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O Centro Cultural de Belém vai produzir o seu próprio festival a partir de 2024. O Belém Soundcheck vai acontecer entre os dias 21 e 24 de Março e explora a diversidade sonora em toda a sua plenitude, do jazz e da música clássica até à electrónica.
Delfim Sardo, do Conselho de Administração do CCB, explicou em conferência de imprensa realizada esta manhã que “ao fim de 30 anos, o CCB tem o dever de arriscar e de avançar”. O Belém Soundcheck foi, por isso mesmo, pensado com o objectivo de cruzar públicos e encontrar novas audiências para esta instituição.
O programa para o primeiro dia nesta edição debutante faz-se dos talentos da praça nacional, neste caso com actuações do fadista Camané (com repertório exclusivo de José Mario Branco) e da cantora de jazz Maria João (com o espectáculo Songs for Shakespeare que conta, entre outros músicos, com o baterista Sylvan Strauss). Dia 22 arranca ao sabor dos compositores barrocos, interpretados pelo ensemble Il Giardino Armonico em colaboração com o compositor e violoncelista Giovanni Sollima, seguido de um novo concerto em Portugal do pianista brasileiro Amaro Freitas, que calha precisamente no mês em que edita o seu novo álbum, Y’Y, do qual já se conhece um single. Esta apresentação será em solo absoluto e representa, como explicou Fernando Luís Sampaio, um dos programadores, uma vénia a John Cage e Naná Vasconcelos.
23 de Março terá em destaque o projecto Correspondences, que nasce de uma parceria entre o colectivo de arte sonora experimental Soundwalk Collective e uma das vozes e autoras mais influentes do punk rock, Patti Smith. Descrito como uma experiência multi-sensorial imersiva, este espectáculo complementa uma exposição que transita do Centre Pompidou, em Paris, para o Centro Cultural de Belém. Ainda na mesma data está Tirzah, nome que tem estado em clara ascensão no universo da electrónica, com um repertório que se ramifica para os lados do r&b contemporâneo ou da indie pop, como tão bem mostrou no seu mais recente LP pela Domino, Trip9love...???, editado no passado mês de Setembro. A fechar esta primeira vaga do Belém Soundcheck, no dia 24, estará a Kremerata Baltica, orquestra fundada por Gidon Kremer, que se vai debruçar sobre peças de Philip Glass, Alexander Raskatov e Astor Piazzolla. De acordo com Cesário Costa, curador da parte erudita do programa, trata-se de mais uma referência de classe mundial no cartaz deste novo evento.
Com um orçamento estimado em cerca de meio milhão de euros, de acordo com informações prestadas durante a conferência de apresentação, o Belém Soundcheck torna-se possível graças a uma estreita colaboração do CCB com as entidades Égide, Egeac e Instituto Italiano de Cultura de Lisboa. Terá, adiantou-se ainda, uma periodicidade bienal, “algo que permitirá alcançar o que desejamos – um parâmetro de excelência”, explicou Delfim Sardo.
Os bilhetes para cada um destes espectáculos vão custar entre 7,5 e 66 euros e apenas serão colocados à venda no próximo dia 19 de Novembro.
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