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Texto: ReB Team
Fotografia: Mário Lino / CML
Publicado a: 19/11/2020

O inventor de instrumentos estreia com Salomé Pais Matos obra para orquestra de câmara e instrumentos contemporâneos.

Som Riscado arranca hoje em Loulé com concerto de Victor Gama

Texto: ReB Team
Fotografia: Mário Lino / CML
Publicado a: 19/11/2020

O Som Riscado – Festival de Música e Imagem, tem início hoje em Loulé com diversas actividades — entre workshops, instalações e concertos — com destaque para a “estreia a sul” no Cineteatro Louletano, epicentro desta programação, do concerto multimédia Vela 6911 para orquestra de câmara e instrumentos contemporâneos a cargo de Victor Gama e Salomé Pais Matos e em conjugação com elementos da Orquestra Clássica do Sul. Isso acontecerá pelas 19h30.

O dia, no entanto, começa bem mais cedo, ainda antes da hora de almoço, com uma oficina de “Introdução ao Processing” a cargo de Rodrigo Carvalho do colectivo Boris Chimp 504 e a apresentação do espectáculo Pianoscópio por parte da Companhia de Música Teatral, numa sessão para escolas que decorrerá no Convento de Santo António.

Mais tarde, pelas 15 horas, o colectivo portuense Sonoscopia assina mais um evento dirigido aos estudantes de Loulé que poderão assistir a Phobos, um concerto/instalação para autómatos que decorrerá igualmente no Cineteatro Louletano.



A jornada de hoje teve, no entanto, um preâmbulo. No histórico Café Calcinha, que durante o Som Riscado foi tomado em jeito pop-up pela loja de discos de Olhão Gato Maltês, e onde durante o fim de tarde o veteraníssimo DJ Dinis Neto rodou discos da sua colecção, decorreu uma conversa entre vários dos artistas e colectivos envolvidos na programação e que contou igualmente com a participação de um reprsentante do Rimas e Batidas, que assegurou a moderação.

Paulo Pires, director artístico do festival, ressalvou a importância de, com plena segurança e respeito pelas normas em vigor, fazer acontecer um festival que além dos espectáculos já citados levará até Loulé artistas como Frankie Chavez, Peixe e Jorge Quintela, Grafonola Voadora com Napoleão Mira (dia 20), Surma com Camille Leon e Inês Barracha (dia 21) ou, entre outros, o Drumming GP com Joana Gama, Luís Fernandes e Pedro Maia (dia 22) numa linha programática que procura cruzar nomes de alcance nacional e talento local levando a que, durante a conversa informal, surgisse até a ideia da “responsabilidade cultural”.

Dália Paulo, da direcção do Cineteatro Louletano, também interviu reforçando a ideia de que é crucial no momento que se atravessa manter vivos e activos os espaços onde a cultura se pode desenvolver e encontrar com os seus públicos.

O Som Riscado, por entre autómatos, oficinas de construção de instrumentos musicais, espectáculos e instalações que nos deixam perceber a engenharia misteriosa que existe dentro de um piano, ligando-se às escolas e à Universidade do Algarve, procurando na electrónica e na música contemporânea e na ligação de tudo isto à imagem uma linha diferenciadora e de afirmação, assume-se como um momento de resistência cultural numa altura em que a cultura atravessa, precisamente, uma das suas mais profundas crises. Fazer agora, parece por estes dias sentir-se em Loulé, é garantir também que se continua a pensar o futuro.


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