temas do disco com vídeos dirigidos pelo próprio. Portanto, ele é o pacote completo, colaborando com uma equipa de amigos porque, como ele me diz, “teamwork makes the dream work”. Um sonho de levar a identidade artística do Leste da Europa para o resto do mundo.
O ponto de encontro com o artista foi a zona mais turística de Lisboa. Um banco perdido em frente à igreja de São Roque foi o sítio ideal para uma conversa em que Tommy Cash falou sobre objectivos futuros, explorar Portugal e andar a cavalo. O MC guardou este destino para o fim da tour de forma a tirar o devido proveito. Esta é a estreia do artista em Portugal, em Lisboa (30 Junho) e no Porto (1 Julho), nas G&J Talent Launch. Admite gostar de adaptar um pouco o início dos seus concertos ao ambiente de cada um dos lugares, mesmo que isso por vezes deixe os promotores nervosos com os horários.
O que estás a achar de Lisboa até agora?
Estou no meu modo turístico agora. Andamos na estrada há 3 semanas e estamos com 7 concertos em cima. Nem sinto que tenho um concerto já a seguir porque estou tão relaxado e a sentir a vibe de Portugal.
Quem eram as raparigas asiáticas que apareceram no teu Instagram na Praça da Figueira?
São umas raparigas que nós conhecemos na rua e passámos um bocado de tempo com elas. Espero que depois apareçam no concerto.
Sobre o teu novo álbum: Foi anunciado para o início do Verão, o que nos podes contar sobre ele?
O single está quase a sair. É chamado “Win a Lotto” e vou tocá-lo nos próximos concertos. Também temos um vídeo preparado, portanto quero lançar o conjunto de uma vez. Para mim é algo que está noutro nível. Estou realmente à procura de uma nova direcção para o meu som.
Fala-nos da tua afiliação (não oficial) com a Adidas.
É tão Europa do Leste. Tem estado à minha volta desde que era um puto. Nos anos 90, a equipa olímpica Russa usava Adidas e todas as outras começaram a utilizar também. Se olhares para o Skepta, ele tem a Tracksuit Mafia, e eu acho que é algo semelhante. Para mim, as três riscas representam o minimalismo. Só tens de o vestir e vais ficar bem.
O vosso novo equipamento da selecção, o azul, eu gosto mesmo dessa paleta de cores! Quando vi o último jogo (Portugal-Croácia) pensei: “Fogo, isto é mesmo pausado.”
Tommy’s New Tattoo. Do you like it?
Uma foto publicada por TOMMY CASH (@tommycashworld) a
Já disseste em entrevistas que aprecias bastante comer. Algum prato português que te tenha impressionado?
Comi umas amêijoas… muito simples, não me lembro do nome. E quero continuar a experimentar muito peixe enquanto estiver aqui. Mas o que mais deveria experimentar que valha a pena?
(Pausa na entrevista enquanto Tommy aponta no iPhone: Sardinhas grelhadas, salada de pimento, salada de polvo, sapateira recheada e migas.)
Estás a trabalhar agora com a G&J Talent: quais são os teus próximos objectivos?
Quero tornar-me bastante conhecido na Europa. Quero explodir em Londres ou na Alemanha, porque acho que são uma auto-estrada para a Europa. Muitos artistas fizeram-no assim e eu quero tornar-me numa espécie de David Bowie do rap. Representar de onde venho, a Europa do Leste, e dar às pessoas a minha perspectiva, coisas que nunca viram, do som aos visuais.
Tens um cavalo?
Sim, ele chama-se Zaz. Tento andar nele uma vez por semana. A minha namorada tem bastantes cavalos e é o que fazemos: bazamos da cidade e vamos andar a cavalo.