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O início é a rima escrita e interpretada a partir dos Estados Unidos da América… e o fim é o mesmo (mas diferente). Pelo meio, foco em linguagens que se vão desenvolvendo, outras expandido (e ficamos sempre com a sensação que as opções, das boas, aumentam cada vez mais). Melhor assim. Para lá dos seis principais, Inês Malheiro (Deusa Náusea), Lucrecia Dalt (¡Ay!), Brian Eno (FOREVERANDEVERNOMORE), Gala Drop (Amizade) e DJ Player (Trek) dão as suas visões do mundo (ou de outra coisa qualquer) através do som.
[MAVI] Laughing so Hard, It Hurts
Em 2019, um jovem MAVI brilhava com Let The Sun Talk. Passados três anos, e ainda com a juventude à flor da pele — tem apenas 22 anos –, o rapper de Charlotte lança Laughing so Hard, It Hurts, gravado em Julho de 2022, um conjunto de canções que é sustentado em tribulações internas e externas (e no conto popular de High John de Conqueror). Este disco é para os fãs de Noname, Earl Sweatshirt ou MIKE.
[LON3R JOHNY] VIDA ROCKSTAR
A discografia de Playboi Carti anda em alta rotação na casa de LON3R JOHNNY. Sucedendo a A Nave Vai em Tour (2021) e a singles como “Rock”, Vida Rockstar é reminiscente daquilo que o artista americano fez em discos como Die Lit e Whole Lotta Red, óbvias inspirações (como será provavelmente Yeat) para algumas das suas novas faixas. Mais cores para a paleta sonora do rap português.
[Kutiman] Open
O que é que Kutiman não faz? O israelita é compositor, produtor, multi-instrumentista e realizador, mas foquemo-nos na música, mais concretamente em Open, o seu sexto longa-duração. Can, Arthur Verocai e Tame Impala são as referências que nos são dadas antes de entrarmos neste trabalho, tudo nomes de peso e de diferentes geografias e eras. Esperem muita luminosidade…
[Rita Silva] The Inflationary Epoch
Rita Silva não entrou no nosso radar quando lançou Studies Vol. I em 2021, mas com The Inflationary Epoh, o seu segundo disco e o primeiro pelo Colectivo Casa Amarela, não escapou. Se no início as coordenadas passaram por Suzanne Ciani, Laurie Spiegel ou Delia Derbyshire, como esclarece a editora, agora é tempo de percorrer terrenos onde nomes como Caterina Barbieri ou Jessica Ekomane pairam. Amanhã, dia 15 de Outubro, o álbum é apresentado na Galeria Zé dos Bois. Passem por lá e confirmem.
[Mykki Blanco] Stay Close To Music
Nada pode ser como antes, mas a música está sempre lá para Mykki Blanco. E não há espaço para a solidão: Saul Williams, ANOHNI, MNEK, Kelsey Lu, Slug Christ, Michael Stipe (sim, dos R.E.M.), Devendra Banhart ou Jónsi (dos Sigur Rós) aparecem nos créditos de Stay Close To Music enquanto participações e amparos. Melhor bem acompanhado do que só.
[Lil Baby] It’s Only Me
Ou melhor só do que mal acompanhado? Lil Baby não está sozinho em It’s Only Me (há Nardo Wick, Young Thug, Fridayy, Future, Rylo Rodriguez, Jeremih, EST Gee e Pooh Shiesty nas participações), mas no título age como se não existisse mais ninguém ao seu nível. Num dos lançamentos mais importantes do dia no capítulo do rap mainstream, o rapper tenta provar que é mesmo um dos melhores da sua geração.
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