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Texto: ReB Team
Fotografia: tomicornio
Publicado a: 04/10/2024

São servidos?

Sexta-feira farta: novos trabalhos de João Maia Ferreira, Caribou, Jazz Is Dead ou Leon Bridges

Texto: ReB Team
Fotografia: tomicornio
Publicado a: 04/10/2024

Do Barreiro à ilha Terceira, o Rimas e Batidas continua no terreno a fazer as coberturas dos festivais que ainda se vão manifestando neste mês de Outubro. Só vale parar para comer, dormir e escutar os novos discos que, como é hábito, aterram nas plataformas digitais à entrada do fim-de-semana. Hoje são 6 os projectos em destaque, os quais poderão encontrar compilados ao longo dos parágrafos que se seguem. Antes disso, uma nota para as propostas musicais assinadas por

Black Lavender & FOQUE (Pigeon Man), MIRZA Lauchand (Híbrido, Vol. 2), Alvaro Lancellotti (Arruda, Alfazema e Guiné), Rod Krieger (A Assembleia Extraordinária), Ill Considered (Live at Eye Film Museum), FINNEAS (For Cryin’ Out Loud), Tee Grizzley (Post Traumatic), Dawn Richard & Spencer Zahn (Quiet in a World Full of Noise), Alessandro Cortini (NATI INFINITI), The Bug (Machines I – V), Darius Jones (Legend of e’Boi (The Hypervigilant Eye)) e Amnesia Scanner & Freeka Tet (HOAX).


[João Maia Ferreira] O Lobo Um Dia Irá Comer a Lua

Este é o álbum que redefine o artista João Maia Ferreira, que se desprendeu do alter-ego artístico benji price para se assumir mais vulnerável, honesto e transparente, usando o seu nome próprio na música. Essa mudança é tão conceptual e teórica como prática e material: o seu leque sonoro expandiu-se, existe uma base hip hop que se mantém, mas que está interligada a outras estéticas e géneros musicais. O resultado é uma música mais livre de pressões e expectativas, de egos e normas, de cânones e categorias, um disco cujo título reflecte a mitologia nórdica e a mensagem de que a vida tem de ser desfrutada porque, um dia, tudo vai acabar. xtinto, prettieboy johnson, Mike El Nite, João Não e Keso juntam-se aos convidados Conan Osíris e Alex D’Alva Teixeira, que já tinham feito parte dos singles iniciais. O concerto de apresentação está marcado para 17 de Outubro no B.leza, em Lisboa.


[Caribou] Honey 

Quatro anos depois, Caribou está de volta aos discos com Honey. O produtor canadiano Dan Snaith apostou num álbum que atravessa diferentes campos da electrónica que foram particularmente relevantes ao longo dos últimos anos, sobretudo na cena clubbing e artística de Londres, onde vive. A sua vertente mais ligada à música de clubes mescla-se com a sua génese pop, dando origem a uma série de cativantes paisagens musicais que foram ainda adornadas por vozes feitas pelo próprio Caribou com recurso a ferramentas de inteligência artificial. É um álbum que só poderia ter sido feito em 2024 por um dos produtores mais marcantes e experientes do género, mesmo que não seja consensual que esteja na sua fase áurea.


[Adrian Younge & Ali Shaheed Muhammad] Jazz Is Dead 021

Está finalmente aí a terceira série de lançamentos da Jazz Is Dead. Tal como nas primeiras duas investidas, o disco inaugural para esta nova fornada de edições consiste numa compilação que reúne uma selecção de temas extraídos dos discos que se seguem, uma vez mais contando com um luxuoso leque de convidados que se juntam à dupla formada pelos também incríveis Adrian Younge e Ali Shaheed Muhammad. Do afrobeat ao samba, são 8 os temas que podem encontrar reunidos neste Jazz Is Dead 021, que regista contribuições de Ebo Taylor, Hyldon ou Carlos Dafé.


[Leon Bridges] Leon 

Ao longo do seu percurso, Leon Bridges conseguiu mostrar que não só era um artista contemporâneo que representava a nostalgia da música soul enraizada na tradição norte-americana, como conseguia ultrapassar esses cânones de filtro sépia e aventurar-se em paisagens menos convencionais, explorando sons R&B, gospel ou rock. Leon é, provavelmente, o disco que melhor evidencia quem é o artista além de todos esses clássicos e imaginários que o moldaram (e que moldam a percepção da sua arte para quem está de fora). Certamente também graças às experiências que tem acumulado com o passar dos anos, é o álbum mais íntimo e com maior peso emocional do seu trajecto até aqui; mesmo que isso não implique qualquer ruptura com o passado nem com o seu amado Texas, o estado a que chama casa e que tem vindo a influenciar de forma determinante o seu ofício.


[The Smile] Cutouts 

Apenas nove meses após o último disco, Wall of Eyes, os The Smile — banda de Thom Yorke, Jonny Greenwood e Tom Skinner — apresentam um novo trabalho. Cutouts foi gravado nas mesmas sessões do que Wall of Eyes nos estúdios de Abbey Road e tem sido descrito como um projecto mais desafiante e exigente. Talvez haja mais temas a priorizar os ambientes sonoros criados do que canções convencionais a verem a luz do dia. Seja como for, várias das faixas já tinham sido apresentadas ao vivo ao longo dos últimos anos, o que mostra que os The Smile as valorizam e que não devemos olhar propriamente para Cutouts como um disco de sobras ou lados B. É mais uma peça do rock autoral e inventivo de Thom Yorke e companhia, que promete agradar aos fãs desta que também se está a tornar uma banda de culto no universo alargado que emerge do legado dos Radiohead.


[Powers Pleasant] Life Sucks

O produtor e DJ do colectivo Pro Era lança um segundo disco em nome próprio. Depois de em 2019 ter declarado que Life is Beautiful, desta vez Powers Pleasant mostra-se com um estado de espírito distinto em Life Sucks. Nos créditos, porém, encontramos vários dos mesmos artistas: para este novo trabalho convocou nomes como Joey Bada$$, Denzel Curry, CJ Fly, Meechy Darko, Nyck Caution, Saba ou A$AP Ferg, entre outros.

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