São seis discos para abrir e outros tantos — de Burial (Streetlands), Dawn Richard and Spencer Zahn (Pigments), St. James Park (The Mad), Jeezy & DJ Drama (SNOFALL), Nick Hakim (COMETA) a Duckwrth (Chrome Bull) — para fechar. Os dias cinzentos também precisam de música.
[Loyle Carner] “hugo”
Um bom produtor pode mudar tudo ainda para melhor. Loyle Carner já tinha convencido o mundo com Yesterday’s Gone (2017) e Not Waving, But Drowning (2019), mas nada como uma boa companhia, neste caso kwes., para levar a música a outro (e bom) porto em hugo. Se escavarmos ainda mais os créditos, o som intricado fica justificado: Richard Spaven, Morgan Simpson, Madlib, Jordan Rakei, Rocco Palladino, Sheila Maurice-Grey, Alfa Mist…
[Toty Sa’Med] MOXI
Chegou o álbum de estreia de Toty Sa’Med: MOXI sucede ao EP Ingombota (2016) e é um trabalho pensado por três cabeças, a do próprio Toty mas também as de Kalaf e Seiji — nomes que associamos directamente ao Mundu Nôbu que Dino D’Santiago começou a construir em 2018. E ainda há Nosa Apollo ou Nayela nos créditos a estreitar ainda mais a ligação com o cantor de Quarteira. Aqui, em vez de Cabo Verde e o Algarve em concreto, existe Luanda, Lisboa, pop, afro, soul e r&b numa mistura que agarra.
[Armani Caesar] THE LIZ 2
Dois anos depois da série ter o seu início, THE LIZ de Armani Caesar chega ao seu segundo volume. A Primeira Dama da Griselda (Westside Gunn, Benny The Butcher, Conway The Machine e Stove God Cooks marcam presença) volta com o seu estilo habitual: cheia de atitude para meter no lugar todas aquelas que acham que podem alcançar o lugar onde está actualmente.
[Wiki & Subjxct 5] Cold Cuts
Quem tem saudades das mixtapes antigas? Um DJ (sem vergonha) a colocar ad-libs com precisão, um rapper a exercitar a sua capacidade para saltar para cima de um beat a um nível acima dos outros… Cold Cuts, um projecto de 2022, pode cumprir esse papel de matar a nostalgia. Dêem lá uma oportunidade a Wiki & Subjxct 5, não se vão arrepender.
[Batida] Neon Colonialismo
Pedro Coquenão, mais conhecido como Batida, lança Neon Colonialismo, que foi exposição e agora é um álbum — o primeiro a solo desde Dois (2014). DJ Satelite, Bonga, Mayra Andrade, Poté, Nástio Mosquito, DJ Dolores, Octa Push, Lia de Itamaracá, Mário Lúcio, Botto Trindade, Pedro da Linha, João Morgado e Branko são os colaboradores de serviço.
[MONA LINDA] leonardo
Depois de estrearmos o single “sr. robado” há umas semanas, já há leonardo na íntegra. Edgar Correia aka Logos dá a primeira passada larga com o novo alter-ego MONA LINDA, chamando Presto (Mind da Gap), Tricla e zé menos (para a co-produção) em mais uma edição da Biruta Records. Uma das inspirações? “Todos os músicos e escritores portugueses que durante o Estado Novo tiveram de escrever sobre banalidades de forma indirecta.”