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A Valentim de Carvalho está a celebrar os 20 anos da compilação Tejo Beat. A comemoração é digital, com o disco que alinhou material de Cool Hipnoise, Da Weasel, Ithaka & Arkham Hi*Fi ou Boss AC a chegar, pela primeira vez, às plataformas de streaming.
Tejo Beat foi idealizado por Henrique Amaro há duas décadas, numa altura em que Portugal se mostrava ao mundo com a Expo’98, com o intuito de celebrar os sons emergentes e proporcionar a estes novos artistas a experiência de um “workshop musical interactivo” com dois produtores de créditos firmados: Mario Caldato Jr., o dono do MCJ Studio, em Los Angeles, somava contribuições em músicas de Beastie Boys, Coolio ou Beck; Mário Barreiros vinha de grupos como os Jáfu’Mega ou Pedro Abrunhosa e os Bandemónio e estava associado aos primeiros passos de projectos como os Ornatos Violeta, Clã e Silence 4.
À altura do convite endereçado por Henrique Amaro, os dez grupos que fizeram parte do Tejo Beat tiveram direito a passar três dias cada nos Estúdios Valentim de Carvalho, em Paço de Arcos, para a concepção das respectivas faixas musicais. O disco contou com produção executiva de Rui Miguel Abreu, hoje director do Rimas e Batidas e à época A&R da Valentim de Carvalho bem como metade da dupla Arkham Hi*Fi, a par com DJ Jaws-T, que colaborou com Ithaka na canção feita a propósito do Tejo Beat — o MC é a voz por detrás do eterno “So Get Up”, dos Underground Sound Of Lisbon.
Em 1998, o hip hop e a música urbana estavam numa fase ainda embrionária: tinham passado apenas quatro anos desde a edição de Rapública, registo no qual Boss AC foi um dos pioneiros em acção, tendo o seu disco de estreia Mandachuva saído no mesmo ano de Tejo Beat. Os Cool Hipnoise, de Francisco Rebelo e João Gomes, contavam com dois álbuns na rua e tinham ainda Melo D como vocalista. Pacman e companhia iam no 3º Capítulo e aproveitavam o trabalho em estúdio com Mário Barreiros para, mais tarde, voltarem a colaborar com o produtor em Podes Fugir Mas Não Te Podes Esconder.