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Tilt e Yev, aka Roger, organizaram uma reunião de família para os amantes do hip hop. Set ‘Em Straight! vai ter lugar no Adamastor no próximo sábado, a partir das 15 horas, e servirá para debater alguns pontos importantes dentro da cultura que nasceu no Bronx, Nova Iorque, na década de 70.
Se uns dizem que o “verdadeiro” hip hop está a morrer, outros são da opinião de que nunca esteve tão vivo como hoje. O último grande género cultural a passar por uma fase idêntica foi o rock que, ao chegar ao mainstream e ao invadir os espectros da pop, também gerou discussão entre os eternos amantes da arte e os “paraquedistas” do momento. É verdade que o hip hop é muito mais do que a vertente musical do MCing/rap, mas o facto de a música ser o principal meio de locomoção desta cultura e a sua popularidade ter vindo a disparar nos últimos anos leva-nos ao debate sobre o seu momento de forma actual.
Tilt e Yev são dois praticantes e estudiosos assumidos e lançam o convite para uma reunião casual, cujo objectivo é discutir ideias e pontos-de-vista acerca desta cultura tão enriquecedora. “Nós já carregamos esta ideia há muito tempo”, contam ao Rimas e Batidas. “Não necessariamente neste formato, mas exactamente com o mesmo objectivo: promover todo o knowledge acumulado para podermos desenvolver um método que nos permita criar os melhores praticantes das nossas artes. Isto é algo que já fazemos há anos entre nós os dois (focando essencialmente na vertente de MCing) e achámos importante estender esse hábito a todos os amantes de hip hop.”
O que é normal para alguns parece começar a ser esquecido pelos restantes. A partilha de conhecimentos e o espírito de comunhão, que fazem parte dos pilares do movimento cultural nascido no Bronx, têm ficado de lado nas mesas de discussão — “sentimos que nos dias de hoje se pondera pouco sobre a cultura e filosofia do hip hop”.
“Isto é basicamente o que fazemos quando vamos a concertos ou temos algum tipo de encontro com amantes de hip hop: falar sobre a cultura. Muita gente conhece essa nossa rotina, como por exemplo o Darksunn. A grande diferença é que em vez de serem 3 ou 4 pessoas na conversa, parece que vamos ser um pouco mais. O que até demonstra essa mesma necessidade de trocar ideias na nossa cultura.”
O hip hop não olha a géneros, idades ou etnias e este primeiro summit organizado por Tilt e Yev não é excepção — militantes ou curiosos, ouvintes assíduos ou meros apreciadores de circunstância; Toda a gente terá o direito de participar e apenas se deseja a abertura necessária para absorver alguns dos conhecimentos que serão transmitidos. A dupla da Margem Sul lança o convite:
“Nós precisamos de todos, literalmente, para o efeito pretendido. Esperamos também pessoas com a disponibilidade necessária para manter uma conversa sobre o assunto, para que assim seja possível analisar questões com o devido entendimento. É pelo hip hop. A nossa intenção é discutir com quem sabe. Claro que, quem não sabe, poderá aprender também no próprio dia, ou nos dias seguintes fazer as suas pesquisas para compreender melhor alguns pontos discutidos. São todos bem-vindos. Será a coisa mais casual de sempre.”
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