pub

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 23/05/2025

Da festa à inércia.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de rusowsky, Stereolab, Ravenna Escaleira e Vaiapraia

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 23/05/2025

Num dia em que se destaca uma das novas promessas da música espanhola com o lançamento do seu tão esperado primeiro álbum, salta também à vista o regresso de uma banda histórica da pop de vanguarda com mais de duas décadas de história. No entanto, nas contas finais de mais uma jornada de Sexta-feira farta, é Portugal quem segue na frente com “quatro pontos” — por aqui encontram breves notas sobre um par de discos, a somar aos trabalhos de Tixa (Tixa, prazer) e Nayr Faquirá (Entrelinhas) sobre os quais já nos debruçámos esta manhã sob a forma de entrevistas com as suas autoras.

Com o bom tempo a ameaçar ter vindo para ficar, vale a pena carregarem as vossas colunas bluetooth e aproveitarem para dar ao exterior uma banda sonora que pode passar pelo que editaram ainda Carolina Deslandes (Chorar No Club), offshino (offshino), Scienze & NappyHIGH (PRAISES), Boldy James & Your Boy Posca (Magnolia Leflore), Ruffin (New Lows), Cola Boyy (Quit To Play Chess), Kenny Segal (Kenstrumentals Vol. 5: Winter Tours), HiTech (HONEYPAQQ, Vol. 1), Hadren (TRICK TRACKs), Smerz (Big city life), Chris Cheek (Keepers Of The Eastern Door), Estelle (Stay Alta), Ganavya (Nilam), emptyset (Dissever), Marshall Allen’s Ghost Horizons (Live In Philadelphia), Marc Ribot (Map of a Blue City), Lindstrøm (Sirius Syntoms), Moontype (I Let The Wind Push Down On Me), Quelza (Pensa Poetico EP), Julia Wolf (PRESSURE), Morcheeba (Escape the Chaos), Mike Cooper (Eternal Equinox), Death and Vanilla (Whistle and I’ll Come To You), Skunk Anansie (The Painful Truth), Rob49  (Let Me Fly) e Sophia Kennedy (Squeeze Me)


[rusowsky] DAISY

DAISY é o aguardado álbum de estreia de rusowsky, artista madrileno conhecido por estar a mudar as regras da música pop alternativa através de uma ousada mixórdia de elementos sonoros. Produzido por si, o disco apresenta uma música urbana camaleónica que vai beber à electrónica lo-fi e hip hop, mas também ao reggaeton e ao R&B. Além do seu peculiar cunho, alberga colaborações com vários artistas de renome, desde as veteranas Las Ketchup a novos trendsetters como Ravyn Lenae, Kevin Abstract, Jean Dawson, La Zowi e Ralphie Choo. Com uma atitude irreverente, letras introspectivas e muita experimentação ao nível dos instruentais, DAISY confirma rusowsky como uma das vozes mais distintivas da nova cena musical espanhola.


[Stereolab] Instant Holograms On Metal Film

Após 15 anos de silêncio, os Stereolab regressam com Instant Holograms on Metal Film, um álbum que reafirma a sua identidade sonora única ao mesmo tempo que introduz novas nuances e os leva, pela primeira vez, até ao reputado catálogo da britânica Warp Records. Assente num trio hoje formado por Andy Ramsay, Laetitia Sadier e Joe Watson, o sucessor de Not Music (2010) apresenta-nos 13 faixas que combinam krautrock, pop vanguardista, jazz, electrónica e tudo mais o que pode o universo da música psicadélica conter, mantendo a crítica social e política característica da banda bem à tona.


[Ravenna Escaleira] Vagabondage

Ravenna Escaleira assina um diário sonoro de errância sensível e espontânea, onde cada nota ecoa o peso da memória e o sopro do instante. Fruto de um deambular instintivo por entre as ruas da grande Lisboa — com gravações feias em espaços como a SMUP ou oDesterro —, Vagabondage desenha-se a partir de uma sonoridade crua, com Ravenna a fundir o seu recém-descoberto domínio  do saxofone com piano e baixo, esculpindo uma sensibilidade poética sem precisar de recorrer a palavras — apenas à experimentação. São quatro trilhas que se estendem por mais de 50 minutos de duração, reflectindo uma total entrega aos acasos que a vida proporciona.


[Vaiapraia] Alegria Terminal

Está aí o terceiro álbum nas contas de Vaiapraia, cantautor e músico sadino actualmente sediado em Londres. Alegria Terminal é um manifesto sónico de resistência afectiva e brilho teimoso diante do desgaste do mundo, que se faz através de um rock efervescente que espelha o cinzento do quotidiano, assente em linhas de baixo galopantes, guitarras que rasgam o tédio, percussões impacientes e teclados que amparam tudo num abraço harmónico — como se uma dança entre o punk emocional e o pop artesanal se tratasse. Em Alegria Terminal, Vaiapraia conjuga desamor e humor mordaz, derrota e desejo, deslocação e pertença, culminando numa ode à persistência do gesto criativo como forma de fazer frente à entropia.

pub

Últimos da categoria: Curtas

RBTV

Últimos artigos