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Publicado a: 26/06/2016

Sumol Summer Fest: a qualificação de Slow J para o palco principal

Publicado a: 26/06/2016

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Hélder White

 

O segundo dia do Sumol Summer Fest começou em festa por causa da Selecção Nacional – a moldura humana foi maior na hora do jogo do que em qualquer concerto no palco principal – e a qualificação para a próxima fase foi o impulso para uma noite que voltou a ganhar pelo que se passou no Sumol Remix Sound Academy.

 


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Ainda com o público a refazer-se do intenso jogo, Jimmy P foi quem assumiu o palco e apresentou-se com banda, um ponto a favor para o artista. O MC é um dos mais requisitados do universo hip hop para concertos e percebe-se que a lição está bem estudada: a máquina carbura de forma fácil e sem grandes maneirismos. Valete foi o convidado especial que abrilhantou a segunda actuação no palco principal, trazendo clássicos como “Fim da Ditadura” ou “Roleta Russa” para gáudio do público.

 


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Saltamos do Palco Sumol para o Sumol Remix Sound Academy e ainda conseguimos ver o fim do concerto de Bispo. O rapper de Algueirão, Mem Martins foi conquistando uma base de seguidores fiéis que criaram a maior moldura humana no palco alternativo durante os dois dias. Harold (GROGnation) esteve em palco com Bispo para dar outro brilho à actuação e mostrar que 2725 é código-postal obrigatório no mapa do hip hop nacional.

Slow J foi o nome que se seguiu e era uma das paragens obrigatórias neste cartaz. A entrada no rap português foi, na gíria futebolística, a “pés juntos” e ele vai fazendo jus ao hype que se foi erguendo à sua volta. O êxodo que se assistiu depois do concerto de Bispo não tirou força à actuação do artista de Setúbal e quem esteve presente teve direito à melhor actuação do festival.

 


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Existem vários condimentos que tornam Slow J a maior promessa do universo musical português e a actuação ao vivo serviu para confirmar tudo isso e tirar a prova dos nove. Francis Dale e Fred Pinto Ferreira são aliados de alto gabarito para acompanhar João Batista Coelho em palco e dão uma segurança que só dois grandes artistas poderiam dar. As canções de The Free Food Tape ganham outra energia ao vivo, seja na força rítmica do baterista dos Orelha Negra ou no virtuosismo de Francis Dale nas teclas.

A preparar The Art Of Slowing Down, o seu álbum de estreia, Slow J mostrou pedaços de músicas que ainda não foram lançados e confirmam as expectativas: o que vem aí será um sucessor digno do seu EP de estreia. O MC nunca se encolhe e podemos ouvi-lo a rimar sobre um instrumental mais clássico com tracção jazzística ou uma batida mais modernizada com sabor a trap.

O título deste texto não ficou esquecido e existe uma certeza que deve ser deixada bem clara: Slow J não será certamente cabeça de cartaz no Sumol Summer Fest 2017, mas o palco alternativo irá ser pequeno demais para o seu talento incrível. “Serenata” – uma canção que é a demonstração perfeita da capacidade de desviar-se do universo hip hop – foi o final perfeito para um concerto sem mácula para um dos artistas mais talentosos da nova geração. Até para o ano, Ericeira!

 


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