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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/06/2025

Do hip hop à pop, sempre com cunho autoral.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Kevin Abstract, Lhast, Lizzo, Lorde, Dana and Alden e Jonathan Uliel Saldanha

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 27/06/2025

Harold jogou na antecipação e lançou o seu terceiro álbum ontem, antes do “caos”, mesmo a condizer com o tom meditativo com que se apresentou em O Último Malmequer, que acaba de ser dissecado por cá com uma entrevista ao seu autor. Mas este final de semana, como sempre, traz muita outra música boa, e há um total de seis discos que vão poder encontrar destacados em mais uma edição da Sexta-feira farta do Rimas e Batidas, com muitas sonoridades urbanas metidas ao barulho e uma agradável dose de arrojo na hora de procurar por vias alternativas para continuar a inovar dentro dessa bela arte que é a música.

Como um filme em blu-ray recheado de conteúdos extra, também aqui podem imergir mais fundo nesse mar das edições fonográficas e ficar a par do que hoje nos trouxeram artistas como: J Puro (IN VITRO), Veigh (Eu Venci o Mundo), Senny & Salve Crazy (Aruanda), Chanpan (endlessly), Silent Poets (HOPE), Sunnan (Cinema Sound System), Nick León (A Tropical Entropy), Annie Tracy (Scared of Heights), Norman Sann (My Take On This), BLP KOSHER (Brackish), Pi’erre Bourne (Made in Paris), Russ (W!LD), Bktherula (LUCY), Durand Jones & The Indications (Flowers), Herbert & Momoko (Clay), Adrian Quesada (Boleros Psicodélicos II), Black Sites (R4), Isabella Lovestory (Vanity), Zoh Amba (Sun), Madison McFerrin (Scorpio), KATSEYE (BEAUTIFUL CHAOS), Tim Barnes (Lost Words & Noumena), Kamaiyah & DJ Idea (First Lady Of The Mob), Frankie Cosmos (Different Talking), Blonde Redhead (The Shadow Of The Guest), Tech N9ne (5816 Fores), sosocamo (no service), DJ Drama (Long Way From Home), Konshens (Pool Party) e Gelli Haha (Switcheroo).


[Kevin Abstract] Blush

Blush é um álbum profundamente pessoal e colaborativo que marca seu regresso de Kevin Abstract às suas raízes texanas através da mesclagem de influências de hip hop, indie rock e R&B — tudo junto dá origem ao que o artista aponta como sendo um novo género musical, o qual apelida de “Texas Pop”. Com 18 faixas, reúne-se aqui uma verdadeira constelação de talentos, desde Ameer Vann (seu ex-colega nos BROCKHAMPTON) até Dominic Fike, JPEGMAFIA ou Danny Brown, além de outros nomes emergentes da cena de Houston. Eclético como nunca, a diversidade sonora deste trabalho leva-nos numa viagem que oscila entre batidas lo-fi, guitarras distorcidas e harmonias etéreas, em mais uma celebração da tamanha criatividade que sempre viveu dentro de Kevin Abstract, uma das mentes mais peculiares da sua geração.


[Lhast] Violetta

A maturidade artística de Lhast surge espelhada em tons de Violetta, obra que explora a dualidade entre luz e sombra através de um gradiente sonoro que oscila entre o delicado e o intenso. Dividido em três capítulos simbólicos — busca, experimentação e harmonia —, o projecto reflecte uma jornada íntima de transformação, com contrastes emocionais capazes de coabitar em equilíbrio. Produzido com uma equipa que inclui os nomes de GOIAS, Fabrice e Diogo Seis, o LP foi gravado entre Lisboa, Londres, Los Angeles e Brasil, locais que influenciaram a textura global e moderna das 17 trilhas que compõem a tracklist.


[Lizzo] MY FACE HURTS FROM SMILING

Empoderamento feminino com sabor a dirty south é a receita para MY FACE HURTS FROM SMILING, a mixtape hoje editada por Lizzo. Distanciando-se da pop vibrante com que abordou projectos anteriores, a MC e cantora de Houston, Texas, abraça aqui um som mais cru e irreverente, resultado de apenas duas semanas de trabalho criativo e de reinvenção pessoal e artística. Com trap sujo e um par de colaborações estratégicas (Doja Cat e SZA), o longa-duração celebra a liberdade criativa através de uma metodologia que recorre a humor ácido (desde logo os dedos do meio censurados na capa) e letras tão catárticas quanto divertidamente descomprometidas.


[Lorde] Virgin

Virgin é um mergulho introspectivo e visceral na jornada de autodescoberta de Lorde, marcando uma ruptura com a estética solar e descontraída de Solar Power (2021) para explorar temas como identidade de género, trauma geracional, sexualidade e a complexidade de crescer sob as luzes da ribalta. Produzido em colaboração com Jim-E Stack (sem a participação do habitual parceiro Jack Antonoff) e com contributos por parte de gente como Fabiana Palladino ou Buddy Ross no processo criativo, o disco é um mix de synth-pop atmosférico, batidas electrónicas mais vincadas e outros momentos acapella que evocam paisagens de maior leveza. A capa — um raio-X azulado da pélvis de Lorde — simboliza a transparência radical do projecto.


[Dana and Alden] Speedo

O novo álbum de Dana and Alden simboliza a estreia da dupla pela Concord Jazz e é uma ousada exploração sonora que transcende géneros — há jazz, funk, indie rock, disco, hip hop e muita experimentação na lista de ingredientes que fazem este Speedo. Gravado durante duas semanas intensas em Lisboa com o produtor Charif Megarbane, prodigioso alquimista sonoro do Líbano que tem contribuído de forma irrepreensível com material para a série Habibi Funk, o sucessor de Coyote, You’re My Star (2024) captura a energia crua e improvisada das sessões, marcadas pela presença de sintetizadores analógicos, grooves orgânicos e uma estética que evoca uma sensação de retrofuturismo.


[Jonathan Uliel Saldanha] Surface Disorder

Jonathan Uliel Saldanha parte numa imersão sonora distópica e sintética que reflecte sua prática artística transdisciplinar em Surface Disorder, derivando de uma exposição homónima que teve lugar no Porto e em Lisboa entre 2024 e 2025, e que uniu instalação, performance e música num cenário pós-humano e paranóico. Com uma abordagem laboratorial e desafiante, Saldanha explora o caos de um futuro próximo através de texturas sonoras que oscilam entre o etéreo e o industrial, que vão dançando com uma voz criada com inteligência artificial (creditada como The Mouth), distorcendo fronteiras entre humano e máquina.

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