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São sempre muitas as ondas sonoras que nos embatem na pele e fazem vibrar o corpo ao final de cada semana. Hoje não é excepção, com mais de três dezenas de discos a fazerem-se notar no radar do Rimas e Batidas. Dez deles já deixaram marcas e têm estado em maior rotação ao longo do dia, sendo agora destacados em mais uma tirada da habitual ronda de Sexta-feira farta.
Para os mais insaciáveis, tenham ainda em conta os projectos também rubricados por Vitória Vermelho (Homónimo), Clauthewitch (Begonia), Juls (Peace and Love), Kembe X (“it’s not that deep”), Félicia Atkinson (Space As An Instrument), G HERBO (Big Swerv 2.0), Pom Pom Squad (Mirror Starts Moving Without Me), Elmiene (Anyway I Can), Raina Simone (Old Soul New Conscience), Shigeto (Cherry Blossom Baby), Rejjie Snow (PEACE 2 DA WORLD), Bawo (It Means Hope Where I’m From), Ruthven (Rough & Ready), Charlie Parker (Bird in Kansas City (Live)), Igmar Thomas’ Revive Big Band (Like A Tree It Grows), Avishai Cohen (Brightlight), Myquale (Above All), Chinx (OS) (Long Story Short), Underworld (Strawberry Hotel), Tha Eastsidaz (Still Easty), Young Slo-Be (Slo-Be Bryant 4) e Craven Faults (Bounds).
[Judeline] Bodhira
A artista de indie pop espanhola Judeline acaba de lançar o seu aguardado primeiro registo de longa-duração. Influenciado por tradições do seu país e diferentes tipos de música electrónica, Bodhira apresenta uma fusão única de letras introspectivas e vozes que parecem vindas dos céus, marcando uma evolução significativa no som da cantautora de Cádis. Selado pela Interscope Records, o disco reflecte o amadurecimento de Judeline através de reflexões sobre identidade, amor e auto-descoberta, servidas sob a forma de histórias cantadas, para as quais participam artistas e produtores como rusowsky, Ralphie Choo, DRUMMIE, Tuiste, Mayo ou Rob Bisel.
[DJ Lycox] Guetto Star
Os 7 anos que nos separam da estreia com Sonhos & Pesadelos (2017) fazem do segundo álbum de DJ Lycox um dos projectos mais antecipados para a cena electrónica nacional. Com carimbo da influente Príncipe Discos, Guetto Star marca um novo e arrojado capítulo na evolução sónica do artista que integra a crew Tia Maria Produções. O LP exibe um energia rítmica crua ímpar mesclada com sintetizadores, criando uma paisagem sonora que extravasa os padrões das sonoridades da cena clubbing. São 12 faixas que mergulham numa variedade de estilos afro-portugueses, sempre com a visão futurista que é típica dos nomes que integram o catálogo da editora lisboeta.
[Ece Canlı] S A C R O S U N
S A C R O S U N é o segundo álbum de Ece Canlı e uma exploração ousada de sons e emoções. Conhecida pelo seu uso inovador de técnicas vocais em combinação com experimentação electrónica, o novo trabalho da artesã sonora turca, sediada em Portugal, assenta numa “série de meditações maximalistas sobre ansiedades cósmicas”. O disco apresenta nove paisagens sónicas, que combinam melodias assombrosas com um intrincado manuseio das ferramentas de sound design, cimentando a reputação de Canlı como compositora e vocalista da música experimental e de vanguarda.
[Peter Evans] Extra
Gravado nos estúdios Namouche em Lisboa, Extra apresenta Peter Evans no trompete ao lado do baixista sueco Petter Eldh e do baterista americano Jim Black. O longa-duração funde a improvisação jazzística com a experimentação electrónica, oferecendo uma nova visão daquilo que é tido como jazz moderno. As oito faixas do álbum quebram barreiras musicais graças a ritmos complexos e estruturas não convencionais, mostrando a sinergia de um trio ultra-competente, bem como as proezas técnicas e as composições magistrais de Evans, músico norte-americano que trocou Nova Iorque pela capital portuguesa. Uma edição da finlandesa We Jazz.
[Vitamin G & Mr Slipz] Prophet of Doom
Prophet of Doom é o aguardado resultado da união de esforços entre o rapper Vitamin G e o beatmaker Mr Slipz, hoje selado através da High Focus Records. Este projecto de 18 faixas mostra as barras corrosivas de Vitamin G aliadas à produção movida a samples de Slipz, misturando influências da era dourada do hip hop com um toque moderno e bem subterrâneo. O DJ Ram One assiste o par nos “cortes” ao gira-discos, mas lista de participações neste LP é considerável e estende-se a algumas lendas do underground britânico, como são os casos de Jehst, Farma G ou Verbz.
[Megan Thee Stallion] MEGAN: ACT II
MEGAN: ACT II é uma versão deluxe de MEGAN, álbum editado este ano, mas bem que pode funcionar como um novo trabalho nas contas de Megan Thee Stallion, não fosse o seu alinhamento oferecer-nos um upgrade de nada mais, nada menos do que 13 faixas. Às inéditas e sempre incisivas rimas da MC, que agora actua de forma independente através da sua Hot Girl Productions, juntam-se alguns convidados de renome como Flo Milli ou RM dos sul-coreanos BTS.
[Che Noir] The Lotus Child
E aí vão três nas contas de Che Noir para 2024. Depois de The Color Chocolate, Vol. 1 e ANDY, este mais recente lançamento mostra o crescimento da artista como letrista e produtora. O longa-duração conta com colaborações de alguns nomes impactantes do hip hop contemporâneo, como Rapsody, 38 Spesh ou Statik Selektah, e o seu título serve como metáfora para a resiliência e o renascimento, fazendo alusão à flor de lótus, que se ergue das águas lamacentas para florescer em pureza e beleza.
[Nappy Nina & Swarvy] Nothing Is My Favorite Thing
O rap consciente de Nappy Nina colide com a ciência rítmica avançada de Swarvy em Nothing Is My Favorite Thing. Há histórias de lutas quotidianas, de resiliência e outras reflexões pessoais por parte da MC que tem chamado a atenção de gente como Quelle Chris, Moor Mother ou Yaeji, que neste registo se vê inserida num quadro musical que desafia as barreiras do hip hop, já que as batidas tecidas por Swarvy a levam até territórios próximos do jazz ou do R&B no decorrer das 16 músicas aqui encapsuladas.
[Akai Solo] DREAMDROPDRAGON
Quem também cruza as fronteiras do hip hop mais abstracto é Akai Solo em DREAMDROPDRAGON, um novo projecto a aterrar no seu Bandcamp que reúne 11 faixas produzidas por nomes como Theravada, Wifigawd ou August Fanon. Mergulhado na ambiguidade dos sonhos e da realidade, o MC de Brooklyn constrói os seus poemas introspectivos como forma de se auto-descobrir na constante viagem do seu crescimento enquanto artista e indivíduo.
[Two Shell] Two Shell
São um dos projectos mais misteriosos a surgir da club scene londrina. Inovadores em igual medida, os Two Shell têm-se desdobrado por diferentes campos da electrónica de cariz mais hardcore, sempre com muito glitch à mistura. Do jungle ao techno, o seu homónimo álbum de estreia chega-nos selado pela Young e vem munido de 13 peculiares malhas que fazem justiça à ideia camaleónica que se tem construído em torno da dupla. Apesar de novos nestas andanças, os Two Shell têm estado a deixar a sua marca no panorama da música electrónica e este seu primeiro grande lançamento vai merecer apresentações na América e no Reino Unido.
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