pub

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 24/05/2024

Travessia musical.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Vince Staples, Cassete Pirata, Nathy Peluso, Sango e Carlos Niño

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 24/05/2024

Por cá, não escolhemos partidos. Basta que os ritmos, as melodias ou os versos sejam bons para que um artista seja merecedor de toda a nossa atenção. E é por isso mesmo que, em mais um resumo de final de semana com carimbo Rimas e Batidas, podem encontrar rap americano, indie pop português, R&B latino, música electrónica desprendida de coordenadas geográficas e até mesmo jazz espiritual de elevado grau de improvisação. São 5 os discos hoje destacados pela nossa equipa, cujos ouvidos não vão parar nos próximos dias para atentar outras possíveis rotas para esta travessia musical.

RAF (terceira pessoa), Machinedrum (3FOR82), BADBADNOTGOOD (Mid Spiral: Order), Niko B (dog eat dog food world), Sexyy Red (In Sexyy We Trust), Shenseea (Never Gets Late Here), Tagua Tagua (Todo Tempo), Bixiga 70 & PELOVIDRO (Bixiga 70 PELOVIDRO), Trueno (EL ÚLTIMO BAILE), mui zyu (nothing or something to die for), Gastr del Sol (We Have Dozens of Titles), Meekz (TRU), Kitty Ca$h (Handle With Care), GROOVY (Crying in the Club), Pak-Man (Legendary Still), Warrington-Runcorn New Town Development Plan (Your Community Hub), Caoilfhionn Rose (Constellation), Alex Sipiagin (Horizons), James Devane (Searching), Bobbyy (Buckets) e Halima (EXU) também apontam caminhos no mapa das edições de hoje.


[Vince Staples] Dark Times

Dark Times exigem medidas drásticas e uma maior reflexão sobre aquilo que somos e o que realmente nos importa. É neste espelho que se olha Vince Staples ao 6º álbum da carreira, o seu último pela lendária Def Jam Recordings, que nos chega aos ouvidos apenas alguns meses após a estreia do tão ansiado The Vince Staples Show na Netflix. Num mundo em que a maior fatia da população está distraída a discutir as zangas entre os supostos big three, o rapper de Long Beach, California, mostra-nos que qualquer um se pode sentar à mesa dos grandes sem criar alaridos, no seu caso com um dos seus trabalhos mais introspectivos de sempre, sem recurso a quaisquer convidados e mantendo a tradição da boa escolhas dos instrumentais que costumam morar os seus discos.


[Cassete Pirata] A Família

“É o disco com as canções mais maduras que já fizemos, é o disco onde arriscámos mais na energia e onde também descobrimos o nosso lado mais suave.” É desta forma que Cassete Pirata se apresentam em A Família, o terceiro LP da banda onde militam Pir, Joana Espadinha, Margarida Campelo, João Pinheiro e António Quintino. Assente em ensinamentos jazzísticos, estética indie e um certo nervo rock, o álbum divide-se por duas mãos-cheias de faixas, quatro delas utilizadas como singles de antecipação, como aquela que é já uma das mais populares canções do grupo, “Tanta Vida Pra Viver”. O próximo passo deste quinteto passa pelos palcos e há uma digressão que os vai levar a apresentar esta música ao vivo entre Outubro e Novembro.


[Sango] North Vol. 2

Foi um dos grandes responsáveis pela ascensão da Soulection a etiqueta de referência para a electrónica de dança global. O DJ e produtor de apaixonou-se pelas batidas de funk brasileiro, fundiu-as com o fenómeno mundial do trap e hoje é detentor de uma linguagem musical muito própria, como se nota facilmente ao escutar este North Vol. 2 por alguns minutos. Agora a operar de forma ainda mais independente na editora criada por si, Sango Records, o artista norte-americano contou com um invejável leque de colaboradores no álbum que serve de sucessor directo para North, o longa-duração com que se esteou em 2013. GoldLink, Channel Tres, Bryson Tiller, Xavier Omär, Masego, Jesse Boykins III ou Rochelle Jordan são algumas das vozes que podemos escutar em cima dos instrumentais cuidadosamente tecidos pelo homem nascido Kai Asa Savon Wright.


[Nathy Peluso] GRASA

Olhando para os números, o desempenho comercial da música de Nathy Peluso ainda não consegue ombrear com o de nomes como Kali Uchis ou ROSALÍA, mas GRASA pode muito bem vir a mudar isso. Ao segundo álbum, a MC e cantora argentina de origens italianas e actualmente sediada em Espanha mostra-se uma autêntica fábrica de boas malhas de cadências latinas, indo de momentos acústicos e introspectivos a outros de maior pujança, onde o rap em jeito de braggadocious abraça beats possantes e encorpados. Não é caso para menos, não fosse o sucessor de Calambra (2020) estar populado por alguns dos maiores artesãos sonoros do mundo, como C. Tangana, Manuel Lara, pablopablo, Devonté Hynes (aka Blood Orange) ou Rafael Arcaute.


[Carlos Niño & Friends] Placenta

Autêntico furacão dentro do actual mapa do jazz, Carlos Niño voltou a reunir-se com os seus amigos músicos para mais um álbum editado sob a alçada do nome Carlos Niño & Friends, cuja última aventura discográfica tinha sido no ano passado com (I’m just) Chillin’,on Fire. Free, Dancing… e Subtle Movements foram os discos nos quais este xamã das percussões já havia participado em 2024, mas chaga agora a hora de se voltar a apresentar enquanto bandleader para habitual International Anthem, que sela este Placenta e o comercializa nos formatos de LP, CD e cassete. Sam Gendel, Jamire Williams, Nate Mercereau, Photay e até André 3000 surgem na lista de créditos deste registo, que guarda ainda um longo parágrafo de agradecimentos a gente que não participou na sua concepção mas que, de alguma forma, a inspirou — DJ Premier, Q-Tip, Shabaka Hutchings ou Laraaji não são esquecidos por Niño.

pub

Últimos da categoria: Curtas

RBTV

Últimos artigos