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[TEXTO/ARTWORK] Tiago ‘NERVE’ Gonçalves
[O PLANO INICIAL]
Em Dezembro de 2007, mesmo antes de ser editado o meu primeiro álbum (Eu Não das Palavras Troco a Ordem [ENPTO], de Janeiro de 2008) que já estava escrito e gravado há quase um ano, tive a ideia para o título daquele que seria o meu segundo disco: “Trabalho & Conhaque”. O objectivo passava por editar um álbum mais equilibrado, maduro e organizado. Em que as temáticas passassem mais por retratar ambições e frustrações do indivíduo comum que tenta encontrar equilíbrio na rotina, em vez de retratar a personalidade esquizofrénica do ENPTO.
Seria um álbum duplo, só com sete faixas em cada CD. Num dos lados, teria uma sonoridade mais electrónica e escrita mais densa; no outro lado, exploraria instrumentais mais jazzísticos mas também mais revivalistas, com influência no rap dos anos 90. Nesse lado do álbum, a escrita seria mais fluida e despreocupada. Logo na primeira entrevista que dei a propósito do lançamento do ENPTO, para a RUC (se não estou em erro), referi que o meu segundo álbum se ia chamar “Trabalho & Conhaque” e ia ser assim e assado. Não sei porquê, tinha imposto a mim mesmo que queria lançar o ENPTO no início de 2008 e o “Trabalho & Conhaque” no fim de 2009, para ficar “registado” que lancei dois álbuns em dois anos e, mesmo assim, ter tido quase dois anos desde o primeiro para trabalhar no segundo. Criança ingénua.
Rapidamente abandonei a ideia de CD duplo e optei por tentar conjugar os dois géneros no mesmo CD (de 14 faixas). Sabia que não queria abandonar uma corrente mais experimental e densa, mas queria experimentar novos flows e entoações, em instrumentais mais boom bap. Era um rap mais técnico, de “estilo livre”, que tinha vindo a explorar paralelamente com o colectivo Sistema Intravenoso desde 2006/2007.
[PRIMEIROS ESBOÇOS DA ARTWORK DE T&C/AVNP&NMTC]
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