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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/06/2023

Procurar conforto além-fronteiras.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Killer Mike, Real GUNS, Two Fingers, Ambré, Mike Dimes, Asake e Gunna

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/06/2023

Sai Santo António, entra São João. Termina oficialmente a época festiva popular pela capital, arranca a temporada pela mesma ocasião na Invicta. Agora, nesse interregno — em que a festa, na verdade, não pára —, há mais margem para incluir, nas reuniões de camaradagem em finais de semana, outra gama de discografias que fujam à música mais ligeira. Não que uma invalide a outra, claro está. Mas há tanto a acontecer no resto do mundo a uma sexta-feira de Junho que não custa nada espreitar ali e acolá sem ter de sair daqui.

Começamos pelos sete exemplares abaixo referenciados e deixamo-nos levar pelo que, hoje, chegou também em boa hora por intermédio de Sónia Trópicos (Astral Anormal (Remix Package)), Lavoisier & Cantadeiras do Campo do Gerês (Polifonias Singulares Vol. I), Zarco (Não Lembra ao Diabo), Ben Howard (Is It?), Forest Claudette (Everything Was Green), Kiana Ledé (Grudges), Queens of the Stone Age (In Times New Roman…), Home Is Where (the whaler), Sigur Rós (ÁTTA), Creep Show (Yawning Abyss Meshell), Meshell Ndegeocello (The Omnichord Real Book), Django Django (Off Planet), Kool Keith (Black Elvis 2), Pat Metheny (Dream Box), Bettye LaVette (LaVette!) ou Lorelle Meets The Obsolete (Datura).


[Killer Mike] MICHAEL

Conhecemo-lo, sobretudo, dos Run The Jewels, uma das mais respeitadas duplas do hip hop norte-americano, que junta Killer Mike a El-P. Ainda assim, não obstante a discografia imaculada do duo, o rapper e produtor de Atlanta tem todo um legado a solo a ter, também, em conta. Mais surpreendente se revela, por isso, a imponência de MICHAEL, um disco que soa a consagração como se ela já não tivesse sido conquistada uns quantos volumes atrás. Com o nome no título e a cara na capa, Killer Mike abre o livro dos seus mais íntimos pensamentos e das suas melhores capacidades, e fá-lo ao lado de gente desde André 3000 a 6LACK, de Young Thug a Future, com uma força motora impressionante.


[Real GUNS] DAVIDS

O sucessor de Escrevo Com Sangue (2022), anunciado há coisa de um par de meses, já está finalmente à vista de todos. “P.D.G (Produto Di Gheto)” foi o único avanço adiantado antes da revelação do segundo álbum de Real GUNS, mas chegou para confirmar a forte suspeita sobre o que viria a ser o seu novo trabalho: produzido inteira e novamente por MIKELPOTTERDAVIDS surpreende-nos agora não tanto pela sempre admirável capacidade do rapper luso-são-tomense em fazer da música tela viva, mas sobretudo pela versatilidade da produção trazida por aquele que se tornou um fiel parceiro de Ovilton Santiago.


[Two Fingers & MUADEEP] CRONOS

A princípio ao lado de Joe “Doubleclick” Chapman, Two Fingers deixou de ser um projecto a dois para ficar apenas com Amon Tobin ao volante. Isso não impediu, porém, que o produtor brasileiro sediado no Reino Unido tenha dado continuidade à discografia em nome do projecto, depois de 2010 já só com “um dedo”. Agora, ao fim de alguns volumes em regime solitário, volta a emparelhar-se com um companheiro de armas — e desta vez foi MUADEEP (alter ego do germânico Bobby Kudlicz) quem dividiu esforços consigo em CRONOS, o novo trabalho do carioca que acentua a já habitual densidade sonora dos seus antecessores.


[Ambré] who’s loving you?

A quem o nome de Ambré não acende nenhuma luz, ter como casa editorial a Roc Nation e contar com um GRAMMY (entre três nomeações) para Melhor Álbum R&B ao lado de H.E.R. já são coordenadas bastante elucidativas à partida. A Pulp (2019) e 3000º (2022) — e às respectivas edições alargadas — junta-se agora who’s loving you?, novo trabalho da cantautora de Nova Orleães, que nos traz, por exemplo, a segunda parte de “Drake and Drive”.


[Mike Dimes] TEXAS BOY

Mike Dimes já é um nome que começa a valer por si só, mas vê-lo na mesma tracklist que gente como Denzel Curry, Wiz Khalifa, Joey Bada$$ ou Maxo Kream não deixa de subir a parada de TEXAS BOY. No sucessor de IN DIMES WE TRUST (2022), o texano cerra os dentes e mostra estar pronto para a liga dos grandes — mas para isso terá de corresponder ao calibre daqueles que, agora, o rodeiam.


[Asake] Work Of Art

Pode parecer pretensioso intitular um trabalho como “obra de arte”. Mas esse passo só se vê dado em falso quando o resultado fica a meio caminho. A entrada de Work Of Art, pelo contrário, não deixa margem para dúvidas da propriedade com que Asake se atreveu a designar o seu novo longa-duração. O músico nigeriano — cujo nome artístico é, na verdade, o nome de baptismo da sua mãe. De Lagos e virado para Oriente, o autor de Mr. Money With The Vibe (2022) pegou no afrobeat que o moldou e fez dele, à letra, Música do Mundo.


[Gunna] a Gift & a Curse

Andava ainda “pushin P” nas bocas do mundo quando Gunna e Young Thug foram detidos e encarcerados no âmbito do caso RICO que envolveu todo o grupo YSL. Um ano depois, o autor de DS4EVER foi o primeiro dos dois a ser libertado (saída essa que não está a ser bem vista por alguns dos seus pares no hip hop), e a Gift & a Curse surge como o primeiro trabalho do artista de College Park depois de sair da cadeia — disco onde Gunna figura sozinho a dizer de sua justiça em sede própria.

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