O Teatro do Bairro Alto já revelou quais os primeiros espetáculos que nos reserva para o trimestre inaugural de 2026, com uma linha curatorial que privilegia a experimentação sonora, a reinvenção coreográfica e reflexões urgentes sobre género, memória e herança cultural.
A abertura da temporada musical dá-se a 9 e 10 de Janeiro com “Lounge”, da coreógrafa Marga Alfeirão, um projecto premiado que cruza danças da diáspora africana em Lisboa com sensualidades lésbicas, propondo o repouso como acto de empoderamento. A música será da autoria de Shaka Lion e a dança será interpretada pelas bailarinas Mariana Benenge e Myriam Lucas.
Dia 15 de janeiro, as Batucadeiras Finka Pé partilham o palco com Aho Ssan, criando um profundo diálogo entre a tradição percussiva feminina e as texturas digitais que exploram identidade pós-humana. Já a 31 de Janeiro, o reencontro histórico entre a contrabaixista Joëlle Léandre e o violinista Carlos “Zíngaro” promete uma noite de improvisação livre, enquanto o trio Novelo Vago desafia convenções ao usar instrumentos de brincar e sex toys numa abordagem que mistura poesia e punk erudito.
A performance “Mandakí”, de Larie, mergulha nas camadas da transmasculinidade e não-binariedade através de um solo que combina movimento, som electroacústico e poesia — o espectáculo terá direito a três sessões entre 27 de Fevereiro e 1 de Março. No dia 6 de Março, o saxofonista japonês Akira Sakata, uma lenda viva do free jazz, sobe ao palco com um quarteto de excelência que inclui o italiano Giovanni Di Domenico bem como os portugueses João Pereira e João Almeida.