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Se estão cansados das vibrações trap que invadiram este planeta nos últimos anos, a selecção desta sexta-feira é perfeita para vocês: beats de outra era que parecem não ter data de validade, rimas escritas dentro das linhas desenhadas pelos fundadores e revivalismo do bom. E ainda há alma dividida em duas partes com sotaque inglês.
Wake Up Sleep (You Don’t Know Me, I’m Not Your Homie), Mobbers (Lockdown), Unknown T (Rise Above Hate), KYLE (See You When My Famous!!!!!!!!!!!!), Sheff G (Just 4 Yall), Genevieve Artadi (Dizzy Strange Summer) e Nicolas Jaar (Telas) compõem o resto do plantel desta semana.
[Sam The Kid] Caixa de Ritmos
18 anos depois de lançar Beats Vol.1 – Amor e em dia de 41º aniversário, Samuel Mira regressa aos discos instrumentais. Caixa de Ritmos, o título da colectânea, foi “sequenciado ao vivo em Akai MPC 2500” e reúne beats inéditos do arquivo do rapper e produtor de Chelas.
Versões mais curtas de “Perco Tempo” e “Duro” já podiam ser ouvidas aqui, por exemplo. E “Orgulhoso” é o primeiro tema com direito a videoclipe oficial.
[Joey Bada$$] The Light Pack
Não chamem EP ao novo EP de Joey Bada$$. Pedido do próprio. O MC nova-iorquino traz-nos alguma luz no seu primeiro lançamento desde ALL-AMERIKKKAN BADA$$, álbum editado em 2017. Statik Selektah e Pusha T são dois dos nomes mais sonantes que encontramos nos créditos desta nova investida (a primeira com o selo da Columbia Records) de BADMON pelas ruas do boom bap de recorte clássico.
[Oddisee] Odd Cure
“Pela primeira vez na minha vida, o mundo teve uma verdadeira experiência compartilhada. Odd Cure é a minha maneira de providenciar uma banda sonora para os vossos pensamentos, preocupações, esperanças e sonhos”, escreveu o autor de The Iceberg na sua página de Bandcamp. Com uma caneta que está sempre particularmente afinada para dissertações sobre assuntos que o apoquentam, Oddisee responde ao chamamento de todos os que procuram a sua música enquanto cura para os seus males.
[Blu & Exile] Miles
Já lá vão mais de 13 anos desde que a dupla americana lançou o clássico Below The Heavens, que viu o seu sucessor, Give Me My Flowers While I Can Still Smell Them, chegar cinco anos depois. Ao contrário do primeiro, o segundo álbum de Blu & Exile foi criado à moda da era da Internet (ou seja, sem tanta proximidade física), revelação feita em conversa publicada no Audiomack. Neste terceiro esforço conjunto, o duo decidiu voltar à fórmula inicial.
[Lianne La Havas] Lianne La Havas
Ao terceiro longa-duração, a artista britânica define que o seu nome artístico merece ser título, o que, em muitos casos, significa que o material que lança é o mais próximo que tivemos, até agora, da sua verdadeira identidade. Milton Nascimento, Joni Mitchell, Jaco Pastorious, Al Green e Destiny’s Child são algumas das coordenadas apontadas no mapa sónico do álbum que sucede a Blood (2015).
[Zara McFarlane] Songs Of An Unknown Tongue
O quarto disco de Zara McFarlane parte do jazz e encontra-se noutro sítio qualquer “pela exploração do folk e das tradições espirituais” da Jamaica, a sua “pátria ancestral”. A cantora trabalhou em parceria com Kwake Bass e Wu-Lu para criar uma “palete sonora futurística” que só poderia ter o selo da corajosa Brownswood de Gilles Peterson.
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