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Publicado a: 08/06/2017

Holly: “Ter pessoal a conduzir 4 horas para me ver ao vivo”

Publicado a: 08/06/2017

[ENTREVISTA] Alexandra Oliveira Matos [FOTOS] Direitos Reservados

Holly regressou a Portugal há pouco mais de uma semana e depois de 10 concertos em 10 cidades norte americanas tem muitas histórias para contar e imagens para ilustrar as suas aventuras. O jovem produtor foi o primeiro artista português a tocar no lendário Low End Theory e fê-lo durante quase uma hora. No set, que pode ser ouvido aqui, incluiu faixas suas que ainda não foram lançadas, mas também músicas de Aphex Twin, Burial ou J Dilla, escolhas que lhe valeram vários elogios. No horizonte está novamente o continente americano, desta vez para tocar no Shambhala, o festival canadiano. Certamente não será estranho ver Holly apanhar o avião para aquela margem do Atlântico uma vez que a sua agência é americana, a mesma de nomes bem conhecidos como Roni Size, Joker, Princess Nokia ou Lex Luger.

 


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De Atlanta a Reno, foi quase um mês a viajar nos Estados Unidos da América. O que trazes contigo desta tour?

Trago comigo uns quantos quilos a mais devido ao fast food (risos), mas acima de tudo trago mil novas experiências de vida e recordações que vão ficar marcadas para sempre.

Falavas, antes de ir, do Low End Theory como uma meca para os produtores. Essa ideia dissipou-se?

Não se dissipou. Low End Theory é uma meca para muita coisa que não sei explicar. É uma igreja e quem segue a religião da vida e da arte, e está em LA, vai lá para ter a sua missa (palavras do Daddy Kev). Estar lá foi brutal e questionei-me várias vezes se estava mesmo a ser verdade toda aquela experiência, pois era surreal crer que estava no mesmo palco que vários artistas que tanto admiro e respeito já pisaram.

 


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Tocaste quase uma hora, qual foi a reacção do público?

Fiz um set que resume um pouco a viagem musical que tenho tido até hoje, passei várias faixas que têm grande significado pessoal e alguma música minha que ainda não saiu. Quanto ao público, gosto de me manter distante da reacção mas foi fixe ter algum pessoal a dar-me o props porque já não ouviam alguém a passar Aphex Twin, Burial e J Dilla no mesmo set há algum tempo. Foi tudo mesmo alta experiência.

De todos os outros locais por onde passaste, houve algum que tenha surpreendido mais, pela positiva ou pela negativa?

Eu não sou de pôr expectativas em nada por isso é complicado às vezes ser surpreendido, porque não espero nada em troca sem ser o que realmente as coisas são. Adorei todos os locais e cidades em que passei, não houve nada de negativo nesses sítios porque coisas negativas são uma seca e prefiro focar-me nas positivas.

 


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As pessoas já te conheciam? Qual foi a coisa mais engraçada que te disseram?

Sim, já. Não houve assim “a coisa mais engraçada” que me disseram mas houve várias atitudes que me sensibilizaram como, por exemplo, ter pessoal a conduzir 4 horas para me ver ao vivo, fãs que me trouxeram pens com música produzida por eles próprios para ouvir, entre outros.

Sentes-te, de alguma forma, um embaixador da música portuguesa lá fora? Ou nem sequer dão importância à tua nacionalidade?

Acho que toda a gente que toca lá fora e é nascido ou tem raízes em Portugal acaba por desempenhar esse papel de embaixador da música portuguesa. Podem-me me chamar isso, mas a meu ver justifica-se mais usar esse termo para outros nomes como os Buraka, o pessoal da Príncipe, Moullinex, Beatbombers, Kura, Mariza, Gisela João entre muitos outros que representam a música portuguesa de uma forma mais concreta. Para mim, ao fim do dia, sou só um puto que curte fazer beats e com quem o pessoal noutros países se identifica e que me chama para contar um pouco da minha história, sem que a minha nacionalidade seja relevante. Contudo, existe sempre alguma importância quanto à minha nacionalidade, claro – às vezes faço um bocado o papel de explicar ao pessoal o que é e onde é Portugal (risos). É comum o pessoal vir-me perguntar em que parte da América do Sul fica Portugal, falarem de como ouviram que todas as drogas são legais cá, mencionarem que as únicas palavras portuguesas que conhecem são “El chico, guapo, mui bueno” ou dizerem que viram um documentário sobre a capoeira e que ficaram fascinados com como ela faz parte da cultura portuguesa.

 


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À parte dos espaços em que tocaste, houve alguma cidade que te tenha ficado mais na memória?

Todas e Los Angeles.

Vais voltar aos Estados Unidos brevemente. Foi um convite que surgiu lá? Vais aos mesmos locais?

Vou voltar em Agosto para tocar no Shambhala que é um festival já na parte canadiana e para fazer outras datas que a minha agência (Rogue) me vai arranjando. E para já não vou voltar a sítios onde estive, mas mal posso esperar para o fazer brevemente!

 


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